37. O inferno na terra, parte 1

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Tasya

— Será que posso falar sobre — começa Valentina com um sorriso no canto da boca, se prepara para disparar um monte de absurdos, tenho certeza, por esse motivo deixo que as palavras passem por meus ouvidos. — como vi que Egor saiu de fininho do seu quarto?

— Não está falando? — pergunto e sorri sem se conter agora.

Me observa quando continuo olhando para o meu aparelho, ainda que esteja preparando uma refeição para nós. Jasmine continua dormindo. Depois do que houve fiquei um pouco receosa de a mandar para a escola e todos concordaram que talvez fosse melhor dar um tempo.

Uma vez que também foi a primeira vez que vivenciou uma situação tão perigosa, por sorte estava acompanhada de boas pessoas. Quem sabe ter um amigo por perto não a ajudou, pois Niki disse que em nenhum momento minha irmã mostrou estar desesperada pelo medo do que poderia acontecer.

Gostaria de ter o agradecido mais pelo que fez, mas creio que poderia se sentir estranho se eu continuasse, dado que fazia parte do seu trabalho, estava cuidando deles exatamente para que, em um momento de perigo, não estivessem sozinhos.

Cumpriu com sua obrigação e é o que ficou em sua mente mesmo após o primeiro corpo ter ficado para trás.

— Esperando uma mensagem de Egor? — questiona-me e o modo como olho para ela faz com que sorria, deve estar escrito na minha cara que não sou o tipo de mulher que apenas ficaria esperando que me mande alguma coisa.

Se tenho uma questão para resolver, correrei atrás disso e ele que se prepare para lidar com as consequências.

Ele não quis marcar território? Não pode reclamar de eu andar livremente por ele agora. Terá que manter qualquer desculpa para depois, em um futuro em que esteja com meu nível de paciência sobre controle de novo.

— Não, claro que não, só que, bem, o pirralho dos Frolov me garantiu que mandaria uma mensagem confirmando que estava bem, mas não recebi nada — conto e me olha de canto.

Entende por que estou preocupada, uma vez que ele escolheu ser um traidor por conta própria, além de decidir por voltar a sua casa após essa decisão.

Sabia o que poderia acontecer se descobrissem, por esse motivo tinha em mente que precisaria escapar o mais rápido possível.

Só ainda não tinha noção de como o faria levando o seu irmão, porque compreendia que, se deixasse o menor, acabaria por fazer com que ficasse em uma situação complicada.

É o ponto de apoio da criança, sem ele a sua saúde poderia piorar ainda mais.

Doenças não apenas são movidas pelo que acomete nosso corpo, mas também pela influência da nossa mente. Se ficar desestabilizado, pode sofrer muito mais do que o aguardaria nos dias seguintes.

— Pode não ter tido tempo ainda — comenta Valentina, cautelosamente, ponderando sobre o que pode ter acontecido. — Quem sabe desistiu do que tinha em mente após ver a Joker trabalhando.

— Esse apelido é ridículo — murmuro a vendo sorrir. — Não sei, o modo como falou ontem não pertencia a uma pessoa que desistiria com facilidade.

— Eu estava lá, vi como aquele sujeito olhou para ele, quem sabe o que pode fazer com o próprio filho quando se sente irritado, além disso, você afirmou ter acabado com a mulher dele, sua fúria não deve ter sido refreada — discorre e pode estar certa.

Ainda não dei um fim em Clarissa, mas está sendo muito bem tratada, certamente terá muito do que falar de mim quando morrer.

— É incrível como algumas pessoas simplesmente não nasceram para as responsabilidades de ter uma criança. — Ainda assim, dia após dia tem novos indivíduos nascendo, ficando sob a tutela de quem pode nunca lhe dar o amor que merecem.

Contrato de honra - Série Família Sokolov - Livro 2 - RETIRADA 28.11.2024Onde histórias criam vida. Descubra agora