Introdução - Parte 1

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Eu me chamo Karen Fernandes e completei 18 anos duas semanas atrás.

E desde então, as coisas foram ficando ainda mais complicadas. Bem, não sou muito boa nisso... Por onde começo?

Acho que vou resumir o início de tudo, pode ser?

Meus pais se separaram quando eu tinha apenas dois anos de idade. Com 8 anos, fui embora com a minha mãe de uma pequena cidade de Minas Gerais, ela estava em busca de uma nova vida e melhores chances de emprego. E uma grande oportunidade veio depois de um tempo morando no Rio de Janeiro, eu já estava com 9 anos.

Através da indicação de uma amiga que já trabalhava como cozinheira na casa do Sr. Kim, um senhor de 60 anos e recém viúvo. Mamãe e eu fomos morar na Coréia do Sul.

Minha mãe, que se chamava Marisa, aceitou o cargo de ser a sua acompanhante, já que ele estava com problemas de saúde e passava muito tempo sozinho. Mas também cuidava da casa e auxiliava o Sr. Kim, que continuava trabalhando em home office.

O único filho dele, Woosung, ainda morava com o pai quando nos mudamos pra lá. Ele tinha 22 anos na época e estava fazendo faculdade de medicina, que ele trancou meses depois da nossa chegada.

Acredita que ele largou tudo pra viver de música? Pois é, o pai dele não gostou nada desta história. Woosung conseguiu esconder isso por quase um ano, e a bomba estourou após o casamento do Sr. Kim com a minha mãe.

Eles brigaram feio, Woosung jogou na cara dele que sua mãe morreu de desgosto, devido às suas traições. E que ele considerava tanto a finada esposa, que se rabichou com outra bem rapidinho.

Neste caso a outra, era a minha mãe.

Apesar de ser criança, entendia o que estava acontecendo. Minha mãe não era uma oportunista como Woosung insinuou, ela e Sr. Kim realmente se apaixonaram.

Depois da briga, o clima entre Woosung e o nosso pai, posso me referir ao Sr. Kim desta forma? Eu aprendi o chamar de pai, já ele foi o pai que o meu pai biológico nunca foi pra mim.

Voltando ao ponto, Woosung foi embora de casa. Com o tempo, por insistência da minha mãe, Woosung aparecia de vez em quando. Principalmente em eventos especiais, como aniversário do pai, o meu e nas festas de fim de ano.

As minhas lembranças de Woosung de quando eu era criança, é de um rapaz normal. Eu o via como um cara alto, bonito, mas durante o tempo que convivemos na mesma casa, não lembro de termos muito contato.

Mas as poucas vezes que quis ser mais presente, como um irmão mais velho, lembro que ele me levou pra uma sorveteria, e foi bem divertido. Também me recordo de um passeio no parque, enquanto eu estava brincando com outras crianças, ele estava aos beijos com uma namoradinha. Eu achei bem nojento ver aquilo, era uma garota sem sal, muito sem graça.

Mas enfim...

Quando Woosung aparecia lá em casa, mamãe fazia uma festa. Ela tentava a todo custo fazer com que eles se desse bem. Eles tentavam, mas sempre que ouvia as histórias dele e de sua banda, a casa caía.

Eu gostava de Woosung, amava ouvi-lo cantar e tocar, falar das suas viagens e aventuras com a banda dele.

Uma vez, eu tinha 15 anos, ele veio para a minha festa de aniversário, foi maravilhoso! Ele a banda tocaram, minhas amigas do colégio babavam nele e nos amigos dele.

Na hora da valsa, dancei primeiro com o meu pai Kim e em seguida, com Woosung.

Não sei explicar o que aconteceu ali, algo começou a mudar em relação à ele.

Enquanto dançávamos, o seu olhar e seu sorriso pareciam que estavam revelando o mundo pra mim. Suas mãos na minha cintura, e as vezes que nossos corpos se encostavam... Me davam pequenos choques. Meu coração estava acelerado e me vi sem fôlego por um instante.

Era o momento mais excitante que eu tinha vivido até então, mas logo a voz da realidade gritou na minha cabeça.

"Ei garota idiota! Você não está flertando com o seu irmão mais velho não né?"

Nossa, quando me dei conta, a dança havia acabado. Ele me deu um beijo no rosto e voltou para junto dos seus amigos.

Eles não puderam ficar até o final da festa, e como eu estava tentando loucamente esquecer o que senti na pista de dança, não os vi sair.

Eu estava dando o meu primeiro beijo no meu Crush da minha turma, o Hyunjin.

E funcionou, eu era loucamente apaixonada por ele. Começamos a namorar naquele mesmo dia!

Ah, adolescentes... Quando não ficamos chorando e lamentando pra vida toda, viramos a página num piscar de olhos.

Acreditei que toda aquela sensação com Woosung tinha sido apenas um reflexo dos meus hormônios alterados por causa da puberdade, a descoberta da atração pelo sexo oposto, qualquer coisa. Tudo, poderia ter sido tudo, exceto o que... Aquilo que é proibido de sentir pelo seu irmão.

Depois daquela noite, nunca mais Woosung veio nos visitar. Mamãe falava com ele por telefone, raramente falava comigo.

Infelizmente minha mãe faleceu uns meses atrás, num acidente de carro. E pouco tempo depois, meu pai Kim sofreu um AVC severo, e foi internado num asilo. Eu, menor de idade... Sem condições alguma de cuidar dele. Continuei focada nos meus estudos e pelo menos três vezes na semana ia visitá-lo.

Mas é claro que o Conselho Tutelar ao saber que eu estava me virando sozinha, iria fazer alguma coisa, e fez.

Meu pai Kim deixou registrado que em caso de doença ou mesmo de morte, caso eu ainda fosse de menor, como meu tutor legal, passava esta responsabilidade para Woosung, que não gostou da ideia de início.

Mas era isso, ou, eu seria encaminhada para um lar adotivo temporário, até o pai Kim se recuperar, e como isso estava fora de cogitação, eu ficaria até completar a maior idade legal, 21 anos.

E é a partir daí que começou a minha história nada convencional com Woosung.

Não me pergunte como tudo iniciou, sinceramente não teria certeza.

Mas se eu puder chutar, acho que foi naquela valsa.

Escondi a verdade com as regras morais da sociedade, mas agora não tem mais volta.

A verdade sempre aparece, e ela apareceu quando eu tive que conviver novamente com Woosung, apenas nós dois.

Quando numa certa noite, eu me olhei no espelho e assumi que...

Me apaixonei pelo meu NÃO irmão mais velho.

Pois é, me fudi.

Me fudi pra caralho!

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