capítulo 15

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POV GIO

-Larissa, meu Deus. - falo assim que apareço no corredor central vendo a cena. Larissa está com sangue em suas mãos e em sua roupa, não é muito, mas dá pra se notar, seus olhos estão arregalados e seus passos estão apressados em minha direção.
-Ai Gio. - ela fala chegando até mim e me abraçando, um abraço de amparo. -Foi horrível, estava na cozinha.
-Você viu… - falo e ela me aperta ainda mais.
-Não quero pensar sobre isso. - ela diz se afastando. -Passou.
-Uma parte sim. - falo olhando o nosso arredor. Estátuas quebradas, mesas esparramadas, cadeiras jogadas. -Temos muito serviço…
-Nem me fale. - Zebu fala se aproximando. -Já falei com Maria, ela contatou empregadas de fora para limparem uma boa parte, mas os servos vão fazer a parte pesada.
-E você já achou o futuro Rei? - falo chegando mais próximo dele, cochichando.
-Já. - ele fala pegando o celular e mostrando uma foto. -De bônus achei o jardineiro. - ele fala entre risos.
A foto está tremida e escura, mas dá pra ver claramente João e Pedro deitados um ao lado do outro. Bem próximos mesmo, não chega ser uma conchinha, mas claramente se um se mexer acaba se tornando.
-Não acredito. - falo rindo. -MEU DEUS. - falo dando gritinhos de empolgação.
-Esta olhando o que Giovana? - Maria fala se aproximando.
Olho pra zebu e sibilo a palavra “deleta”, pra evitar conflitos, afinal, estamos na seleção.
-Nada, só estou pensando em como vamos limpar tudo isso. Mas já adianto, cancele o jornal. - falo olhando para ela.
Ela assente com a cabeça, realmente estamos no fim do mundo, Maria concordou comigo.

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1 SEMANA DEPOIS
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POV PEDRO

Trabalhei pra burro essa semana, trabalhei como carpinteiro, pintor, escultor e muito mais, dentro do castelo, 18 horas por dia. Não tive tempo de conversar com João, quando acordei no último dia que nos vimos, ele já tinha ido embora.
Saio do meu quarto depois do almoço e olho pro céu. Está ensolarado, e sei exatamente o que fazer pra quebrar esse silêncio entre nós.
Pego o cesto de uvas que havia colhido mais cedo, entro no castelo pela área dos serviçais. Nessas horas o príncipe normalmente está com Malu.
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Chego nos corredores do andar subterrâneo, passo com o cesto uma primeira vez pela sala da Malu, a porta está fechada, que merda. Passo agora indo pro lado contrário, pra ver se meus passos chamam a atenção de quem está lá dentro. Nada.
Passo uma terceira vez, agora ficando na frente da sala, e faço o que a casta 7 me ensinou de melhor. Pechinchar.
-CARLOOOS. - Grito para um dos serviçais que estava passando pelo outro corredor, ele para de supetão ao ser chamado e me encara. -Consegue pegar aqui pra mim? - falo subindo um pouco mais o cesto repleto de uvas, que inclusive está pesado demais.
O servo revira os olhos mas vem até mim, e o meu objetivo é cumprido quando a porta do ateliê se abre e vejo o sorriso largo que Malu esboça em seu rosto.
-Entra aqui. - ela diz já me puxando, então deixo o cesto no chão. -Tcharã. - ela fala apontando pro João que está… deslumbrante.
-O que achou? - ele diz meio envergonhado. Está usando um conjunto da cor rosa. Em sua blusa que praticamente é uma regata, há 4 bordaduras, e há uma pequena sobra ou falta de tecido abaixo, deixando um pouco de sua barriga à mostra. Meu Deus, então essa é a roupa que os anjos usam?
-Pedro? - Malu fala batendo as mãos uma na outra na frente dos meus olhos. Me fazendo parar de olhar fixamente aquele maldito pedaço de falta de roupa. Droga.
-An? - pergunto saindo do transe.
-A roupa, o que achou? - Malu diz rindo.
-A melhor que vi até hoje. - digo olhando pro meu macacão. -Tirando o meu look é claro. - falo na tentativa de usar uma palavra mais descolada, não deu certo.
-Com certeza. - O príncipe fala se olhando no espelho. -Uma pena não poder usar no Jornal.
-Por isso servem as festas. - Malu diz. -E essa vai ser a roupa que você vai usar na festa de hoje. - Malu fala empolgada.
-Meio loucura fazer uma festa 1 semana depois do que aconteceu né? - João diz meio sem ânimo.
-Nada disso, pelo que li numa certa revistinha você. - ela fala apontando pra ele. -Foi pra uma festa um dia depois de um ataque. - ela fala indo até a máquina de costuras. -Você só tá assim, porque vai ter que dançar com algumas garotas. - ela pega um pacote e me olha.
-É, ainda mais que vai vir gente de fora. - ele fala com pouco ânimo. -Vou passar a noite toda dançando. - ele diz em negação. -Essa não foi a vida que eu escolhi.
-Ta bom, senhor dramático. - Malu fala vindo com o pacote pra mim. -Eu iria mais tarde no seu quartinho te entregar, mas como você veio até aqui…  - ela me entrega o pacote.
-O que é? - pergunto e ela me olha.
-Abre que você vai saber. - ela diz dando de ombros, mas está empolgada.
Assim que abro, vejo uma blusa branca com colarinho, e uma calça preta. É basicamente um conjunto de gala, sem o paletó por cima.
-Malu.. - falo olhando as roupas. -Meu Deus, que incrível. - falo empolgado.
-Você ainda não tinha uma roupa assim… - ela fala com um tom mais baixo. -Então fiz uma pra você. - ela diz sorrindo. -Agora se você decidir ir no baile, tem uma roupa. - ela sorri.
-Não fui convidado pra ir. - falo e vejo João me olhando. -Mas eu amei a roupa, muito mesmo.. - digo dando um abraço nela.
-O dia tá bonito lá fora? - João pergunta, assim que me solto de Malu.
-Está, bem ensolarado. - digo olhando pra ele, sua parte foi feita, e ele cortou um pouco do cabelo, minimamente, mas dá pra notar. -Perfeito pra cavalgar. - digo e ele sorri.
Vejo Malu indo de fininho para fora da salinha, deixando somente nós dois lá dentro. Estamos sozinhos.
-Te encontro daqui 20 minutos? - pergunto e ele nega com a cabeça.
-Preciso de 5, só pra tirar essa roupa. - ele diz já indo para trás das cortinas. -Consegue ir arrumando os cavalos pra nós? - ele pergunta.
-Já estou lá. - digo saindo da sala com o presente que Malu me deu. Assim que fecho a porta, instantaneamente dou três pulinhos de alegria. Meu Deus, o que diabos está acontecendo? Puta merda Pedro, pulinhos?
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AU PEJÃO- foge comigo?Onde histórias criam vida. Descubra agora