Capítulo 64

510 42 14
                                    

Sérgio narrando

Me sento na cadeira e aspiro o pó branco.

Que alívio.

Meu celular toca.

"Chefe, acharam a gente, já era"

Levanto da cadeira e pego minha arma.

Corro até a sala onde a Bárbara está e vejo que ela ainda está na cadeira.

Sérgio: seus amigos me achou. - encaro ela, vejo esperança no seu rosto. - sabe oque isso significa? Vou morrer.

Dou risada.

Sérgio: mas acredite em mim, seus amigos vão sair perdendo nisso. Eu sou delegado, Bárbara. Alguém vai subir o alemão e vão me vingar.

Aponto a arma pra cabeça dela.

Sérgio: não vou deixar você se perder, Bárbara. Não vou deixar você sujar o nome da família, vou matar você e me matar logo em seguida.

Tiro o pano da bola dela.

Sérgio: mas, antes eu preciso do seu perdão. Eu preciso morrer sabendo que você me perdoou e que me ama da mesma forma que eu te amo.

Tranco a porta.

Sérgio: não temos muito tempo, pequena. É agora ou nunca.

Babi: não vou perdoar você, Sérgio. Eu estaria mentindo se te falasse que eu perdoei você e mentiria mais ainda se dissesse que te amo.

Como assim? Ela é minha filha, ela me ama, só está muito confusa..

Babi: eu não amo você, Sérgio. Só sinto ódio. Eu odeio você. Cada dia que eu acordava na casa dos marginais que você tanto odeia, eu sentia um alívio. Um alívio por estar na casa deles e não na sua. Um alívio por você estar bem longe de mim.

Encaro ela.

Babi: a cada missão que você ia, eu torcia pra você não voltar. Eu torcia pra acontecer alguma coisa horrível com você, porque eu simplesmente não te suporto.

Ela ri.

Babi: lembra quando eu dizia que estava doente? Fazia isso só pra você me dar remédio, juntei uma ótima quantidade e engoli todos. Eu preferia morrer intoxicada do que voltar a morar com você.

Sérgio: cala a sua boca, sua vagabunda. - aponto a arma pra ela e engatilho. - você é uma ingrata, eu fiz de tudo por você. Eu sou seu pai, você tem que me amar e me respeitar.

Acabo demonstrando fraqueza quando meus olhos insistem em lacrimejar.

Sérgio: você deveria sentir orgulho de mim, eu sou um delegado de muito respeito. Todos me respeitam, Bárbara, menos você.

Dou risada.

Sérgio: quer saber? Você merece morrer, só queria que fosse de uma forma lenta.

Aperto o gatilho.

Amanhã eu volto, beijossss!!

Complexo do AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora