CAPÍTULO 34

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POV PEDRO

Não sei se ter levado o bilhete para o João foi a coisa certa a se fazer ontem de noite, ele pode entender errado, principalmente pelas palavras escritas. Eu não posso voltar pra ele, não agora, não quando estou com Samuel. Não posso fazer o mesmo que ele fez comigo, traição. E convenhamos, se eu ficar com João, estarei traindo a monarquia e o povo que nela acredita.
Minha mãe está péssima, passar essa semana com ela, foi acordar todos os dias com medo do amanhã não chegar, os tratamentos do posto 7 não funcionam, pensava que estava tudo bem, mas não está.

Saio do horário do almoço e vou em direção aos pomares, hoje é dia de colheita e vou ajudar os servos fazerem seus serviços para poderem voltar às suas castas para ajudarem seus familiares com as plantações e serviços fora do Castelo.

-Não veja a hora de ver meus filhos. - uma das senhoras diz enquanto leva um cesto repleto de laranjas para a ala dos serviçais.

Normalmente os servos podem sair do castelo 1 vez por ano sem estar trabalhando a serviço da Coroa. Então escolhem o dia da colheita para poderem ajudar seus familiares. Graças a Gio, consegui o benefício de ver minha mãe mais vezes.
-Tem planos pra hoje? - escuto uma voz vindo debaixo da árvore, como estou em cima da macieira preciso me segurar em um dos galhos buscando equilíbrio para olhar pro dono da voz.

-Terminar isso aqui, porque? - digo para Renan. -Seu posto não é ali? - Aponto para a área leste do jardim.

-Eu sou humano, sabia? Preciso caminhar. - ele fala sarcasticamente. -Enfim, tem planos ou não?

-Eu vou terminar ISSO aqui. - falo pegando uma maçã e jogando para ele.

-Isso não são planos, é obrigação. - ele fala dando uma mordida na maçã. -Fiquei sabendo que um certo loirinho vai pras castas inferiores hoje. - ele diz enquanto mastiga a maçã.

-E…? - digo mostrando pouca empolgação, mas por dentro estou quase pulando daqui de cima.

-E.. o que garoto? - ele diz jogando o resto da maçã no chão. -”E…” se ele quer companhia pra ir? Ele não vai de carruagem, ele vai escondido. - ele não diz a palavra “Escondido”, apenas mexe os lábios e eu faço a leitura labial.

-Hm… - digo. -Ele vai sozinho? - pergunto admirado pela coragem do príncipe.

-Só se um jardineiro não aceitar o convite. - ele diz com um sorriso no rosto.

-Então você é o mensageiro do Príncipe agora? - falo com um sorriso no rosto ao dizer a frase sarcástica. -Subiu de vida.

-Não enche. - ele diz revirando os olhos. -Ele vai arrumar o Pegasus às 15:00, volta na madrugada. Se você quiser ir junto, pode usar a colheita como desculpa de não estar aqui. - Renan diz dando de ombros.

-Ta bem informado, deixa eu adivinhar. - falo descendo da árvore com cuidado. -Tudo isso foi ideia do Príncipe? - digo e ele nega.

-Não dele, mas sim da nossa Querida estilista. - ele fala piscando os olhos. -Enfim, fiz minha parte, agora é você quem decide.

-Que horas são? - pergunto e ele olha pro sol. -Deixa de ser Besta. - falo dando uma leve empurrada em seu ombro.

-Me respeita. - ele diz olhando pro pulso. -Eu tenho uma espada, você só tem uma maçã.

-Aff. - digo pegando o pulso dele e observando o horário. -Já são 14:30? - digo apavorado.

-É.. Você tá trepado nessa árvore faz um bom tempo. - ele diz debochando. -Vou voltar pro meu posto, antes que perco alguns membros, se é que você me entende. - ele diz indo na direção da área leste do jardim.
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AU PEJÃO- foge comigo?Onde histórias criam vida. Descubra agora