Capítulo 71

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Bárbara narrando

Entro no carro do Victor e o encaro.

Babi: ainda não acredito que você veio comigo pra tirar sangue. - dou risada.

Coringa: porque não?

Babi: porque é meio improvável. - me encosto no banco. - tô com fome.

Coringa: a gente pode parar em uma cafeteria. - ele da partida. - sabe a Gabriele?

Babi: sei.

Coringa: no dia da invasão, eu peguei ela.

Encaro ele com o sobrancelha arqueada.

Coringa: não, não desse jeito. Ela estava com dinheiro, ela tinha algum envolvimento meio doentio com o Sérgio. Ela dava pra ele, e ele pagava..

Ele faz cara de nojo.

Coringa: enfim, agora ela está na salinha. Mas eu não sei oque fazer, não vou deixar ela aqui. Se fosse outra pessoa eu já teria matado, mas é irmã da Larissa.. e tem o Gabriel também.

Babi: você pode mandar ela ir embora.

Coringa: não tem como, o respeito fica onde? Se os outros moradores verem, vão achar que podem fazer oque quiserem.

Babi: já tentou falar com a Larissa sobre isso?

Coringa: a Larissa está no ódio com ela, mas é irmã dela, né. Ela não vai me dar um passe livre pra tirar a vida da Gabriele.

Babi: você poderia deixar ela nessa salinha. É quase como se fosse uma prisão, não é?

Coringa: é.. mas isso não é deixar a pessoa em cativeiro?

Babi: é menos pior do que tirar a vida da garota.

Ele concorda.

Coringa: Gabriel tá muito feliz, finalmente ele e a Larissa estão dando certo.

Babi: e eu tô feliz por eles. - sorrio. - a felicidade do Gabriel é a minha.

Coringa: como que foi treinar com o Gs?

Babi: aprendi a dar soco, mas em compensação tô com o corpo dolorido.

Coringa: daqui um tempo a gente aposta pra ver quem tá brigando melhor.

Babi: eu vou ganhar.

Coringa: não vai não.

🌙

Ele trás uma fatia de torta de limão pra mim.

Babi: acertou muito. - sorrio.

Coringa: eu sabia que você gostava.

Babi: eu já comentei com você?

Coringa: não, mas eu reparo bastante em você. - ele me entrega uma lata de coca cola.

Sorrio.

Babi: sabe, Victor. Tô colocando expectativa na gente. Tipo, muita expectativa, mas tenho medo.

Coringa: a gente não sabe como fazer isso, né?

Nego.

Coringa: vamos aprender? Tipo, estabelecer limites.

Concordo.

Babi: vamos, você tem ciúmes?

Coringa: pra caralho, mas é só com pessoas específicas. E você?

Babi: pra caralho também, mas só se você der motivos.

Coringa: acho que isso é bom, né?

Babi: sim. - penso. - e em questão de confiança?

Coringa: acho que temos que confiar um no outro se a gente querer que dê certo.

Babi: vamos combinar de nunca mentir então, tá? Mesmo que a verdade possa doer.

Ele concorda.

Coringa: vamos combinar de não guardar nada, sempre falar quando alguma coisa incomodar a gente.

Babi: sim, isso é o essencial. Vamos combinar de tentar sempre entender o outro em uma briga, nunca querer "vencer".

Coringa: eu aceito perder quantas vezes for preciso pra ter você.

Babi: para.

Coringa: com oque?

Babi: com isso, porque eu tô quase falando três palavrinhas que tem um significado enorme.

Ele sorri.

Coringa: três palavras, sete letras, fala e eu sou seu.

Babi: você já é meu, Victor.

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