Capítulo 5

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AEROPORTO JFK, 10:48 PM


Verity ouviu quando o voo de Honolulu foi anunciado. Ela se levantou e se aproximou do portão de desembarque, ansiosa para ver sua mãe. Alguns minutos se passaram antes que ela pudesse encontrar no meio de todas as pessoas saindo, a mulher de estatura mediana, cabelos escuros e curtos, grandes olhos castanhos e bem embalada em um terninho roxo.

Nada foi dito, elas apenas se abraçaram e Verity sentiu como se apenas aquilo fosse o suficiente, era só o que ela precisava. O abraço durou mais tempo do que ela pensou que deveria, pelo menos ali no meio do aeroporto. Mas ela não se importou. Um pensamento intrusivo passou por sua mente: como seria se Isobel e Olívia se conhecessem como "mães" e não como "eu sou a chefe e você está se infiltrando em um cartel"? Algo como Jubal e Elliot? As chances de Isobel dar uma dura na Tenente Benson eram grandes e com certeza, ela faria uma revista em toda a vida da mulher assim que pudesse. Se já não havia feito.

Mas no fundo, Verity imaginou que ,provavelmente, as duas trabalhariam bem juntas sob pressão. Ela ouviu Elliot falando muito sobre Olivia e ela sentia que já conhecia o suficiente de seu modus operandi como policial e, comparando com Isobel, as duas seriam uma dupla e tanto. Mas ela também imaginou, tão rapidamente, como seria o natal com todos eles e sua mente lhe mostrou a imagem mais quente possível. Seria mágico. Mas ela não queria criar expectativas, já era uma mulher de trinta e cinco anos, deveria saber que imaginar esse tipo de coisa, só faria com que o baque fosse insuportável. E ela sabia disso, sabia muito bem, porque era como se sentia toda vez que um casal a visitava no orfanato e no final, levavam alguma outra criança que não fosse ela.

-Meu Deus, você cresceu! - Isobel zombou e Very não pode evitar de rir

-Não seja boba! Vamos, você está cansada, eu aposto. - a mais nova pegou as malas da mãe e logo seguiram para fora do lugar.

O caminho para o hotel foi silencioso e as duas apreciavam aquilo, estavam cansadas.

Verity ajudou sua mãe a se instalar no quarto, que coincidentemente era no andar abaixo do seu e as duas prometeram almoçar juntas no dia seguinte, já que ambas precisavam de uma boa noite de sono.

-Ei, como vai Isobel? - Elliot perguntou. Very estava voltando para o elevador quando o encontrou, também dentro do elevador. E pelas roupas e o suor, ela julgou que ele estava voltando da academia.

-Está bem! Vamos almoçar amanhã. Eu convidaria você, mas, sabe... - ela comentou e fez uma careta.

-Você precisa disso, um tempo com a sua mãe, com tudo o que tem acontecido... Vai ser bom! Me deixe saber se precisarem de alguma coisa! - avisou e ambos saíram do elevador. Seus quartos eram um ao lado do outro.

[...]

Na manhã seguinte, Verity e Elliot chegavam na UVE juntos, sabendo que tinham o primeiro caso em Nova York em mãos. O primeiro caso de Verity Castille na UVE.

Elliot se perguntou se ela estava realmente pronta para encarar aquele trabalho, como uma criança que passou pelo sistema e ele sabia, mesmo que ela nunca o tivesse dito, uma criança que sofreu maus tratos no primeiro lar experimental. Elliot passou muito tempo na UVE, o bastante para reconhecer alguém que já sofreu qualquer tipo de abuso.

Eles não demoraram muito na delegacia, logo foram para o local do crime e o próprio Elliot teve vontade de vomitar; eles receberam uma denúncia de tiros naquela madrugada, mas não esperava que encontrariam tal cenário: talvez dez crianças mortas, todas perfeitamente alinhadas pela sala, como se tivessem sido enfileiradas para morrer.

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