capítulo 11

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POV JÃO

Estou tendo um dejavu? Porquê acabo de acordar e Gio está me olhando, sentada em minha poltrona estofada. Minha cabeça está doendo, tudo indica que hoje passarei o dia de ressaca, ou que levei outro soco.

-Vai me dar um pedaço de bolo? - falo quando ela se aproxima de mim rindo. -O que foi? .

-Você tem sérios problemas envolvendo álcool e perda de memória. - ela diz me entregando uma cápsula de remédio e um copo d’água.

-Eu lembro do jogo… - falo tentando puxar mais algo que aconteceu. -Lembro das perguntas.

-Lembra disso também? - ela fala abrindo a câmera frontal de seu celular e me entregando. Assim que me vejo na tela espelhada, tenho quase certeza de que muitos dos meus neurônios queimaram. Eu fiz uma merda, das grandes.

-Puta que pariu. - falo olhando meu cabelo, que certamente terá um corte químico. -Puta que pariu Giovana, como você deixou isso acontecer? - falo me levantando da cama. -Puta merda Gio, não tinha um pijama melhor pra por em mim? - falo olhando para baixo, para meu corpo. Estou vestindo um pijama de estrelinhas que Zebu me deu no inimigo oculto do ano passado.

-Primeiramente João, não tinha como imaginar que você faria isso quando disse que iria ao banheiro. - ela fala apontando para meu cabelo. -E por segundo, não fui eu quem te trouxe aqui. - ela diz com um sorrisinho.

-Zebu? - falo me olhando no espelho, meus cachinhos sumiram e acredito que minha vida sumirá quando meu pai me ver no jornal hoje.

-Em partes sim. - ela diz com um sorrisinho de canto.

-Quem mais me trouxe? Giovanna, fala logo meu anjo. - digo agora a olhando.

-Um certo jardineiro sabe. - ela diz entre as risadinhas. -Você tinha que ver, o zebu te segurando de um lado e ele do outro, você falando no ouvido dele alguma coisa. - ela ri ao ver minha expressão de confuso. Em que momento da noite tudo foi por água abaixo? Lembro que estávamos rindo sobre as perguntas, lembro de me levantar pra ir pra cama ou apartamento pro banheiro, mas essa parte do cabelo… zero resquícios de memória.

-A não. - falo olhando para a roupa que estou vestindo. -A não, não, não. - falo irritado indo para o closet.

-Sabe, acho justo você ir agradecer ele. - ela fala enquanto vou trocando a roupa. -Se fosse eu, deixaria você lá pro seu pai entrar na sala e ver seu estado.

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Não acredito que estou seguindo o conselho de Gio, estou descendo as escadas e não é para ir ver as garotas, e sim o jardineiro.

Abro as portas do pavilhão e o vejo, está nos arbustos, os podando.

Me aproximo devagar, cada passo repenso na minha atitude, mas tomo coragem e vou até ele. Porque diabos estou nervoso? Eu sou o príncipe disso tudo!

Pigarro ao chegar ao seu lado e ele não notar minha presença, está com um fone em seu ouvido esquerdo.

-Quer que eu faça um corte nesse cabelo? - ele fala me notando,está sorrindo e erguendo a tesoura de jardinagem.

-Ha ha ha. - falo ironicamente. -Só queria agradecer… sobre ontem - falo baixo.

-Espera aí, acho que não ouvi direito. - ele fala puxando seu celular do bolso de seu macacão, e pausando a música. -Pode repetir?

Suspiro fundo e digo rapidamente.
-Obrigada por me levar até meu quarto.

-O príncipe agradecendo? Nossa, realmente, precisamos de um exorcista. - ele diz rindo, me olhando. -Mais alguma coisa?

AU PEJÃO- foge comigo?Onde histórias criam vida. Descubra agora