O silêncio da manhã sombria e nublado, foi quebrado quando S/n abriu seus olhos, encarando o teto arenoso recordando dos momentos que ela e Nanami tinham vivido horas anteriores. Sentou-se na cama macia e quente, o cobertor grosso de lã caiu de seu corpo revelando marcas de tonalidades diferentes e uma mordida que recebeu do vampiro. Virou sua cabeça lentamente, ainda com a letargia abraçando seu ser para o outro lado da cama. Encontrando somente uma rosa negra com suas pétalas de veludo, quando a luz batia revelando uma cor de brasas. Ao levar seus dedos para a rosa, notou o bilhete ao lado da mesma. Esticou-se para pegar o papel poroso, tom cremoso com letras perfeitamente escritas em tinta escura, a fez sorrir como uma menina apaixonada:
"Perdão, minha dama. precisei resolver alguns problemas com outros dirigentes. Como pedido de desculpas deixei esta rosa, pois ela me lembra você" — A caligrafia belamente escrita a deixou boba, pegou a flor em suas mãos. Notando que estava sem espinhos (todos foram tirados). Olhou outra vez para a cor que mudava sempre que alguma luz tocava suas pétalas para um vermelho profundo. Distante da realidade, só despertou quando ouviu a voz de Ana a chamando de seus devaneios apaixonados.
Virou para a vampira, sentindo um ardor em suas bochechas, cobriu-se rapidamente e observou a outra chamar as empregadas para preparar um banho morno. Ana batia seu leque nas mãos, conversando com as outras vampiras em seu idioma natal, estranhamente algumas palavras conseguia entender, o resto não. Algumas delas se aproximaram da cama a ajudando para ir ao banheiro tomar um banho com infusão de rosas e lavanda, com rodelas de limão e laranjas flutuando na água morna. Entrou sentindo todo seu corpo relaxar, deixando a sozinha sua mente vagou para o vampiro, o general que muitos humanos amavam. Sorriu como uma adolesente boba e apaixonada, ouviu passos quando levantou sua cabeça viu Ana parando ao seu lado na banheira.
— Como está o banho, S/n? — A vampira vagou suas esferas brilhantes e rubras sobre o corpo humano, escaneando para ver se tinha algum osso quebrado. Ouviu um suspiro aliviado sair dos lábios da mais velha. — Ah, pelo menos, Nanami teve a decência de se controlar e não quebrar nenhum osso. O mínimo!
— Você... Sabe? — Ana gargalhou dando de ombros.
— Sim, todos os vampiros sabem! Você tem o cheiro dele por todo seu corpo. Porém, não se preocupe com esse detalhe, apenas descanse. — Falou solenemente para S/n, que acenou rapidamente concordando. Viu a mulher girar seus calcanhares para a deixar sozinha novamente, algumas empregadas entraram mais tarde para a ajudarem a sair da banheira e a vestir. Mesmo que tenha se passado meses naquele lugar, ainda se sentia estranha como era cuidada.
A solitude a invadiu outra vez quando caminhou para a janela observando o tempo nublado com o brilho dos raios entre as grossas nuvens no céu. Havia uma camada de bruma sobre o campo, criando uma sensação horrenda como os contos dos padres de sua antiga cidade. Passou a mão seu sem vestido azul com detalhes em dourado, suspirou e andou pelo quarto caminhando até a frente da porta. Abriu e resolveu andar um pouco pela abadia e comer alguma coisa. As cores vermelhas do luau sumiram, voltando a atmosfera fúnebre e melancólica dos dias anteriores. As habituais cores da família cobriam as paredes do local, a única diferença que notou no corredor foi a retirada das mobílias e quadros dando um ar soturno e assustador mesmo com a claridade do dia, a luz não chegava em certos lugares obscuros.
Algo estava esquisito, o frio flutuava a cada passo que dava andou apreensiva como se estivesse sendo observada. Virou para trás do corredor vazio, fechou seus olhos por um efêmero momento e aos abri-los encarou uma escuridão que parecia escorrer para ela. Caminhou sem olhar para onde andava, tentou fugir da névoa negra que parecia ser atraída para ela. Sem olhar para frente, não notou os degraus da escada, quando recobrou sua visão, pisou em falso e segurou com força no corrimão, respirando em pânico seu coração estava acelerado. Parou virando para trás e tudo estava como antes, sem a nuvem gasosa e escura que corria em sua direção, desapareceu — talvez, fosse coisa da sua cabeça —. Esperou alguns segundos antes de descer a escada ainda agitada com que acabou de acontecer.
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Vendida - Imagine Nanami Kento.
Hayran Kurgu[Dark fic] [baixa fantasia] S/n, foi vendida para um dos generais do Império vampiro, que estava governando a Normandia depois que o antigo governador foi deposto, Nanami Kento. É um dos melhores generais do império noturno, quando ele sentiu o chei...