Capítulo 15 - Chuva

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Malu já acordou mal do corpo e espirrando. Tudo que ela precisava uma gripe depois do dia anterior que começou com uma notícia boa e terminou com uma briga com Alegra. Ela tinha decidido, iria alugar um lugar pra morar nem que fosse um kitnet, mas continuar morando ali estava fora de cogitação.

Tomou banho e foi trabalhar.

- Sua cara tá péssima. - disse Charlote.

- Acho que vou pegar uma gripe. - disse Malu.

A equipe foi designada para gravar no campo de futebol americano, Tom ia mostrar as dependências e Malu deveria gravar e editar para postar a matéria no site.

Assim que viu Malu, Tom veio abraça-la. Não tiveram muito tempo para conversar porque a equipe queria gravar rápido antes que a chuva começasse a cair.

Tom foi muito solícito mostrando todas as dependências e falando da expectativa de conseguirem o título naquela temporada.

- Obrigada por acreditar no nosso potencial, desde que a matéria foi ao ar as coisas estão melhorando. - disse Tom.

- Obrigada a você por se disponibilizar a  ajudar na matéria. - disse Malu enquanto a equipe a chamava para irem embora.

- Não vou esquecer que você ainda me deve um café ou um jantar, você escolhe. - disse Tom.

Malu sorriu, mas não disse nada.

Voltaram a emissora abaixo de chuva que começou a cair forte na cidade.

No fim do expediente, a chuva já castigava a cidade.

- Tem pontos de alagamento. - disse Charlote olhando pela janela.

- Vou ter que ir de uber para casa. - disse Malu.

- Boa sorte se você conseguir um. Tá uma loucura três já cancelaram vou ter que ir de ônibus. - disse Charlote se despedindo.

Malu estava ainda mais cansada, sentia que tinha sido atropelada por um caminhão só queria sua cama e não parava se espirrar.

Foi até o ponto de ônibus mas só de chegar até lá já estava encharcada. O motorista do ônibus informou que eles teriam que descer duas paradas antes porque as ruas estavam impossíveis de entrar.

Malu desceu e abriu seu guarda-chuva e depois de alguns passos ele se virou e quebrou por causa do vento. Ela desistiu do guarda-chuva e foi caminhando sem nada. Tremia de frio, e o caminho que não era tão longo se tornou uma tortura.

Chegou em casa pingando e tremendo todos os ossos do corpo. Abriu a porta já imaginando sua cama.

Alegra tinha escutado os trovões e a chuva que não parava, pensou em ir buscar Malu e pedir desculpas, mas acabou não indo e ficou andando pela casa preocupada.

Assim que a viu Alegra veio correndo com uma toalha.

- Você é maluca? Tá completamente ensopada. - disse Alegra entregando a toalha.

Malu não tinha nem forças para discutir apenas pegou a toalha em meio aos tremores.

Vendo que ela não respondeu Alegra ficou alarmada.

- Você tá bem? - perguntou Alegra.

- Só preciso deitar. - disse Malu.

- Você precisa de um banho quente. Vou ajeitar a banheira. - disse Alegra.

Malu assentiu e continuou tremendo.

- Tira essa roupa molhada, você vai ficar doente. - disse Alegra.

Malu caminhou lentamente até o seu quarto e tirou a roupa molhada ficando apenas de calcinha e sutiã.  Não parava de tremer e sentir frio.

- Banheira tá quentinha. Entra lá. - disse Alegra.

- Obrigada, você não precisava ter feito isso. - disse Malu entre tremores.

Malu foi e entrou na banheira.

Alegra ficou na sala esperando. Uns minutos depois, Malu já estava no seu quarto tapada.

Alegra foi verificar como ela estava e tocou a testa de Malu.

- Você tá ardendo em febre. Vou chamar um médico. - disse Alegra.

- É só uma gripe um remédio e eu fico bem. - disse Malu.

- Não interessa. - disse Alegra chamando um médico.

- Quer ficar no meu quarto? Eu ligo o ar no máximo, ajuda a passar o frio. - disse Alegra.

- Pode ser. - disse Malu tremendo.

Alegra a ajudou a deitar e ligou o ar no quente. Não demorou muito para o médico chegar, ele examinou Malu e deu um remédio para febre e outro para gripe.

- Repouso e muito líquido. - disse o médico.

Alegra agradeceu. Ligou para a farmácia para comprar os remédios, mas eles não estavam entregando. Como estava com pressa foi ela mesma comprar. Como as estradas estavam alagadas teve que ir a pé. Voltou complemente molhada.

Alegra foi dar os remédios para Malu tomar. Malu não sabia se estava alucinado por causa da febre, mas achava ter visto Alegra toda molhada dando os remédios para ela.

Com Malu medicada, Alegra tomou um banho quente e foi tentar preparar uma sopa para Malu comer. O médico disse que ela precisava de líquidos. Sopa era uma boa pedida.

Procurou no Google, era só cortar vegetais e jogar na água, não era difícil. Cortou e deixou fervendo. Foi verificar Malu de novo, ela continuava dormindo e o quarto parecia um forno.

Terminou de cozinhar e deixou a sopa esfriar. Quando voltou ao quarto, Malu estava destapada e pingando suor, a febre tinha baixado.

- Ei. - disse Alegra.

- Eu tô pingando, acho que sujei seus lençois. - disse Malu.

- Isso é o que menos importa. Como você se sente? - perguntou Alegra.

- Cansada, e precisando de um banho. Mas o frio passou. - disse Malu.

- Que bom, quer ajuda ou você consegue tomar banho? - disse Alegra.

Malu ficou sem graça e as bochechas ficaram vermelha.

- Eu consigo, obrigada. - disse Malu.

Malu foi e tomou outro banho, nesse meio tempo Alegra trocou as roupas de cama.

- Fiz uma sopa. É bom pra gripe, o médico disse. Deita aí eu vou trazer. - disse Alegra.

Malu deitou e desligou o ar.

Alegra voltou com uma bandeja com a sopa em uma cumbuca. Malu colocou a sopa na boca e estava um pouco salgada e os vegetais duros.

- Muito boa. Obrigada. - disse Malu tomando outra colherada.

- Primeira vez que eu fiz. Ainda bem que acertei- disse Alegra.

- Acho que já vou pro meu quarto. Já me sinto melhor. - disse Malu.

- Acho melhor não, a febre pode voltar, aqui tem ar condicionado você pode usar. Além disso eu posso dormir no chão.- disse Alegra.

- Pode usar a minha cama ou dormir aqui, sua cama é de casal e enorme, muito eu dividi a cama com a Giovanna. - disse Malu.

- É melhor eu dormir na sua cama. Deixa você mais confortável. - disse Alegra.

- Você quem sabe. - disse Malu.

Alegra ficou pensativa não sabia o que fazer.

Quando o amor bate à portaOnde histórias criam vida. Descubra agora