Após fugir de casa na noite de seu casamento, o navio onde Park Jimin navegava é saqueado por piratas e todos os tripulantes são mortos, exceto por ele. Para não ter o mesmo destino, Jimin conta a maior mentira de sua vida: de que é o herdeiro legít...
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Capítulo Vinte e Seis:
Jimin estava exausto. Completamente exausto. Não era apenas o cansaço físico, mas algo que o corroía por dentro — uma mistura de frustração e confusão que parecia não ter fim. Exausto de sempre perder a consciência sem aviso, de se sentir irritado por razões que ele mal compreendia. Quando acordou novamente nos braços de Jungkook, o mesmo sentimento de vergonha da primeira vez que desmaiou o invadiu, quando havia machucado a testa e desmaiado como um frágil covarde. Mas agora, as circunstâncias eram diferentes. E ainda assim, a exaustão persistia.
Há dois dias, ao sair do navio, Jimin jamais teria imaginado que sua vida tomaria um rumo tão drástico. Ele pensou que lidariam com uma bruxa hostil, talvez uma briga de espadas ou mais um assalto. Era o que faziam nas missões — procuravam pedras, pedaços de mapas, nada além do habitual. Mas ele não tinha ideia do que o esperava. Não imaginava que seria arrastado para outro plano, confrontaria seu antepassado, e o pior de tudo, que agora carregaria uma vida em seu ventre. Era surreal. Absolutamente inconcebível.
Jimin sabia que, eventualmente, se casasse com um alfa ou beta, filhos seriam uma realidade. Yasuo sempre mencionara isso, mas nunca explicara como, exatamente, isso aconteceria. Sexo parecia algo tão inofensivo, algo distante de grandes consequências... até agora. Agora ele seria pai. Pai de um filhote que mal começara a se formar, com um cheiro tão fraco que quase passava despercebido — exceto para Jungkook, que aparentemente sabia disso desde o início.
— Você está melhor? — Jungkook perguntou suavemente, oferecendo um copo de água.
De volta à cabine onde Jimin acordara, Joohyun preparava um novo chá, mais uma tentativa de aliviar os sintomas que o ômega sentia. Jimin aceitou o copo e, após beber todo o conteúdo, olhou para Jungkook, os olhos carregados de culpa e arrependimento.
— Me desculpe — murmurou. — Eu fui imprudente. Deveria ter escutado você.
— Não se preocupe com isso — Jungkook respondeu, pegando o copo e o colocando ao lado. — O importante é que você está bem. — Ele sorriu e tocou a bochecha de Jimin, mas o ômega ainda estava tenso, perdido em sua própria confusão.
— O que aconteceu comigo depois que perdi a consciência? — Jimin perguntou hesitante. — Eu me lembro de tudo ficando preto, e depois... nada. Acordei em uma floresta.
Jungkook suspirou, sentindo a tensão se acumular novamente.
— Você desmaiou nos meus braços, e logo depois começou a convulsionar, como Hyejoo. Seus olhos ficaram pretos, e você tremia tanto que pensei que não ia parar. Espuma começou a sair da sua boca... foi aterrorizante, Jimin. Levou vinte minutos para isso passar. Eu nunca senti tanto medo na minha vida. Medo de perder você. — Jungkook baixou a cabeça, a mão passando pelos cabelos como se tentasse afastar as memórias terríveis daquele momento.
— E depois? — Jimin mal conseguia falar, a culpa apertando seu peito.
— Karina disse que você precisava descansar, que dormiria por dias. Eu te trouxe de volta, desacordado, e a cada segundo pensei que... eu pensei que te perderia, você e o nosso filhote. — As palavras saíram carregadas de emoção, cada uma delas batendo fundo no coração de Jimin.
