46. O ataque, parte 2

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Aleksei

"Isso não foi um tipo de piada?" Não consegui deixar de ponderar continuamente sobre essas palavras depois do que Tasya disse, pegou todas as informações que gostaria e apenas me deixou de lado, porque disse ter assuntos a tratar e que, nas minhas condições, seria melhor se eu não me envolvesse.

Estranho foi não ter visto a sua ação como alguém que queria julgar as minhas habilidades, uma pessoa que apenas ponderou sobre eu não poder a ajudar, assim me descartou rapidamente. nos seus olhos havia apenas preocupação pelo que poderia acontecer em meio a uma situação perigosa e pessoal como essa.

Não existe um único motivo que deveria levá-la a se preocupar comigo, mas creio que para pessoas com bom coração as coisas não funcionem do mesmo jeito. O que eu poderia dizer? Ignorar o seu aviso? Tem razão quanto a ainda sentir como se meus músculos estivessem moles.

Em um perigo intenso, ao invés de enrijecerem para me ajudar, poderiam muito bem apenas travar, me fodendo no processo. Como eu não compreenderia os riscos não somente para mim, mas para quem estivesse por perto? Não sou idiota, muito menos gosto de colocar a vida de indivíduos em jogo devido as minhas próprias falhas, mas o que está me dando não é demais?

Os comentários que virão disso serão insanos. Falarão que eu apenas me aproveitei de alguém que tinha o poder de tirar meu pai do seu cargo. É muito claro que passarei a ser o filho horrível que quis se livrar do patriarca o mais rápido possível para ter acesso ao cargo, o que não é verdade de modo algum.

No entanto, não negaria que me fez desejar matá-lo, ponderando sobre todas as vezes em que deixei de fazer somente por conta do tipo de ocasião que se desenrolaria em seguida.

Tasya passou por cima de tudo isso ao já me colocar onde deseja.

Não mantém as mesmas preocupações que eu, nem precisa, dado que não estará lá para suportar o peso, quer apenas se livrar daquilo que acomete a sua família e pronto. O que vier disso não é tão perigoso quanto deixar alguém como ele solto, podendo ser incentivado por um louco com muito poder e questões a tratar com eles.

Não sei quem está por trás da solidariedade com a minha família, mas é muito claro que o seu dever é apenas um: acabar com tudo que envolve os Sokolov, seja usando de outros ou não para cumprirem com a parte difícil disso.

O que não muda é que a cúpula não deve me ver como alguém capaz de manter os Frolov de pé e eu nem quero, não do jeito que as coisas estão. Não posso lidar com as mesmas merdas que o meu pai e todos sabem que mudanças são duramente tratadas por eles. Um "adolescente" no comando dizendo o que vai fazer para modificar como ocorre o trabalho não será interessante para eles de modo algum.

— Parece que você tem muito em que pensar — me diz Niki após entrar com uma bandeja repleta de comida. — Sua testa vai acabar cheia de rugas se continuar fazendo movimentos bruscos — me diz e não posso acreditar que está mesmo agindo desse modo comigo.

Foi de fato colocado aqui para me ajudar ou gosta de ver uma pessoa mais fraca sofrendo e implorando por sua ajuda? Ainda é uma pessoa que não consigo decifrar com facilidade, contudo, o modo como me olhou, a maneira como garantia que me mataria... não eram olhos de uma pessoa que apenas vivenciou a inocência na vida.

Não tenho ideia do que o trouxe até aqui, ficando ao lado deles, mas é bem claro que depois disso não há mais volta, já matou por eles, agora espera que o que foi prometido seja cumprido.

Que o seu desejo seja valioso o bastante para valer toda uma vida preso em uma vida como essa, pois após entrar no meio da rede de crimes é imensamente complicado se livrar dela.

Contrato de honra - Série Família Sokolov - Livro 2 - RETIRADA 28.11.2024Onde histórias criam vida. Descubra agora