Após fugir de casa na noite de seu casamento, o navio onde Park Jimin navegava é saqueado por piratas e todos os tripulantes são mortos, exceto por ele. Para não ter o mesmo destino, Jimin conta a maior mentira de sua vida: de que é o herdeiro legít...
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Capítulo Dezenove:
Era por volta das quatro da manhã quando o primeiro estrondo foi ouvido. O navio inteiro foi sacudido, fazendo objetos das estantes caírem no chão, panelas se espalharem pela cozinha, e quase fazendo com que o bebê Yejun batesse a cabeça na quina da cama. Sem hesitação, Jeon se ergueu sob o colchão e imediatamente procurou suas armas, que estavam ao lado da cama. Seu primeiro instinto foi verificar se Jimin estava na cama e, ao ver o ômega piscar confusamente, sentiu um alívio momentâneo. Vestiu-se rapidamente, lutando para despertar completamente da névoa do sono que o havia envolvido mais cedo. Não esperavam um ataque naquele momento, e algo sério devia ter acontecido para que o sentinela da noite - seja quem fosse responsável pelo turno - deixasse passar despercebido.
Jimin ergueu-se, tentando ajustar a visão na escuridão, sentindo um calafrio percorrer sua espinha e todo o corpo arrepiar-se. Entrou em pânico ao não encontrar Jungkook no quarto escuro, temendo que estivessem sob ataque e ele estivesse nu e indefeso. No entanto, o som de botas e espadas colidindo acalmou seu coração.
— O que está acontecendo? — perguntou o ruivo, buscando suas roupas pelo chão.
— Não tenho certeza — respondeu honestamente, aproximando-se e abotoando sua camisa de seda. — Acredito que estamos sob ataque.
— Por quem? — seu peito gelou ao pensar na possibilidade de ser a marinha coreana os procurando.
— Não sei, mas mantenha a calma — disse, aproximando-se ainda mais e afastando uma mecha de cabelo ruivo para trás, iluminando seu rosto pela luz da lua que entrava pela janela. — Não deixarei que nada aconteça com você ou com qualquer pessoa a bordo deste navio.
Jimin tocou a mão firme em seu rosto, olhando para ela e seguindo o olhar até seu ombro, onde havia tatuagens. Naquela noite, percebeu todas elas, quando finalmente teve tempo para se distrair do nervosismo e observar cada detalhe do corpo do maior, assim como o mesmo havia feito consigo naquela ilha.
— Obrigado — murmurou, sentindo-se um perfeito idiota por não conseguir se defender como alguém que fazia parte de um navio pirata.
— Volte a dormir, eu cuidarei disso — disse, curvando-se e depositando um beijo na testa do ômega.
— Irei com você — ele imediatamente se opôs, tentando se levantar, mas Jeon o fez voltar para a cama.
— Você fica. Não estamos acostumados a sermos atacados assim no meio da noite, especialmente por outros piratas. Todos conhecem meu navio, e não seriam loucos o suficiente para buscar vingança. Apenas a marinha ou meu pai teriam coragem de invadir meu navio a esta hora da noite, e considerando que meu pai está enfrentando problemas com os piratas que capturei, acho que terei que tomar medidas drásticas.
O ômega estremeceu interiormente, pensando em Hyungsun, e como eles se casariam naquela praia deserta, sem o calor do sol ou a brisa fresca do campo, apenas o olhar gelado de seu noivo, de quem estava fugindo como um condenado à morte.
