Capítulo 33 - Rotina

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Era o último o dia das olimpíadas, a equipe estava se preparando para o fechamento. Estavam todos reunidos na sala de reunião do hotel. Malu estava sentado ao lado de Charlote quando Mônica pediu a palavra.

- Bom pessoal, queria agradecer a vocês pelo excelente trabalho e dizer que foi um prazer trabalhar com tantas pessoas competentes. Fui promovida a diretora geral. Gostaria de agradecer o carinho e dar os parabéns para Maurício que agora será o supervisor da parte esportiva. - disse Mônica.

- Fodeu. - disse Charlote ao lado de Malu que nada disse.

Os aplausos invadiram o ambiente.

- Obrigado pessoal, gostaria de dizer que nada vai mudar, vamos apenas continuar o bom trabalho da Mônica. Fomos líderes de audiência nessas olimpíadas. - disse Maurício e todos aplaudiram.

- Continuar o bom trabalho, voltado para os homens só se for. - cochichou Charlote.

Malu estava alheia a única coisa que ela queria era chegar em casa e abraçar Alegra. Estava morrendo de saudades e  embora soubesse que tinha feito um bom trabalho, a saudade falava mais alto.

- Prepare-se começamos a batalha. - disse Charlote.

- Você acha que vai ser tão ruim assim? - perguntou Malu.

- Ele é apenas um machista, sexista. Você nunca reparou? - ironizou Charlote.

- Na verdade não, eu nunca reparei. - disse Malu.

- Ele só trabalha com equipes masculinas e os boatos sobre a Mônica ter chegado onde chegou por estar transando com o diretor, quem espalhou os boatos foi ele. - disse Charlote.

- Isso é ridiculo, serio. - disse Malu. 

- Prepare-se para o que vem por ai. - disse Charlote.

As duas foram para seu quartos arrumar as coisas, pois voltariam para casa. Malu não avisou Alegra, queria fazer uma surpresa. Assim que chegou no aeroporto pegou um táxi e foi direto para a casa. Chegando lá, não encontrou ninguém e resolveu mandar mensagem para Alegra.

- O que você esta fazendo? - enviou Malu sem dizer que já estava em casa.

- Vim almoçar com a Sandra e você ansiosa pra voltar para casa? - enviou Alegra.

Malu que estava entrando no banho, resolveu fazer algo inédito, que ela sempre teve vontade, mas nunca coragem. Tirou uma foto pelada, mas sem mostrar o seu rosto e enviou para Alegra.

- Te esperando em casa. - enviou Malu e Alegra não respondeu mais. 

Cerca de 20 minutos depois, Malu estava deitada no sofá vendo tv quando Alegra chegou voando em casa.

- Meu Deus, você quase me matou. - disse Alegra indo até Malu e a abraçando.

- Serio? Por quê? - riu Malu se fazendo de desentendida. 

- Sua gostosa, safada. - disse Alegra pulando em Malu e a enchendo de beijos.

- Você é linda sabia? - disse Alegra olhando nos olhos de Malu.

- Você também é Lele. - disse Malu.

Malu nunca ia se acostumar com Alegra sendo sua, as borboletas no estômago nunca iam embora. E ela amava a sensação de estar nos braços de Alegra.

As duas passaram o dia grudadas, não se separaram nem na hora de tomar banho. Como Malu estava cansada da viagem Alegra estava procurando um restaurante novo que queria apresentar para Malu. Alegra sentada com o celular na mão enquanto Malu estava deitada com a cabeça no colo de Alegra.

- Eu quero que você tenha as melhores experiências gastronômicas. - disse Alegra e Malu sorriu.

Malu ouviu seu celular tocando e levantou para atender.

- Oi filha. - disse Katia.

- Oi mãe. - disse Malu sem jeito e indo para o quarto.

- Voltou bem de viagem? Anderson perguntou por você. - disse Katia e Malu bufou.

- A viagem foi boa mãe. - disse ela por fim.

- Não esquece do meu aniversário no final de semana vou te esperar. - disse Katia na defensiva.

Malu olhou no calendário, ela tinha esquecido completamente, o aniversário da sua mãe seria no sábado.

- Vou estar aí não se preocupe. - disse Malu.

- Traz a tua amiga, a que te emprestou a casa. Quero agradecer ela e conhecer também. - disse Katia.

Malu ficou sem reação, mas não tinha como a mãe dela saber de nada.

- Tá, se ela não tiver compromisso. - falou Malu.

- Vou arrumar um colchão, já vou comprar tudo e deixar preparado você pode dormir no quarto do João e ela no seu. - disse Katia.

- Eu vou perguntar se ela pode. - disse Malu.

- Então tá resolvido espero vocês sábado, se quiserem carona eu peço pra sua irmã buscar vocês. - disse Katia.

Malu sabia que não adiantava discutir, Katia não ia ouvir, então resignada ela fez o que ela mais sabia, apenas concordou.

Desligou o celular e ficou pensando como ela poderia convidar Alegra para ir. Caso ela quisesse ir teria que ser apenas como amigas e ela não sabia se Alegra se prestaria a esse papel, depois de tudo que passou com os pais para se assumir.

Malu ainda não tinha coragem de contar tudo para sua família, ela precisava de um tempo. Resolveu que ia aproveitar o resto da noite e no outro dia conversaria com Alegra sobre aquilo.

Desceu as escadas e voltou ao sofá deitando no colo de Alegra.

- Já decidi, comida chinesa, a melhor da cidade. - disse Alegra.

Malu assentiu.

- O que foi? Tá com uma carinha. - disse Alegra.

- Minha mãe, como sempre. - disse Malu.

- Quer compartilhar? - perguntou Alegra.

- Na verdade não, só queria carinho mesmo. - disse Malu.

- Ah meu amor que mimosa. - disse Alegra beijando a testa de Malu e iniciando um cafuné.

- Só vou concluir nossa janta e depois eu sou todinha sua. - disse Alegra.

Malu fechou os olhos e abraçou Alegra pela cintura.

- Como foi lá com a Sandra? - perguntou Malu.

- Foi bom, ela é uma ótima companhia, as vezes me sinto culpada por não ter ido mais seguido lá. Só comecei a ir por causa de você. - disse Alegra.

- Fico feliz em ajudar. - disse Malu.

- Você não só me ajuda, me faz ser uma pessoa melhor. - disse Alegra.

- Não fala essas coisas. - disse Malu.

- Por quê? É a verdade. - disse Alegra.

Malu deixou escapar uma lágrima e a abraçou.

- Eu te amo, nunca duvide disso. - disse Malu.

- Eu não duvido e eu também te amo muito. - disse Alegra beijando Malu.

- Será que a comida vai demorar muito? - perguntou Malu.

- Não sei, mas podemos fazer várias coisas até ela chegar. - sorriu maliciosamente Alegra.

Quando o amor bate à portaOnde histórias criam vida. Descubra agora