Escrito por Leanderson Moreira
Mini Mart, algum lugar na Califórnia. Começo da tarde.
Passava um pouco do meio-dia, o horário combinado pelo grupo. Kimberly abraçou a mochila contra o corpo, sentindo-se ansiosa. O posto de gasolina de beira de estrada estava completamente vazio, com exceção dela e do atendente da loja de conveniências, um sujeito mal humorado que sequer respondera o "boa tarde" da garota.
Por um breve momento, Kimberly arrependeu-se daquela ideia. Pensou em voltar para casa e enviar uma mensagem de desculpas para a irmã, mas o ônibus que a trouxera até ali só voltaria a passar no começo da noite. O que era mais perigoso? Continuar esperando naquele lugar inóspito ou seguir com o plano original?
Kimberly encontrara o casal que oferecia a carona através do Facebook. Romeo e Pia eram os nomes deles, e os dois pareciam boas pessoas, se as fotos que postavam no Instagram fossem honestas. Além disso, Romeo era um homem negro, o que deixava Kimberly um pouco mais confortável.
Kimberly, Romeo, Pia e outros três jovens combinaram de se encontrar em lugares distintos. Aquela carona era vantajosa para todos, do ponto de vista econômico, o que representava a única chance de Kimberly conseguir comparecer ao aniversário da irmã.
A jovem estava distraída com os próprios pensamentos quando ouviu a buzina. De maneira instintiva, Kimberly deu um pulo, assustada, e sentiu-se imediatamente envergonhada. Olhou para a estrada e percebeu a minivan, rezando para que o grupo dentro do veículo não tivesse visto aquela cena deplorável.
O carro foi diminuindo em velocidade até estacionar próximo de onde Kimberly estava. A primeira pessoa que a garota viu foi o motorista, Romeo. O homem acenou gentilmente e desceu do carro. Ele estendeu o braço na direção de Kimberly e a garota apertou a mão dele.
- Prazer em conhecê-la, Kimberly. Quero dizer, oficialmente.
- O prazer é meu, Romeo.
Pia se aproximou em seguida, mas ao contrário do namorado, ela abriu os braços para um abraço. Kimberly não gostava muito de contatos físicos, especialmente com estranhos, mas decidiu não ser rude. Quando elas se afastaram, Kimberly perguntou:
- Eu sou a última?
Pia e Romeo confirmaram.
- Depois daqui a nossa próxima parada vai ser para deixar o Gabby no destino dele.
Kimberly observou o segundo rapaz desligando um videogame portátil que tinha em mãos e seguindo na direção dela.
- O meu nome é Gabriel, mas todo mundo me chama de Gabby.
- Eu sou a Kimberly, muito prazer.
Romeo colocou as mãos na cintura e olhou ao redor.
- Eu só vou comprar uma água e nós podemos partir, tudo bem?
- Você não vai fumar né? - Pia questionou.
Romeo tateou os bolsos da jaqueta e entregou um isqueiro para a namorada.
- Não sem isso.
Pia abriu um sorriso irônico e devolveu o objeto para o namorado.
- Eu confio em você.
Romeo beijou a testa da namorada e seguiu em direção à loja de conveniências.
- Bom, eu vou aproveitar para mijar.
Quem disse aquilo não foi nenhum dos que já estavam fora do veículo, mas uma garota loira que descia da minivan naquele momento, com uma mochila nas costas. Ao contrário dos outros, ela não se apresentou, limitando-se a acenar com a mão na direção de Kimberly. A outra jovem acenou em retribuição e a loira desapareceu para dentro da loja de conveniências.
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The Wicked Tales
HororContos de horror para ler antes de morrer. Escritos por: Lucas Pinheiro, João R. C. Melo, Marcio Vinicius, P. W. Oliveira, Brenda Zaninetti, Vinne Camargo, Leanderson Moreira e Jaime Pinheiro.