77. O que vai ocorrer a partir de agora, parte 2

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Tasya

— Eles não podem estar falando sério de verdade — fala o sujeito quando os outros indivíduos no avião começam a se aproximar para ajudar com o paraquedas.

O que ele pensou que aconteceria? É claro que é de verdade. Estão aqui correndo risco de vida, pular de um avião não é a pior parte desse dia, nem dos próximos.

— Apenas relaxe, vai ser pior se for engolido pelo nervosismo — avisa Aleksandra para o homem que parece ter se esquecido completamente onde fica o seu controle.

Está tremendo inteiro enquanto os ajudantes berram sobre ele precisar ficar quieto se não quiser que haja um problema que pode causar a sua morte.

— Ouça o que elas têm a dizer, possuem muita experiência nisso — diz um deles e sorri.

Será que se importariam caso matássemos alguns deles aqui? Não deve ser um problema considerando que é um local para matarmos o máximo de pessoas possíveis. Por que choraria devido a alguns capangas de língua grande?

— Quer sentir um pouco disso? — questiona Ivanna antes que eu possa. Já terminou de ajeitar o seu equipamento para o salto.

O homem olha para ela com uma indagação clara em sua testa: tenho mesmo que continuar trabalhando aqui? Nunca deve ter sentido que esse é um trabalho problemático quando apenas ajuda pessoas sem noção alguma de combate a entrarem no meio do perigo.

Quando é um lobo cheirando a sua mão, o medo se agarra em seu peito.

Não tinha como ser diferente. O corpo automaticamente reage àquilo que percebe como um risco à sua vida, se não for com a paralisia, será com outra coisa. No caso dele, os olhos se voltam para o chão e não querem sair dali nunca mais, pelo menos não até que deixemos de estar em seu campo de visão.

— Não fale o que pode causar ainda mais dificuldades para eles — pede Aleksandra, olha para a mulher que está um pouco mais calma, diferente do sujeito que parece pronto para desmaiar a qualquer segundo, se mostra como alguém que pode causar uma boa reversão em sua situação.

Contudo, quais as possibilidades de sair viva?

Se sobreviver até que matemos todos os caçadores, quem sabe.

Não há motivos para a caça morrer se não houver quem a persiga.

— Não sei se qualquer coisa dita pode ajudá-los — diz Valentina, sorrindo um pouco quando Ivanna se aproxima para ter certeza de que não cometeu nenhum engano no momento de ajeitar o seu paraquedas.

Os olhos curiosos e cheios de temor se tornam mais desesperançosos quando os homens voltam a explicar o que deve ser feito em cada momento do salto para não acontecer um acidente que tire as suas vidas.

Eles não querem mesmo perder ninguém antes que a caçada comece, contudo, se esta é a intenção, não seria melhor apenas nos deixar em solo ao invés de pedir para saltarmos?

Até paraquedistas de muitos anos podem não conseguir enfrentar adversidades, o que esperam de um grupo de pessoas que nunca devem ter pensado na possibilidade do que viria?

Se cada um tiver uma habilidade, duvido que seja algo que dê para ser usado, mesmo que um pouco no meio de uma ilha desconhecida.

Vejo que as informações são passadas por sua mente como se estivessem em uma aula chata, onde o conteúdo não se agarra a você como quer.

A questão aqui é que tudo que é dito é muito útil para sua sobrevivência, porém, o medo deixa as pessoas estranhas e ainda que você queira muito uma coisa, ela pode ser tomada de você com facilidade.

Contrato de honra - Série Família Sokolov - Livro 2 - RETIRADA 28.11.2024Onde histórias criam vida. Descubra agora