57. O que deu errado, parte 1

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Iuri

— Posso saber o que está fazendo na minha sala? — pergunto, vendo que Maksim não está se interessando pelo tipo de consequência que o seu atrevimento pode ter, deve ter se esquecido completamente do quanto quero matá-lo e agindo assim apenas aumenta o meu desejo.

Não basta ter feito com que perdesse a compostura no meio da reunião da cúpula, ainda vem até mim para me encher de todo tipo de sentimento obscuro e eu não ligo nenhum pouco de os mandar em sua direção. Porém, aparentemente não se importa de recebê-los também, ele tem confiança de que não acontecerá nada quando a minha família está fodida.

— Você poderia me tirar daqui se quisesse? — me questiona rapidamente, sem nem notar quão fácil seria tirar minha arma de dentro do paletó somente para dar um tiro no meio da sua testa. Seria ótimo, uma cena impagável, seus olhos se arregalando de medo seriam a minha imagem preferida para dormir, como um belo sonho. — Depois do seu escândalo na reunião, todo mundo está de olho em você, se perguntam se será necessário fazer com que o cachorro seja eliminado de uma vez por todas.

— O que você sabe? Ninguém te diria nada importante — profiro, porém, não posso deixar de considerar que tenham mesmo em mente a possibilidade de se livrar de mim. O que aconteceu com Pasha apenas evidenciou o quanto só se interessam pela segurança conjunta se isto não custar nada a suas vidas separadamente.

Deixar que eles acreditem que têm controle sobre as minhas ações é uma coisa que tenho que manter. Se perceberem que é somente uma fachada, posso acabar sendo atacado antes do momento de fazer com que tremam e quero que temam pela ocasião em que descansarão suas cabeças nos travesseiros finos.

Que não consigam dormir por não poderem tirar da mente a ideia de que alguém pode caçar as suas vidas nesse momento em que se tornam indivíduos frágeis como todos os outros. Não seria belo? Amaria me deliciar com a cena, desse modo, por enquanto, preciso que continuem sendo enganados, que não me notem como uma ameaça.

Odeio que não tenha o controle que acreditava manter sobre as minhas emoções. Se eu pudesse me controlar como deveria, não teria reagido às palavras de Maksim com tanto furor, assim eles não colocariam seus olhos em mim quando estava apenas sedimentando o caminho para que ficassem ainda mais desconfiados de Pasha.

Se não acreditarem em nada do que ele disser será mais fácil isolá-lo e sem aliados é muito mais simples destruir alguém, a questão é que a líder da Sumbra não parece se importar com nada que acontece nas reuniões da cúpula, continua tomando suas decisões como bem quer.

Essa imprevisibilidade é uma merda para mim, principalmente por conseguir esconder tão bem os rastros de sua organização, fazendo com que seja difícil para mim identificar onde devo atacar para fazer com que sinta na pele as consequências de ajudar um idiota.

Pode não estar envolvida com o que houve a minha família, dado que só entrou para cúpula depois, mas ainda é uma indivídua se pondo em meu caminho e não posso deixar que isso passe impune.

Seus agentes foram responsáveis por matar muitos dos meus, e apesar de não ligar para o que ocorre a eles, não devo deixar que suas vidas sejam descartadas sem uma punição adequada a quem se livrou delas.

— Você quer discutir sobre importância comigo? Aquele que mantém a sua cadeira lambendo as bolas dos outros? — questiona, se mantém ainda mais esparramado em seu lugar quando percebe que não entrarei em uma nova discussão com ele.

Assim, somente sento meu traseiro na cadeira, esperando que seja o bastante para que não me leve a agir na intenção de cortar todas as asas que Maksim acredita possuir.

Contrato de honra - Série Família Sokolov - Livro 2 - RETIRADA 28.11.2024Onde histórias criam vida. Descubra agora