CAPÍTULO 21

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POV PEDRO

São 18 horas e enquanto estava podando as inúmeras roseiras do jardim central, vejo um tumulto começar. Guardas correndo, garotas gritando, serviçais desesperados e um som estridente vindo das regiões da casta 4. Mas que diabos…

Por impulso de ver todos correndo, tomo a decisão mais sensata que é fazer o mesmo, corro em direção a área que os empregados utilizam para entrar na ala dos serviçais. Preciso encontrar Malu, que em uma hora dessas deve estar no ateliê.

Corro em meio ao caos que está acontecendo nos estreitos corredores da ala, esbarro em algumas senhoras que me fuzilam com o olhar, consigo perceber onde seus olhos percorrem e imediatamente coloco a mão na região do pescoço.

-Malu - falo abrindo a porta e me deparando com a sala vazia. -MALU. - grito e recebo o silêncio como resposta. Entro na sala e começo a procurá-la atrás das cortinas, no provador e até dentro do armário. -MALUU. - grito desesperado, onde ela foi parar?

-O que você pensa que está fazendo? - Carlos fala parado na frente da porta, evitando ser derrubado pela correria dos demais serviçais.

-Malu, onde está? - digo olhando ele. -Ela sumiu, o que tá acontecendo?

-Vai com calma. - ele diz entrando na sala e fechando a porta. -Ela deve estar bem, escondida em algum canto, coisa que você - ele fala apontando para mim. -Também deveria estar fazendo.

-Mas.. - falo pondo minhas mãos sobre a cabeça. -Não tem perigo dos rebeldes invadirem aqui de novo, né? - pergunto lembrando que as sirenes tocam nas castas em caso de ataque. Quando houve o ataque na casta 6, dava pra ouvir os barulhos da minha casa.

-Não garanto nada, por isso é bom se esconder… - ele aponta para a porta. -As passagens secretas pras salas escondidas dos serviçais é logo virando o corredor.. Precisamos ir. - ele fala e eu nego com a cabeça.

-Não posso deixar Mal.. - sou interrompido

-E se ela estiver lá embaixo? - ele diz.

-E se não estiver? - pergunto e ele revira os olhos.

-Só vai descobrir se ir lá. - ele diz abrindo a porta. -Vamos Pedro.
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A ideia de estar descendo mais um lance de escadas abaixo do subsolo me assusta, me sinto sufocado, como conseguiram fazer essas passagens secretas pro subsolo, sendo que já estamos no subsolo? Que coisa de louco.

-É aqui. - Carlos fala indicando a porta de ferro entre aberta.

Assim que entro sou alvo de muitos olhares, as garotas que trabalham me fitam com olhares tímidos, as senhoras me olhando com desdém e alguns garotos possuem sorrisos escondidos em um olhar de malícia.
O que diabos está acontecendo? Não é como se eu fosse algo além do que eles são.

Procuro Malu em meio a escuridão mas não a encontro, minha preocupação volta à tona, mas saio do transe quando Carlos diz.

-As fofocas correm à solta. - Carlos bate em meu ombro e me conduz até seu grupo de amigos, que é composto por 3 garotas e 4 garotos.
Ele me apresenta para todos e nos sentamos no chão.

-E então, como é ser amigo do príncipe? - uma garota fala animada, devido a falta de claridade não sei como é sua aparência.

-Ah. - digo percebendo o porquê de ter sido convidado para a rodinha. -É.. normal

-Ah vai nessa. - outro garoto responde. -Nós nunca dirigimos a palavra a ele, conta direito pra gente Pedro.

-Ele é legal, é tipo.. - procuro palavras pra descrever. -Ele me trata como vocês, não tem muita diferença, tirando as roupas caras. - falo com uma risada amarela.

AU PEJÃO- foge comigo?Onde histórias criam vida. Descubra agora