Capítulo 37

625 49 4
                                    

Coringa narrando

Saio do banho, coloco uma roupa e vou até a varanda.

Começo a bolar um quando recebo uma ligação.

Sérgio: bom dia, coringa.

Coringa: bom dia, tá querendo alguma coisa ou é só saudade de ouvir minha voz? - digo irônico.

Sérgio: seu filho da puta. - ele da uma pausa - quero te lembrar que já passou um mês do combinado e também quero te propor um acordo.

Coringa: acordo?

Sérgio: sabe, algo dentro de mim diz que você não pretende me devolver a Bárbara quando isso tudo acabar.

Coringa: é?

Sérgio: e eu quero te propor um trato, me devolve ela depois disso tudo e eu posso fazer algo por você. Não sei, deixar alguma carga passar, atacar alguma facção rival, libertar alguém da prisão.. pode escolher.

Fico tenso. Isso beneficiaria tanto o morro..

Sérgio: sei que é uma proposta e tanto, então vou te dar um tempo pra pensar. Adeus, Coringa.

Ele desliga e eu me aproximo e vejo ela dormindo na minha cama.

Aiai Bárbara, oque eu faço agora?

🌙

Babi narrando

Babi: meu deus, Victor. - ele chega em casa com o braço sangrando. - denovo?

Coringa: oque eu posso dizer? Foi um pequeno imprevisto.

Babi: e se esse tiro tivesse acertado sua testa? Seria um imprevisto também?

Coringa: opa, é impressão minha ou você está preocupada comigo?

Babi: sim, eu estou. Me preocupo com meus amigos e preciso de você pra sumir.

O sorriso dele morre.

Babi: falei alguma coisa errada?

Coringa: não. - ele sorri denovo - rola um curativo igual aquela vez?

Babi: rola sim. - pego a caixinha de primeiros socorros e começo a higienizar, graças a deus foi de raspão.

Coringa: obrigada, linda.

Babi: denada, lindo.

Ele fica me olhando de um jeito meio estranho.

Babi: aconteceu alguma coisa, Victor?

Coringa: não, não aconteceu nada. Mas acho que vou sentir um pouco sua falta se você decidir ir embora mesmo.

Babi: eu não vou mudar de ideia, Victor. Gosto daqui e gosto de vocês, mas eu preciso pensar em mim.

Coringa: aqui você estaria segura.

Babi: mas é complicado, vocês tem a vida de vocês e eu não posso ficar aqui sem nenhuma utilidade. Eu não me sentiria bem.

Coringa: você pensa em fazer faculdade, não é? Faz aqui no RJ, se forma e trabalha aqui.

Babi: meu querido "pai" me perseguiria pra sempre, ele não me daria paz até eu voltar pra dentro da casa dele. E isso está fora de questão, não quero passar por tudo aquilo denovo.

Coringa: oque ele fez com você?

Eu respiro fundo e termino o curativo.

Babi: lembra oque eu falei sobre alguém fazer coisas comigo sem autorização? Então, foi ele. E por favor, não fala mais nada sobre isso, não gosto do assunto.

Guardo o kit de primeiros socorros e jogo os algodões sujos fora.

Coringa: Bárbara.

Babi: oque foi?

Coringa: você nunca mais vai passar por isso donovo, eu prometo a você.

Eu sorrio e fecho os olhos respirando fundo.

Babi: é, eu não vou.

Complexo do AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora