Após fugir de casa na noite de seu casamento, o navio onde Park Jimin navegava é saqueado por piratas e todos os tripulantes são mortos, exceto por ele. Para não ter o mesmo destino, Jimin conta a maior mentira de sua vida: de que é o herdeiro legít...
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PIRATE KING 🏴☠️
Capítulo Vinte e Um:
Quando Wonyoung mencionou que a jornada duraria trinta pôres do sol, ela não estava falando em metáforas. Eram trinta crepúsculos que os separavam da ilha de Karina. Não havia vento favorável, vela erguida ou reza que encurtasse o caminho. O destino parecia brincar com a paciência de Jungkook, estendendo a jornada como uma canção triste que nunca acaba. A frustração era uma sombra que o acompanhava, se enraizando em seu peito cada vez que ele olhava para a linha infinita do mar. Jungkook definitivamente não estava feliz com aquilo, mas uma previsão, era uma previsão, e quando ele teve que dar o braço a torcer com a falta de mantimentos ou de assaltos, e parar em uma ilha de mercadores, sentiu a infelicidade o consumir por dentro.
No meio da barulhenta tripulação, onde o choro de um bebê se misturava ao grunhido dos homens do mar, Jungkook tentava impor alguma ordem. Repassava as tarefas com a autoridade de um capitão, embora a monotonia da repetição tornasse cada comando quase automático. Hyunjin, como sempre, ficaria encarregado das bebidas, com Soobin ao seu lado, como uma sombra. Ryujin e Yeonjun cuidariam da água potável, enquanto os outros se ocupavam de tarefas menores.
— Estão todos de acordo? — a voz de Jungkook cortou o ar, analisando a lista em sua mão. — Não temos tempo a perder.
— Certo, capitão — Soobin respondeu, sua voz carregada de uma obediência quase canina, enquanto Auhi, ao lado, revirava os olhos com um desgosto mal disfarçado.
Puxa-saco... pensou, embora sem real amargura.
— Então, vão logo — ordenou, acenando com a mão como quem afasta um bando de gaivotas.
— E o que você vai fazer? — Yoongi perguntou, sua voz era como um trovão distante, com o bebê Yejun aninhado em seus braços.
— Nada — Jungkook respondeu com um meio sorriso desdenhoso. — Sou o capitão. Mas que tal me trazer uma limonada? Ouvi dizer que há limões frescos por aqui, milagrosamente não apodrecidos pelo tempo.
— Vai se foder — o ômega retrucou, erguendo o dedo do meio em uma despedida nada respeitosa antes de se afastar, deixando Jungkook para trás, preso em sua própria frustração.
— Joohyun? — Jungkook chamou, virando-se para a médica que estava agachada, concentrada em seus instrumentos cirúrgicos como se eles fossem artefatos sagrados.
— Vá procurar algum ômega na esquina — ela murmurou, sem desviar os olhos do que fazia. — Além disso, os limões são de Eunwoo. Você é tão babaca que nem percebeu que ele está doente...
— O quê? — Jungkook franziu o cenho, surpreso, a voz saindo mais dura do que pretendia.
— Nada. Me deixe em paz — Joohyun se levantou, jogando um olhar para Seulgi, que estava na entrada do navio, como uma estátua de fúria contida. Seus cabelos vermelhos dançavam ao vento, combinando com o vestido rasgado.
