Capítulo 8

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ESCRITÓRIO DO LEGISTA


Elliot e Finn estavam a pouco para enfiar a cabeça grande e redonda do médico legista dentro de um daqueles freezers e fechar a porta repetidas vezes. Elliot principalmente. Seu temperamento já estava no limite, ouvindo o doutor David Layton, que Elliot podia jurar não ter mais do que vinte e cinco anos, dizendo a eles repetidas vezes que não poderia apressar os resultados porque eram muitos cadáveres, o irritava a cada segundo mais. Finn não estava muito longe, quando em questão de segundos, pressionou o garoto contra um dos armários de freezers o segurando pelo colarinho.

-Deixa eu te dizer uma coisa: meu parceiro e eu não estamos pedindo um favor aqui. Esse é o seu trabalho, então por que não faz logo ele ao invés de ficar sentado lendo revistas porno? - Finn falou, quase ameaçando o garoto. Elliot se lembrou do capitão dizendo "não precisam ser gentis" e acabou sorrindo. Ele não se lembrava de ter visto Tutuola intimidando alguém daquele jeito, pelo menos não além de um pedófilo.

-O-okay, eu vou entregar a vocês o relatório dos corpos até hoje a noite, pode ser? - o legista falou, erguendo as mãos, assustado. Coitado, sorte a dele que quem o pegou foi Finn e não Elliot. Os dois detetives saíram do lugar logo em seguida, depois de observar o médico puxar algumas gavetas de cadáveres.

-Eu não aguento, tenho que perguntar. - Finn começou, os dois já estavam no SUV preto do mesmo, saindo do estacionamento a alguns metros do IML.

-Quer saber sobre Verity, não é? - Stabler supos

-Cara, você está dormindo com ela? - Tutuola foi direto, mas arrancou boas risadas do parceiro, mesmo que ele se sentisse enojado com aquela ideia.

-Veja, eu sei que você é um cara que mantém a boca fechada, mas mesmo assim, não diga nada sobre o que vou dizer a ninguém, tudo bem? - Elliot pediu e assim que o latino assentiu, Elliot soltou: - Ela é minha filha.

Houve um momento de silêncio no carro. Finn estava absorvendo o que ouviu. Uma simples frase que quase queimou seus neurônios tentando se lembrar de quando foi que a primeira filha de Elliot nasceu, então se lembrou de que Mooren era a mais velha, mesmo assim tinha vinte e tantos anos e era professora, não detetive. Ele encarou o colega quando parou em um sinal vermelho.

-Você tem certeza de que não está tirando uma com a minha cara, não é? - perguntou, incrédulo, arrancando uma risada nasal do outro, que logo negou com a cabeça - Cara, como assim? Pensei que Kathy e você só tivessem Mooren e os gêmeos. Onde foi que eu me perdi?

-Cara, isso é mais antigo do que isso. Foi no colegial, eu nem sabia até estar em Roma, na verdade. - Elliot explica, mas percebe que seu amigo não está satisfeito com tão pouca informação e resolve que pode confiar em Finn para contar o resto.

Quando tudo estava esclarecido, os dois já haviam chegado no estacionamento da delegacia e estavam a alguns bons minutos dentro do carro. Finn mal podia acreditar em tudo que ouviu, estava em choque. Liv e Elliot? Em que universo paralelo ele estava? Quer dizer, todo mundo sabia que eles tinham dormido um pouco antes de Stabler ir embora, apesar de não terem certeza se os olhos azuis de Noah eram exatamente dele. Mas, colegial? Ele nem mesmo sabia que os dois se conheciam antes da academia de polícia. Era como colocarem um C4 bem em sua frente e explodi-la sem dar tempo que ele se afastasse. Trinta e cinco anos atrás, Liv e Elliot tiveram um bebê.

-Vai contar a Liv quando? - Finn perguntou quando os dois entravam no elevador

-Quando ela estiver fora do hospital e Verity sentir que está pronta para termos essa conversa. - ele falou e logo encerraram o assunto.

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