Quando o amor bate à porta

Capitulo 2 - Casa nova

- Eu vou colocar uma roupa e te apresento a casa, já venho. - disse Alegra.

Malu abriu os olhos apavorada. Onde ela tinha se metido? Ficou parada com as malas na mão, sem saber o que fazer. Estava em choque.

Alegra voltou de roupão e foi até Malu.

- E aí dona Maria Luiza, vou te mostrar a casa. - disse Alegra.

- Malu por favor. - pediu.

- Eu gosto de Maria Luiza parece nome daquelas senhoras caretas que não transam. - disse Alegra.

Malu fechou o cara, ela ia precisar arranjar um apartamento mais cedo do que estava planejando.

- Então Malu, aqui é a cozinha, pode cozinhar ou fazer o que quiser, a despensa tá sempre cheia, aqui a sala de jantar, ali naquela porta o escritório ou biblioteca chame como quiser, pode entrar também. - disse Alegra.

Malu ia observando o lugar, era bastante acolhedor e o mais importante era maior do que a sua casa então esperava não esbarrar muito em Alegra.

- Vamos subir as escadas, que eu vou te mostrar os quartos. - disse Alegra e as duas subiram.

- Meu quarto é ali a esquerda, o seu a direita. Meu quarto tá meio impossível entrar agora, então vamos entrar no seu, pode fazer o que quiser, pintar, trocar as coisas de lugar eu não me importo. - disse Alegra.

Malu gostou do que viu, havia uma cama de casal, uma televisão, um guarda-roupa e era muito maior que o quarto que ela dividia com Giovanna. Foi até a janela e a abriu, tinha uma vista linda para a cidade, ela ia gostar daquele lugar.

- Só uma coisa, só temos um banheiro ali no fim do corredor, vamos ter que dividir. - disse Alegra.

- Não tem problema, tô acostumada a dividir com 4 pessoas. - disse Malu.

Antes que ela terminasse de falar apareceu uma mulher loira apenas de calcinha e sutiã na porta.

- Bora gata? - disse ela.

Malu olhou horrorizada para aquela cena. Será que a mulher estava esperando por Alegra?

- Espera no quarto, como eu mandei já tô indo. - disse Alegra e a mulher saiu.

- Antes que eu esqueça, suas chaves, se precisar de mim só bater ali do lado. Seja bem-vinda irmãzinha da Giovana. - sorriu Alegra saindo dali.

Malu estava em choque se jogou na cama e ficou pensativa, onde ela tinha ido parar.

Resolveu arrumar suas coisas, separou roupas, dobrou e resolveu tirar um cochilo estava cansada da viagem.

Acordou e viu que já estava escurecendo, precisava dar notícias para sua família, resolveu ligar para Giovanna.

- Oi irmã, e aí chegou bem? - perguntou Giovanna.

- Cheguei tudo certo. - disse Malu.

- O que você achou da Alegra? - perguntou Giovanna.

- Uma completa maluca lunática, ela me recebeu nua na porta, que tipo de maluca faz isso? - indignou-se Malu.

- Eu falei que ela era doidinha. - disse Giovanna.

- Ela é maluca isso sim, e além disso ela é lésbica. - disse Malu.

- E qual o problema? - disse Giovanna.

- Nenhum, mas você podia ter me dito. - falou Malu.

- E que diferença faz a orientação sexual dela, o que isso ia mudar pra você? - disse Giovanna.

Silêncio do outro lado da linha.

- Você tem razão. - disse Malu por fim.

- E lembre-se ela tá te hospedando de graça, você sabe quanto é o aluguel na capital? Você devia ser um pouco mais grata. - disse Giovanna.

- Você tem razão, eu nem a agradeci por me hospedar. - disse Malu.

- Então trate de agradecer. - disse Giovanna.

- Diz pra mãe e o pai que eu cheguei bem. - pediu Malu.

- Eu digo irmã, e mais uma coisa por hipótese alguma se apaixone pela Alegra. - disse Giovanna.

- Do que você tá falando? Eu amo o Anderson e além disso eu gosto de homens. - Malu disse.

- É só um aviso, se cuida. - disse Giovanna desligando.

Malu mandou uma mensagem para Anderson dizendo que tinha chegado bem. 

Malu ficou pensando nas palavras da irmã, ela tinha sido péssima, nem agradecido a Alegra ela tinha agradecido. Precisava fazer alguma coisa e resolveu fazer um jantar para agradecer.

Foi na cozinha e resolveu fazer um strogonoff é o tipo de comida que a maioria das pessoas gostam. Abriu a geladeira e tinha uma infinidade de coisas, pegou o que precisava e começou a fazer.

Quando terminou resolveu por a mesa, não sabia se a mulher ainda estava com Alegra, mas supôs que sim. Procurou as coisas nos armários e colocou a mesa para três pessoas.

Depois de tudo pronto, subiu e foi bater no quarto de Alegra.

No segundo toque ela abriu, limpando a boca.

- Sim? - disse ela.

- Acho que eu ainda não te agradeci por me hospedar aqui, então como forma de agradecimento eu preparei o jantar. - disse Malu.

- Ah, daqui a pouco a gente desce. - disse Alegra.

- Tá bem. - disse Malu.

Malu desceu e ficou esperando, uns minutos depois Alegra que continuava de roupão desceu, com a mulher loira que estava também de roupão.

- Eu fiz strogonoff. - disse Malu.

- Isso engorda. - disse Alegra abrindo as panelas e olhando.

- Eu não sabia que você não gostava. - disse Malu.

- Só se você tivesse bola de cristal né? - disse Alegra.

- Não precisa comer se não quiser. - disse Malu.

- Que tal um mc Donalds? - disse Alegra e a mulher assentiu.

- Vou pedir então. - disse Alegra.

- Mc não engorda? - disse Malu baixinho.

- O que foi? - perguntou Alegra olhando para Malu.

- Nada. - disse Malu pegando seu prato e indo se servir.

- Vamos esperar na sala? - disse Alegra puxando a mulher e as duas saíram dali.

- A cara da comida parecia ótima. - disse a mulher.

- Foda-se, ela disse pra irmã que eu era maluca. - reclamou Alegra.

- Olha pra ela, Alegra, parece ter saído daqueles filmes da mocinha virgem que sai do interior pra capital. - disse Cris.

- Esse papel não cabe pra ela. Ela tem a língua bem afiada. - disse Alegra.

Cris virou os olhos.

- Ela me provocou agora vai receber. - disse Alegra.