Tasya
— Hum, eu sinto que vocês estão bem melhores — profiro e tenho a sensação de que gostariam de me matar se fosse possível, uma pena que não consegue sequer se levantar do chão nesse momento. — Concordam comigo?
— Se estar melhor quer dizer que quero cuspir os meus órgãos pela boca, sim, estamos indo longe — fala Evva mira Niki que continua sentado sobre os joelhos se apoiando sobre a espada de kendo. — Acho que ele pode estar um pouco melhor que eu.
— Ele teve um pouco mais de treinamento antes de o trazer para gente — fala Aleksandra para que ela não passe a não levar em consideração quanto esforço tem feito. É claro que será melhor, mas ninguém fica ótimo de um dia para o outro. — Queremos que vocês se desenvolvam juntos para poderem treinar em conjunto também.
— Você lembra que estou terminando uma graduação certo? Tenho meus turnos, o tempo livre que possuo estou aqui — nos lembra, e sei que tem se esforçado para não perder tudo que tinha construído antes, para não permitir que a sua família sequer pondere sobre a dor que vivenciou.
Não quer que seus pais temam por sua vida.
Posso entendê-la, mas também sei que é um fardo pesado demais para carregar.
— Sabemos o quanto vocês têm se esforçado, é por esse motivo que não queremos que percam de vista o que já conseguiram — elucido.
Gostaria de ter muito mais tempo para lidar com eles, mas com tantas coisas acontecendo é impossível. Por sorte posso deixá-los com companhia sempre que é preciso.
— Por enquanto já estão liberados — digo, porque como Evva disse, tem seus turnos como enfermeira no hospital, então ficar a segurando poderia prejudicá-la. Não quero que chame a atenção por nossa causa.
Apesar de dizer que estava morta, se ergue rapidamente porque sabe que precisa de um tempo debaixo do chuveiro para que seu corpo relaxe e não atrapalhe o trabalho que tem que fazer em seguida.
— Você quer um pouco mais disso? — pergunto a Niki. — Ainda está crescendo, tem que comer bem depois de se esforçar desse jeito.
— Por que você está fazendo tanto pela gente? Não somos nada seus — inquire olhando também na direção de Aleksandra que está se retirando. Temos que ir buscar as crianças. Também é preciso ver algumas coisas sobre o prédio que será comprado. — Não sabe quase nada de mim.
— Sei que você tem um objetivo e que precisa de força para o conseguir, por enquanto é o suficiente — comento e seus olhos escuros possuem um tom muito semelhante ao de um topázio, mas não brilham como a joia que poderia ser. É como uma pedra esquecida num canto sem que saibam o quanto é preciosa.
— E se o que estiver me ensinando se virar contra você? — pergunta. Essa é uma questão que deve ser levantada? Não teme pelo que pode sair da minha boca?
— Acha que só por que estou o ajudando lamentaria te matar? Não pense assim, estará apenas caminhando para morte — esclareço e seus olhos caem junto com os ombros que se movem apressados devido às respirações constantemente elevadas. — É nisso que pensa quando treina? Tem alguém que quer matar?
— Não tem alguém que quer matar? — replica e sorrio, pois, ele tem se tornado mais confiante. É educado e respeitoso, porém, entende mais sobre como usar o que pode através de palavras.
— Estou sempre disposta a matar alguém, tenho um pequeno problema nessa área — explico e não parece assustado com o que houve. — Quem você quer matar?
— Tenho uma irmã...
— Matar familiares é um pouco mais difícil, você...
— Não, não é isso, não é ela quem quero matar — explicita pela primeira vez em palavras claras o que deseja. — Alguém a levou, a quero de volta.
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Contrato de honra - Série Família Sokolov - Livro 2 - RETIRADA 28.11.2024
Romance- RETIRADA 28.11.2024 - Tasya Petrova um dia já foi uma garota feliz que tinha grandes planos para o seu futuro, mas ao perder a sua mãe percebeu que o seu pai poderia ser o monstro que a perseguiria por toda a sua vida. Não levou muito tempo para e...