Capítulo 46

525 41 15
                                    

Bárbara narrando

"Victor me ajudou nisso"

V-i-c-t-o-r me ajudou nisso.

VICTOR me ajudou nisso.

Como ele sabe o nome do coringa?

Ele deixou claro que era algo muito privado pra ele, e eu realmente não acredito que ele saia falando isso.

Victor não ajudaria ele em saber meu suco favorito. Victor não falaria o nome pra ele.

Meu corpo todo estremece e eu só preciso sair dali.

Menor: está tudo bem?

Babi: está, eu só preciso ir fazer xixi.

Menor: quer que eu te leve?

Babi: está tudo bem, fica aí que eu já volto. - eu fingo naturalidade.

Desço as escadas e ando com calma pra ele não perceber que estou aflita.

Nesse exato momento está se passando mil coisas por minha cabeça.

Estou com medo, só queria os meninos aqui.

Entro no banheiro e tranco a porta.

Entro no contato do Gabriel.

Bakzin

Gabriel, me ajuda
Ele sabe o nome dele
Como ele sabe o nome dele?

...

A mensagem não vai, então eu começo a ligar. Mas não adianta.

Meu coração está acelerado, estou tremendo. Começo a pensar no Sérgio, e no quanto eu não quero que eu volte pra tudo aquilo denovo.

Apelo pro coringa.

Coringa

Victor, me ajuda
Menor sabe seu nome
Porque ele sabe seu nome?

Bárbara, onde você está?

No banheiro, perto da barraca de pastel
Por favor, vem logo
Estou com o corpo inteiro tremendo

Respira fundo e não saia dai
Quando eu chegar, vou dar duas batidas na porta
Se não for eu, não abra.

...

Eu respiro fundo e começo a olhar para os lados, eu preciso de algo pra me proteger.

Acho uma garrafa de cerveja vazia quebrada, ótimo.

Pego a garrafa de vidro na mão e escuto uma batida na porta.

"Tem alguém aí?"

Não é a voz do Victor.

Não é a voz do Gabriel.

Não é a voz do Menor.

"Bárbara? Você está aí, né?"

Escuto uma risada.

"Seu pai pediu pra eu te pegar e te levar de volta pra casa, abre que vai ser melhor pra você"

Eu não escuto e ele da um chute na porta.

Um chute foi o suficiente pra arrombar a porta.

Ele me encara e vem pra cima de mim.

Ele prende meu braço e a garrafa acaba caindo no chão.

Eu começo a me debater e tento gritar por socorro.

Marcelo: escuta aqui, linda. Seu pai disse que se você reagir, é pra eu lembrar a você do que ele é capaz.

Complexo do AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora