Contos de horror para ler antes de morrer.
Escritos por: Lucas Pinheiro, João R. C. Melo, Marcio Vinicius, P. W. Oliveira, Brenda Zaninetti, Vinne Camargo, Leanderson Moreira e Jaime Pinheiro.
Na ala infantil do Orfanato St. Joseph a paz prevalecia enquanto as crianças brincavam no parque, permitindo que Sienna e Riley passassem um tempo de qualidade com o tão adorado Mike.
— No meio do deserto de Simpson existe uma região que nem mesmo os animais conseguem acessar de tão arenoso. Desperto de um sono milenar, o dono dos segredos da humanidade e mais antigo que os povos aborígenes, o eremita vive escondido dentro de seu mágico castelo de areia.
O adolescente gesticulava para impressionar as crianças.
— Os quadros falam, existem muitas jóias, cores e guardiões que cuidam da entrada com tanto cuidado. Dentro do castelo, habita uma linda princesa com vestido rosa, ela é a responsável pelas lindas pinturas! — Pegou a pequena Sienna de cabelo bagunçado no colo e rodopiou. A menina riu se divertindo.
— E o príncipe, que é o maior surfista do mundo, ele é tão bom, que surfa até nas ondas de areia do deserto! — Pegou Riley e rodopiou em movimentos mais radicais, finalizando com o menino aventureiro de ponta cabeça no seu colo.
— Desde a chegada da princesa e do príncipe, o eremita nunca mais viveu na solidão. — Sentou-se no chão ofegante da brincadeira, mas rindo feliz junto com as crianças. — Na minha história, vocês dois sempre serão os protagonistas.
Energéticos no chão, os gêmeos riam animados. A referência de amor para eles era Mike, que cuidava, brincava e se preocupava tanto com os pequenos, ele era pai, mãe e irmão mais velho, mesmo sendo apenas um adolescente de 17 anos sem vínculo sanguíneo com os dois. Seu coração adotou os pequenos e essa conexão nunca acabaria, assim como a areia de Simpson e do fantasioso castelo no meio do deserto idealizado pelo jovem.
Atualmente - Gracetown, Australia Ocidental
Os longos cabelos de Sienna se movimentavam no ritmo do carro que a conduzia para a nova casa. A paisagem que era deixada para trás conforme o veículo avançava trazia o ar de convencimento que finalmente a mulher poderia recomeçar sua vida, por mais que tentasse absorver essa ideia, o ar não chegava nem perto de entrar em seus pulmões, muito menos coração ou cérebro. Tudo continuava dominado pela melancolia.
Riley constantemente observava a irmã pelo retrovisor, era bom ter Sienna por perto, mas sentia-se preocupado com o que fez sua gêmea trocar de continente de forma tão repentina. Percebia ela mais magra, pálida e com o brilho ofuscado, doía a ver assim e isso transparecia em seus olhos.
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— Era para eu ser uma artista. — Sienna quebrou o silêncio com um sorriso triste e depreciativo, debochando de sua própria angústia.
Evitava olhar para o irmão, temendo reprovação, permanecia em sua auto-reflexão admirando a ausência de prédios ao redor da estrada. Tudo era o oposto de Nova York, Gracetown era dominada pelo verde, pela areia e principalmente pelo mar. As ondas falavam mais alto do que a população, quem comandava era apenas a natureza, não as grandes corporações.