CAPÍTULO 25

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POV PEDRO

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POV JÃO

O barulho ensurdecedor do despertador toca e eu ainda não preguei o olho pensando na noite anterior, em como um segundo pode mudar o rumo de uma história inteira. Como pode isso? Estávamos nessa mesma cama, quase nos tornando um só, e agora, estou sozinho, sentindo o molhado em meu rosto das lágrimas. Eu estraguei tudo e Pedro nem ao menos deixou eu me explicar… ele falou coisas e eu também, falei coisas imbecis na tentativa de fazê-lo ficar, só piorei tudo.
Me levanto e vejo o estado do meu quarto, todos os resquícios da noite passada, aqui. O pacote de camisinha ainda está no chão, perto da varanda ainda há os vasos quebrados… meu Deus, o que foi que a gente fez…
Vou em direção ao closet, vejo a blusa do Taz jogada no chão. A pego e a cheiro… o cheiro dele está na blusa. Para João Vitor, isso já é tortura. Deixo a camisa em cima da bancada e busco por um terno, se Pedro quer um metido de merda, é o que ele vai ter. O príncipe.
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-Está atrasado. - Maria fala assim que cogito abrir a porta do escritório do meu pai.
-E essa roupa te deixa com uma aparência tenebrosa.  falo devolvendo na mesma moeda.
-Garoto escute aqui. - ela fala segurando meus braços. -Você precisa me agradecer por ter ido ontem no seu quarto. - ela diz olhando para meus olhos. -Pra evitar que… que você se atrasasse e ainda você chega atrasado? - ela está nervosa.
“Você precisa me agradecer por ter ido ontem no seu quarto” “você precisa me agradecer por ter ido ontem no seu quarto”. Essa frase ecoa em minha mente. Não foi proposital, ela falou sem querer.
-Você sabia né? - falo a olhando nos olhos enquanto afasto meu braço dela. -Você sabia! - digo cerrando os punhos.
-Não sei do que você está falando. - ela diz desviando o olhar do meu. -Agora entre, você vai se atrasar ainda mais. - ela diz calmamente.
-Olha só sua vadia. - falo sem me dar conta do que digo. -Você arruinou a minha vida. - digo e ela arregala os olhos. -Não pense que vou deixar barato. - falo abrindo a porta da sala, e logo em seguida a fechando.
Meu pai já estava ali, sentado e esperando. Os outros convidados ainda não chegaram, estava apenas eu e ele… nessa sala que posso chamar de inferno.
-Posso saber que merda é essa? - pergunto diretamente.
-Isso são modos? - ele pergunta se levantando
-Foda-se os modos Rei, eu quero respostas. - falo, ignorando completamente o fato de certas punições que posso vir a receber
-Quer respostas príncipe? - ele fala apontando para um documento. -Você se casará, simples.
-E porque eu não fui consultado sobre isso? - digo me aproximando da mesa.
-Porque até o dia que eu morrer, sou o Rei. - ele diz me olhando. -E cabe a mim decidir, você é tão servo meu quanto um faxineiro. - ele fala com um sorriso maldoso em seu rosto.
-Sou seu filho. - falo o olhando. -Eu deveria ter participado desse assunto caralho, dessa escolha. - digo calmamente. -EU DEVERIA SABER. - digo perdendo a paciência, fazendo meu pai perde-la também
-CALA A BOCA. - ele diz batendo a mão sobre a mesa. -VOCÊ É O PRINCIPE E DEVE CUMPRIR AS ORDENS DE SEU REI, E EU ESTOU MANDANDO VOCÊ CASAR. - ele fala, estava prestes a continuar, quando ouviu a voz de Maria, vindo do corredor ele ajustou o colarinho de seu Terno. -Você vai casar João, ou quem sofrerá vai ser seu amiguinho. - ele diz voltando ao seu tom de voz normal, seu tom de voz cruel.
-Eu fiz tudo que você pediu. - digo arregalando os olhos. -Me afastei dele assim como você mandou. - digo a meia verdade, não havia me afastado dele, mas aparentemente meu pai no fim das contas conseguiu o que queria.
-Que bom que Maria foi ao seu quarto ontem. - ele diz sorrindo. -Pelo menos pude ver você antes deles chegarem e evitar esse chilique. Você é o príncipe, pouco me importa se está se casando por amor ou não. - ele diz arrumando os papéis em cima da mesa. -Você tem um dever a cumprir, seguir meu legado. - ele diz. -Você se tornará como eu, se não quiser que mais alguém sofra as consequências.
-Você é cruel… - digo com os olhos cheios de água.
-E você… - ele fala com os dentes trincados. -É um fraco, eu tenho vergonha de você, príncipe! - ele aponta para meu rosto. -Voc… - antes dele terminar, é interrompido por uma série de batidas na porta. -Não me envergonhe mais, se não você sabe o que acontece. - ele sussurra. -Entrem. - ele diz se sentando, enquanto limpo meu rosto.
Vejo a família Real de Chicórilonte entrarem na sala, estou sentado em frente ao meu pai, meus olhos seguem a família enquanto se sentam onde meu pai indica.
-Podemos começar? - Rei Edgar diz assim que se senta.
-Claro. - Meu pai responde, pegando o documento em suas mãos.
Sabrina se senta ao meu lado, está com uma aparência angelical, seus cabelos ruivos estão presos em um coque, deixando apenas a franja solta. Os olhos esmeralda estão atentos ao papel nas mãos de meu pai.
Enquanto meu pai entrega o documento para o rei Edgar, Sabrina me olha e da um sorriso. Como ela pode estar feliz? Tudo bem que temos uma leve aproximação, mas não para casar… não está certo isso.
-Ta tudo bem? - ela sussurra para mim enquanto nossos pais se encontram no outro lado da sala conversando e assinando alguns papéis.
-Não. - digo direto. -Não sei se posso fazer isso…
-Escuta. - ela fala apoiando sua mão em minha mão. -É pelo bem dos reinos… isso vai ajudar tanto o meu quanto o seu povo. - ela diz calmamente, como pode estar calma?
-E quanto a nós? - digo o mais baixo possível. -Quando será nossa vez de pensarmos em nosso próprio bem? - digo indignado. -Até ontem a noite não sabia da existência desse documento.
-Nem eu… - ela fala perplexa. -Escuta João… Nascemos para obedecermos, para aprendermos a liderar. - ela diz uma frase decorada. -Chegou a hora de liderar e isso significa ainda obedecer.
-Sua metáfora é uma bosta. - digo e ela da uma leve risada.
-Eu sei. - ela diz animada. -Mas pelo menos irei casar com você, e não com um velho de 80 anos, isso já é bem animador. - ela fala dando uma leve piscada. Ela tem razão, poderia ser bem pior… casar-se com ela não vai ser dos piores males de minha vida, até porque não é um papel que vai fazer eu deixar de viver minha vida, com o homem que eu amo… e sim as palavras ditas ontem a noite, mas acho que consigo resolver isso.
-É… boa sorte em ser minha esposa. - falo debochando, mas minha mente está nos jardins, especificamente nas rosas.
-Certo. - Maria que estava no canto da sala fala, trazendo para a mesa dois documentos para assinarmos. -Preciso da assinatura do príncipe aqui. - ela aponta para uma linha no documento. -E da princesa aqui. - ela diz apontando para outra linha. Reis, poderiam se juntar aqui? - ela fala olhando para nossos pais.
Suspiro ao ver meu pai se aproximando e o pai de Sabrina também. O peso que a caneta faz em minha mão é equivalente a 5 pianos.
-Podemos ler antes de assinarmos? - peço e meu pai me encara, seu olhar me mata aos poucos. A resposta é não.
-Ja fizemos isso. - O Rei Edgar responde. -Mas sinta-se a vontade, só gastará seu tempo e o nosso.
-O documento, príncipe. - meu pai fala enquanto o encaro. -É escrito pensado num todo, então nas primeiras duas páginas ele fala sobre a união dos reinos, e como isso vai se suceder. Quando vocês estiverem casados, irão morar no castelo que começará a ser construído amanhã bem na divisa dos dois reinos. - meu pai bebe um gole de seu whisky. -Na terceira e quarta página fala sobre o casamento em si, vocês estarão casados e como todo casal deverão se respeitar e cumprir com os votos do casamento que ocorrerá daqui 3 meses, e claro, gerar herdeiros. - ele diz sério. -Mais alguma dúvida?
-Três meses? - indago arregalando os olhos. Caralho três meses?
-A seleção terminaria mais cedo que isso, príncipe. - meu pai fala com a mesma destreza.
-E enquanto isso. - falo tentando escapar dessa farsa. -Como ficará a seleção?
-Eu e o Rei Edgar conversamos sobre. - meu pai fala se sentando na cadeira do outro lado da mesa. -O noivado será anunciado daqui três dias em rede nacional, no jornal dos dois reinos. E assim, iremos explicar a situação que vocês dois se apaixonaram imensamente no baile e você, príncipe. - meu pai aponta para mim. -Vai revelar que não há mais motivos para continuar essa farsa de seleção, se seu coração já pertence a outra pessoa. - ele fala com um sorriso cruel, ele sabe… meu coração de fato pertence a outro alguém.
-Ou seja. - é a vez de Sabrina falar. -Sair de uma farsa para começar outra. - ela transmite confiança.
-Basta, princesa. -Rei Edgar diz rígido. -Assine logo.
-O noivado será anunciado daqui 3 dias, e o casamento será daqui 3 meses? - pergunto enquanto vejo Sabrina assinando sua parte.
-Exato. - meu pai diz, colocando mais perto de mim os papéis. -Assine e acabe logo com isso.
-Você quem manda. - digo com sarcasmo pegando a caneta.
Ponho a caneta sobre o papel e a deixo deslizar, formando minha assinatura, parece um peso enorme estar escrevendo meu nome em algo tão importante e mesmo assim ser uma grande mentira, nada do que está escrito é real, não a parte do casamento..  nada do que vou dizer é real… nada.
Finalizo a assinatura, e Sabrina também. Que ótimo, soe os sinos e cortem ainda mais as asas dos pássaros, para que assim jamais consigam sair das jaulas que estão. Oficialmente estou noivo de uma garota que troquei 20 minutos de conversa e meu coração clama por um único nome, que atende o pronome masculino. Sou apaixonado por um homem e estarei me casando em breve com uma mulher.
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Saio da sala assim que termino de assinar o resto dos papéis. Me escoro na parede ao lado contrário da porta, e ligo meu celular, vendo que a foto de Pedro sumiu, não nego, sinto como se tivesse levado uma flecha bem no meio do peito, Pedro me bloqueou.
Não demora muito para que meu foco seja transferido para a conversa abaixo da dele. Gio me mandou uma série de mensagens, que ainda não respondi.

AU PEJÃO- foge comigo?Onde histórias criam vida. Descubra agora