Capítulo 28 - Promessa

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O beijo continuou e agora Malu estava pressionada na parede com o corpo de Alegra sob o seu. Malu não entendia como aquilo podia ser tão bom, era tão diferente do beijo de Anderson, ela sentia o corpo de Alegra era bem diferente de quando ela beijava Anderson. Alegra era quente, sua boca era macia, seu cheiro era inebriante.

Malu queria mais, ela precisava de mais, mas não podia, ela sabia que não podia, mas as mãos de Alegra passando pelo seu corpo. A mão de Alegra apertando a sua bunda. Era gostoso demais, mas aí ela lembrou da promessa, ela não podia, ela não podia.

- Não dá. - disse Malu saindo de perto de Alegra.

- Desculpa muito rápido? - disse Alegra ofegante.

- Não, quer dizer sim. Não, quer dizer eu quero, eu só não posso. - disse Malu.

- Não pode? - disse Alegra.

Malu suspirou.

- É uma longa história. - disse Malu.

- Eu sou toda ouvidos. - disse Alegra.

- Eu estava no ensino médio, era o último ano, eu trabalhei o verão todo pra ter dinheiro para viajar com a turma. No meio da viagem minha mãe ligou, meu pai tinha sofrido um acidente de carro e estava na UTI. Eu voltei correndo e ele estava entre a vida e a morte. - disse Malu se sentando no sofá.

- Eu não fazia ideia. - disse Alegra.

- Eu fui pra capela do hospital e pedi muito pela saúde dele. Prometi que se ele sobrevivesse eu ia seguir as normas da religião da minha mãe. Minha mãe sempre foi muito religiosa, quando pequena eu ia sempre com ela aos cultos, minha irmã depois de um tempo nunca mais foi e meu pai também não. Quando eu virei adolescente continuei indo com ela esporadicamente. Ela reclamava que eu estava me perdendo, mas eu tava na fase de adolescente mesmo e comecei a namorar um menino da escola, mas eram apenas beijos. Quando cheguei no hospital minha mãe estava transtornada e dizia que a culpa era nossa por ter abandonado a igreja e não ter fé. - contou Malu com lágrimas nos olhos.

Alegra se aproximou de Malu e segurou sua mão.

- Não precisa contar tudo se não quiser. - disse Alegra.

- Eu quero. Enfim, eu fui rezar na capela e fiz a promessa de seguir os preceitos da religião que envolvem, não beber, não ir a festa, sexo só depois do casamento, essas coisas. Eu sei que parece bobagem, mas no dia seguinte meu pai reagiu. Os médicos disseram que era um milagre, e desde então eu tento manter a promessa. - disse Malu.

- Eu não sei nem o que dizer. - falou Alegra.

- Eu já conhecia o Anderson, os pais dele eram da igreja e ele ia de vez em quando. Começamos a namorar e o resto da história você conhece. Eu sei que pode parecer bobagem, mas eu realmente acredito na minha promessa. - disse Malu.

- É a sua fé. Você não deve se envergonhar disso. - disse Alegra

- Eu sei, é só que você sabe. - disse Malu sem graça.

- Tá tudo bem, sério. - disse Alegra.

Malu não sabia o que dizer, ela queria muito, mas não podia descumprir a promessa não era certo com a saúde do seu pai.

- Eu quero, eu só não posso. Eu sei que você tá acostumada, mas... - tentou dizer Malu.

- Por que a gente não esqueci isso e só aproveita o nosso tempo juntas? - disse Alegra.

- Mas...- tentou dizer Malu.

- Mas nada, vamos aproveitar. - disse Alegra abraçando Malu que sorriu.

- Quer dormir agarradinha comigo hoje gostosa? - disse Alegra.

- Dormir, dormir? - disse Malu.

- Dormir, só que juntas e bem agarradas. - disse Alegra.

- Igual você fazia com o seu harém? - disse Malu.

- Ciúmes uma hora dessas? - disse Alegra dando beijos pelo rosto de Malu.

- Eu não tenho ciúmes já falei, eu só tô constando um fato. Segundo você mesma disse que nem sempre vocês transavam, as vezes só dormiam juntas. - disse Malu.

- Por que a gente não esqueci isso e só ficamos juntas? - disse Alegra.

Malu fez biquinho.

- Vem. - disse Alegra pegando Malu pela mão e as duas subiram as escadas e foram até o quarto de Alegra.

- Nem pensar. - disse Malu.

- O que foi? - quis saber Alegra.

- Sério que vamos dormir na mesma cama que você e todas aquelas mulheres que você trazia pra cá? - disse Malu.

- Tem ar condicionado. - disse Alegra.

- Vamos pro meu quarto. - disse Malu.

- Você é diferente de todas elas, sempre foi e sempre será. - disse Alegra.

- Eu não posso te dar as coisas que você estava acostumada com elas. - disse Malu.

- Eu só quero você independente de qualquer outra coisa. - disse Alegra.

- Eu também. - disse Malu.

As duas foram pro quarto de Alegra e deitaram na cama.

- Vou sentir saudades de você, mas também tô muito orgulhosa da profissional incrível que você é. - disse Alegra.

- Obrigada por toda a ajuda. - disse Malu.

- Eu não fiz nada, você fez tudo. Gostosa. - disse Alegra dando um beijo na bochecha de Malu.

As duas se aninharam na cama e Alegra ficou fazendo cafuné em Malu até ela adormecer.

Alegra ficou observando Malu dormir e admirando como ela era linda e agora era sua, toda sua. Ela esperaria o tempo que tivesse que esperar, só de saber que Malu era sua, seu coração estava quentinho. Deu um beijo na testa de Malu.

- Te amo. - disse Alegra beijando o cabelo de Malu.

- Eu também te amo. - disse Malu ainda sonolenta.

- Você tá acordada? - disse Alegra alarmada.

- Ainda não, mas ainda bem se não tinha perdido essa declaração. - disse Malu manhosa virando para Alegra e se aninhando em seu peito.

- Eu jurava que você estava dormindo. - disse Alegra.

- Já se arrependeu da declaração? - perguntou Malu de olhos fechados no peito de Alegra.

- Óbvio que não, você é incrível e eu te amo muito. - disse Alegra.

- Eu também te amo, Lelê. - disse Malu.

- Lelê? - riu Alegra.

- Seu nome é difícil pra um apelido, lelê lembra nenê, e você é a minha lelezinha. - disse Malu.

- E você é minha gostosa. - disse Alegra.

Malu levantou a cabeça e deu um selinho em Alegra e foram dormir.

Quando o amor bate à portaOnde histórias criam vida. Descubra agora