Egor
— Você é mesmo resistente — digo, olho para Valéria, que está toda descabelada, enquanto Nikolai, que se senta do meu lado, limpa as mãos sujas depois de agarrar seus cabelos com força. — Não sabia que você poderia gostar tanto de uma pessoa a ponto de a proteger desse jeito.
Penso por um segundo que deveria ter usado palavras diferentes, mas meu irmão não tem por que se comover com o que essa cadela fez com ele, tem? Está nítido que quer somente resposta, mas não está colaborando e sinceramente achei que ela fosse abrir a boca rapidamente.
Não sei que tipo de pessoa é o Coveiro, mas consegue fazer com que as pessoas mantenham a boca bem fechada quando se trata de falar dele. A estratégia de impedir que muitos indivíduos saibam qual é o seu rosto também é muito boa. Em um momento de perigo pode fazer com que qualquer um vá em seu lugar. Se morrer acabou sendo salvo por sua precaução.
É tão assustador ou tem outros métodos?
— Por que acha que me conhece? — inquire e está certa, não a conhecemos, mas olhe para ela. Não é meio claro? Contudo, não importa o que fazemos, não abre a boca. O que me impressiona. — Vocês estão apenas agindo do jeito que ele quer, se desesperando.
— Você se sente desesperado? — pergunto para meu irmão, que apenas me olha com uma risada impregnada no rosto. — Acho que está um pouco enganada, mas pensando pelo seu lado, você deve estar. Não sabe se ele confia em você, se gostaria de a ver de novo depois de ter sido mantida conosco. Eu não confiaria em você.
— Diferente de você, ele me conhece e sabe que prefiro morrer a dizer qualquer coisa que comprometa o que tem que ser feito — diz Valéria e parece muito convicta de que pode suportar o que diz nas costas, que repetirá quantas vezes for preciso que não vai nos ajudar.
Que beleza! Apesar de ter um péssimo caráter, aparenta ser alguém que pode ser leal àquilo que segue. Quem poderia dizer que ela é esse tipo de indivídua? Eu não poderia.
Me impressiona ainda mais que alguém confie nela depois de saber o que foi feito a minha família. Não imagina que pode estar correndo os mesmos riscos? Ou pondera sobre já estar vacinado por conhecer o que ela faz? Eu nunca poderia ter certeza disso, não com ela.
— Você continua furiosa por perder tudo o que tinha? — pergunta Nikolai. — Devia ser ótimo ter alguma influência, andar por aí carregando um nome do qual apenas usava. Quando acabou achou muito doloroso, certo?
— Você não tem ideia de como desejei ter te matado — conta com um sorriso maluco pregado em seu rosto. — Se eu tivesse me tornado uma viúva ao invés de continuar investindo no maldito casamento, nada disso teria acontecido, e teria sido tão fácil.
Olha para Nikolai como se o desafiasse a dizer o contrário. Como ele poderia negar quando estava de fato cego para o que acontecia ao seu redor enquanto estava casado com Valéria. Porém, achar que poderia ter conseguido o matar e que se livraria disso é uma loucura sem tamanho.
— Não sente isso quando se deita com a sua putinha a noite? Seria tão fácil para ela matar você, quando notasse sua alma já estaria navegando para fora do seu corpo — discorre, usa de palavras afiadas para tentar atacar meu irmão. Está querendo utilizar de uma técnica reversa agora que sabe que Aleksandra pode ser perigosa?
Esse é um dos pontos do ocorrido que sinceramente não entendo.
Se Valéria percebeu que Aleksandra era perigosa, por que não a matou imediatamente? Era um risco a manter com eles quando não sabiam o que ela poderia fazer. Imaginaram que devido aos ferimentos da luta ela não conseguiria fazer nada?
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Contrato de honra - Série Família Sokolov - Livro 2 - RETIRADA 28.11.2024
Romance- RETIRADA 28.11.2024 - Tasya Petrova um dia já foi uma garota feliz que tinha grandes planos para o seu futuro, mas ao perder a sua mãe percebeu que o seu pai poderia ser o monstro que a perseguiria por toda a sua vida. Não levou muito tempo para e...