Devaneios de Saudade

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Tem dias que eu paro e só sinto o vazio,
um buraco aberto que sangra lembranças,
o tempo pesa como chumbo na alma,
e cada segundo é uma faca cravada.

Teu sorriso? Fantasma que me tortura,
aparece e some, me engana e desaparece,
palavras que prometiam abrigo
viraram silêncio cortante na garganta.

A saudade aperta, nó que estrangula,
um peso que afunda e não me deixa respirar,
teu amor virou ferida aberta,
um grito mudo preso no peito.

Sonhos mortos, planos enterrados,
a esperança jogada no lixo do esquecimento,
e eu aqui, arrastando o que sobrou,
a dor crua, nua, sem maquiagem.

As risadas se transformaram em ecos frios,
segredos viraram sombras longas,
memórias que são faca sem cabo,
ferem, cortam, não cicatrizam.

Quando a tristeza me toma,
e a solidão vira meu único teto,
procuro em ti uma luz que já se apagou,
e só encontro escuridão,
um abismo onde me perco,
sem chão, sem ar, sem você.

_Daiki

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