Capítulo 10 - Visita inesperada

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As duas estavam de volta para casa. Malu ainda rindo do absurdo de Alegra de achar que Tom, o melhor jogador do time de Candelária estava dando cima dela.

- De onde você tira essas coisas? - disse Malu.

- Por que você não aceita que ele estava dando em cima de você? - disse Alegra.

- Ele só deu o número porque eu falei que trabalhava na IPTV. Além disso é o Tom, uma lenda, você acha que ele não tem várias mulheres aos seus pés? - disse Malu.

- Primeiro que ninguém aqui conhece ele, eu já te falei, ninguém liga pra futebol americano aqui ele é só mais um. E outra você já se olhou no espelho? - disse Alegra.

- Aqui podem não dar valor mas em outros lugares dão. E o que tem a ver com se olhar no espelho? - disse Malu.

- Ele mora aqui, você viu no shopping ninguém liga pra ele. Você sabia que apenas de 1% a 2% da população mundial é ruiva? - disse Alegra.

- Você tá usando dados estatísticos ao invés de dizer que me acha bonita? - disse Malu.

- Você sabe que é bonita e sabe muito bem como esses caras gostam de ter o ego massageado. - disse Alegra.

- Que seja, eu tenho namorado e só isso que importa. Além disso eu não tenho essa autoestima que você acha que eu tenho. - disse Malu.

- Mas deveria. - Alegra disso.

Foram interrompidas com uma batida na porta.

- Deve ser um dos participantes do seu harém, vou indo deitar, valeu pelo filme. - disse Malu subindo as escadas sem esperar para ver quem era.

Alegra abriu a porta e pegou o pacote que era pra ela mesmo.

- Consegui os ingressos que você pediu. Todos nos fins de semana. - disse o homem.

- Obrigada Geraldo você é o melhor. - disse Alegra.

Alegra levou o pacote para o seu quarto e guardou. Ficou pensando sobre o dia que tivera e como gostava da companhia de Malu, ela era totalmente diferente de todas as garotas que ela já havia conhecido.

Mas ela sabia que Malu era apaixonada pelo seu namorado e isso não ia mudar, além disso ela já tinha percebido que Malu tinha muitas questões que precisavam ser desconstruídas e ela não pretendia ser professora de ninguém.

Pegou o celular e ligou para Erika, queria companhia e também queria evitar pensar naquelas questões. Rapidamente Erika chegou, Alegra pegou um vinho e as duas se trancaram no quarto de Alegra.

Malu estava deitada pensando no que ela poderia fazer para alavancar o futebol americano na cidade. Na sua cidade havia até um projeto social de Tom que tirava as crianças das ruas. Ela tinha feito uma pesquisa e não entendia porque o projeto não tinha dado certo ali, mas agora ela entendia.

O pessoal não valorizava o futebol americano, Alegra tinha razão.

Escutou o celular tocar e pegou, era uma mensagem de Anderson avisando que ia chegar na madrugada. Malu levantou e foi avisar Alegra. Chegou perto do quarto e escutou vozes, provavelmente o harém de Alegra e resolveu que não iria atrapalhar. 

Ao amanhecer Anderson chegou, Malu foi recebê-lo na porta.

- Que saudade. - disse Malu abraçando Anderson.

- Eu também. - disse ele abraçando Malu.

- Gostou do cabelo? Cortei. - disse ele.

- Tá lindo. - disse Malu

- Que casa enorme.- disse ele olhando a casa.

- É. - disse Malu.

- Com esse tamanho todo você nem deve esbarrar na garota que você divide a casa. - disse Anderson.

- Mais do que você imagina. - disse Malu.

Malu levou Anderson para conhecer o restante da casa, mas pediu para ele fazer silêncio porque não queria acordar Alegra.

- E aqui é o meu quarto. E ali o banheiro - disse Malu e Anderson entrou.

- É uma ótima casa, sua irmã tem uma grande amiga pra deixar você morar aqui. - disse Anderson.

- Verdade. - concordou Malu.

Os dois sentaram na cama de Malu e Anderson começou a contar sobre a viagem e como estava a sua carreira na empresa, contou que nos próximos meses viajaria para vários estados e estava muito feliz com o reconhecimento que estava recebendo do chefe. Anderson falou por horas e Malu acabou adormecendo. 

Alegra tinha deixado Erika dormindo e foi tomar banho, era domingo e ela pretendia sair e curtir a cidade. Tomou banho e viu que tinha esquecido de levar a toalha. Abriu a porta e observou o silêncio na casa, saiu caminhando nua até seu quarto. Ela não viu, mas Anderson estava saindo do quarto quando a viu e ficou observando fascinado. 

Anderson esperou Alegra entrar no seu quarto e entrou no banheiro, queria tomar um banho depois da viagem cansativa. Não conseguia tirar da sua mente, aquela mulher ruiva, com o corpo esculpido andando nua pela casa. 

- Que mulher. - disse ele assim que entrou no banheiro. 

- Uma deusa. - repetia ele no banheiro. 

Alegra tinha se vestido e estava procurando a sua escova de cabelo, acreditava que tinha esquecido no banheiro e foi buscar. A porta do banheiro estava entre aberta e ela nunca imaginou que Anderson já tinha chegado. Assim que abriu a porta para pegar a escova viu ele escorado com uma mão sobre a lajota do banheiro e a outra mão ele estava batendo punheta com os olhos fechados. 

Alegra viu aquela cena e durante alguns segundos ficou sem entender, até se dar conta que era o namorado de Malu. Ele estava tão concentrado no que estava fazendo que nem percebeu Alegra abrir e fechar a porta.

- Que cara sem noção. - disse Alegra saindo dali. Que tipo de cara se masturba em uma casa desconhecida com a porta aberta?

Alegra desistiu de pegar a escova e voltou ao quarto, Erika continuava dormindo. Alegra ficou lembrando das palavras de Malu que ela e a Anderson não ligavam tanto para sexo e não costumavam se masturbar. Pelo jeito Anderson não levava aquilo muito a serio. Alegra ficou intrigada com aquele cara e resolveu prestar atenção. 

Quando o amor bate à portaOnde histórias criam vida. Descubra agora