capítulo 8

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POV PEDRO

Mantenho minha mão esticada, olhando com desdém para a face do príncipe, de fato, Larissa fez o que durante muitos anos eu tinha em mente. Socar a cara desse metidinho de merda.
Não nego que o herdeiro está me encarando com o mesmo sentimento, sentimento de nojo.

Não sei muito bem de onde surgiu esse sentimento de raiva, mas sei que prevalece em mim há anos. É um sentimento estranho, esquisito. Sentia um misto de emoções quando via ele na tv, rancor, nojo, impotência, e o mais ridículo era minha mãe falando que ele era um “gatinho” e o que me deixava ainda mais furioso é que não podia negar, o desgraçado é um puta gato. Mas enfim, vê-lo pessoalmente, me faz ter tremores desagradáveis, acredito que seja excesso de rancor guardado.

Como ele me olha de cima a baixo e não faz menção de retribuir meu cumprimento, abaixo a mão.

-Melhor arrumar esse irrigador, não vai querer voltar pra aquela imundice antes mesmo de conseguir uns trocados, não é jardineiro?. - seu tom de voz é esnobe, e seu sorriso cruel. Definitivamente a sensação estranha, é ódio, e o ódio que eu sentia por ele, multiplicou. -Ou você está tão acostumado com aquela situação de merda que não vai ser capaz de se acostumar com os luxos da um? - ele fala com deboche.

-Melhor voltar pra sua vida luxuosa então príncipe. - aponto para o pavilhão. -Eu consigo sobreviver uns anos aqui, mas você… - faço o mesmo que ele, o olho de cima a baixo com desprezo. -Se não é capaz de aguentar uma água fria. - balanço os canos do irrigador. -Quem dirá passar uma noite como um sete. - falo isso e volto a pisar na água da fonte, fazendo questão de pisar fundo, para que mais água saia dela.

Sinto o príncipe bufando, mas assim que olho para trás, não o vejo mais. Acabei de criar uma rivalidade com o dono da moradia.
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POV JÃO

Nem me dou o trabalho de fechar as portas do pavilhão, sigo em direção aos corredores que me levam até a sala de descanso, vou acabar de uma vez por todas com essa palhaçada.

Nem bato na porta, fazendo com que todas as garotas presentes na sala me olhem assustadas, mas logo os olhares passam de assustados para admirados.

-É a terceira vez que você ent… - antes que Gio termine a frase, aponto para o corredor.

-Aqui fora, agora. - meu tom é sério, nada irônico ou brincalhão. A cada dia que passa me pareço mais com ele… me pareço mais com meu pai.

Gio me obedece, aproveita e fecha a porta para que as curiosas de plantão não ouçam nossa conversa.

-Você tem 20 minutos para fazer aquele jardineiro sumir. - falo e ela começa a rir.

-Você tá puto porque ele confundiu você com uma planta? - ela fala apontando para minha roupa molhada.

-Giovana, não estou de brincadeira. - falo e ela percebe o quão sério estou. -QUERO ESSE INFELIZ FORA DO MEU CASTELO. - aumento meu tom de voz, fazendo ela cruzar os braços.

-Abaixa a bola João Vitor, o contrato com o jardineiro já está assinado. - ela fala calmamente. -E outra, quem denomina quem fica ou não aqui, ainda é seu pai, o Rei! - ela dá ênfase ao falar de meu pai.

-Certo… - falo envergonhado. -Mas faça algo, não quero me encontrar novamente com aquele treco. - falo e ela revira os olhos.

-Que tal voltar para o seu quarto? - ela sugere. -Se você tivesse me escutado, não teria acontecido isso. - ela aponta para meu corpo.

AU PEJÃO- foge comigo?Onde histórias criam vida. Descubra agora