Entre Linhas

Castiçais e caixas para desempacotar

Sumi, né?

Desculpas pela demora pra atualizar, fiquei quase duas semanas doente, mas tô de volta e vamos lá.

VOTEM E COMENTEM!!!

Boa leitura

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— A central número...- Macris consultou o celular, analisando a imagem da escalação do time que enfrentariam no dia seguinte e encontrou a jogadora sobre a qual falava.— Cinco. Ela tem uma bola china muito eficiente. Tem que ter uma preocupação maior no bloqueio.

— A Sarinha?- Bianca perguntou em tom carinhoso, recebendo um aceno positivo de Macris, um olhar desconfiado de Luiza e um sorriso divertido de Gattaz.

— Hmm...- a mais velha começou, debruçando os cotovelos na borda da mesa.— Conhece ela?

— Talvez?- espremeu os olhos azuis num olhar confessional.

— E se a gente só comesse sem falar de jogo?- Luiza manifestou-se, passando os olhos por cada uma das jogadoras sentadas ao redor da mesa extensa.— Parece que tô almoçando com o Nicola, uai.

Para convencer as jogadoras de almoçarem juntas naquele dia, Bianca inventou que queria a companhia das colegas de time para discutirem o próximo jogo, alegando que estava se preparando para enfrentar o Brasília Vôlei e toda nova informação seria importante. Gattaz aceitou de primeira e Macris foi convencida depois de Bianca argumentar por alguns minutos, Kisy e Rebeca foram compradas facilmente com uma promessa de sobremesa depois do almoço. As outras mulheres levaram marmitas ou já tinham compromisso e Bianca preferiu não insistir, afinal seria mais difícil sustentar a mentira com mais pessoas para descobri-la.

— Mas a Bianca falou que a gente ia...- Gattaz começou e Bianca rapidamente interrompeu, projetando o corpo para frente, que antes repousava no encosto da cadeira ao lado de Luiza.

— Ela tem razão.- disse, de súbito. Gattaz franziu o cenho, estranhando, e a ponteira carioca sorriu de lado transpassando uma tranquilidade inexistente, na tentativa de ser convincente.— Quer dizer, a gente ainda não assistiu aos vídeos, né? Tem que esperar o que a comissão vai dizer.

Com seus mais de quarenta anos vividos, Caroline não acreditou, entretanto preferiu concordar. No fundo, ela sabia que aquele almoço tinha alguma relação com Luiza e todas as jogadoras estavam gostando de acompanhar o que acontecia entre as duas, gerava entretenimento assistir as interações delas.

— Tá bom.- a capitã do Minas relaxou na cadeira, pegou o seu copo de água com gás e deu um gole. Bianca soltou o ar que prendia, voltando a recostar o corpo no encosto.— Vamos falar do que interessa: festa pré-mundial.

Todos os olhos direcionaram para Gattaz. Ela não conseguiu começar a falar, pois logo a levantadora tomou a frente.

— Não.- respondeu, irredutível.

— Mas, Macris...- Luiza tentou, recebendo um aceno de incentivo da central mais velha.

— Não me coloquem nessa.- Macris encolheu os ombros, negando com a cabeça.

A levantadora lembrava da última vez que Gattaz havia organizado uma festa antes de um campeonato internacional. A confraternização no apartamento de Caroline cresceu em intensidade e dimensão rapidamente, as vinte e cinco pessoas viraram mais de sessenta antes das dez da noite e elas tiveram que ir para um bar no Savassi, o bairro nobre que Gattaz morava. O álcool não era tão presente entre as jogadoras, mas elas não precisavam da embriaguez para saírem do controle.

— Vai ser um negócio pequeno.- a capitã tentou argumentar, passando a mão pelas mechas loiras do próprio cabelo.

— Eu conheço o seu "negócio pequeno", Carol.- Macris fez aspas com os dedos, encurtando os olhos para encarar a central com acusação.