Capitulo III

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Abri os olhos, sendo quase cegada pela intensidade da luz que invadia o quarto pela janela. Ainda confusa sobre onde estava, tentei me levantar, mas fui impedida por uma mão ágil que me empurrou de volta para a cama.

— Fique quieta. Você ainda não pode andar

Olhei em direção da voz e vi Karin, a jovem de cabelos avermelhados, sentada em uma cadeira ao lado da cama.

— Karin... — murmurei, sentindo uma gratidão transbordar em mim. — Obrigada.

— Não me agradeça. Estou aqui apenas por ordens de Sasuke — ela respondeu sem desviar os olhos do livro que segurava.

— Onde ele está? Não me lembro do nosso reencontro — minha mente se esforçou para recuperar as lembranças perdidas.

— Você desmaiou imediatamente depois — explicou Karin.

— Desmaiei... — suspirei, sentindo uma pontada de frustração por minha fraqueza emocional. Que tipo de ninja era eu, incapaz de controlar minhas próprias emoções?

— Ele a deixou aqui e pediu para Jugo e eu cuidarmos de você — Karin continuou, agora levantando-se para buscar um copo d'água.

— Jugo? — perguntei, confusa.

— Você ainda não o conheceu, mas estou certa de que vai gostar dele — Karin respondeu, retornando com o copo de água e entregando-me.

— Onde eles estão? — indaguei, sentindo a sede se acumular em minha garganta.

— Eu não sei. Eles vivem em vários lugares — explicou ela, antes de acrescentar com um sorriso travesso: — Sasuke ordenou que a levassemos para onde seus amigos estão.

— Ele disse isso? — questionei, surpresa.

— Sim. E sabe, nunca vi Sasuke ser piedoso assim. Fica ainda mais sexy quando é gentil — Karin comentou, com um tom que parecia apaixonada.

Engoli em seco a água, me esforçando para não transmitir quaisquer evidências de incomodo.

— Eu adoro quando Sasuke-kun pede para me morder, normalmente depois de alguma luta. Sei que sou apenas um objeto de cura para ele, mas é fascinante.

— Karin, vocês têm algo? São namorados? — perguntei, arrependida imediatamente depois. Droga! O que estou fazendo?

— Ele não assume, mas sei que temos algo muito forte. Vou ajudá-lo a completar seu objetivo e, depois disso, tenho certeza que ele aceitará meu amor — respondeu Karin com uma convicção que fez meus olhos lacrimejarem.

Virei-me rapidamente para que ela não visse minha reação.

— Espero que você consiga, Karin — murmurei, tentando disfarçar a tristeza em meu tom. Não entendia do por quê, mas ainda pertencia a ele. Sasuke nunca mereceu isso, nem quando éramos crianças, e menos ainda agora, que somos jovens e ele havia mudado. Talvez ele tenha encontrado o verdadeiro amor através dela. Nunca seria eu. Como pude acreditar que um dia ele me escolheria? Não havia motivos para isso, e jamais o ajudaria em sua missão de vingança. Ele escolhera a pessoa certa. Como pode, depois de tantos anos, ainda abalar meu coração. Por que sinto que estou sofrendo tanto com essa confissão?

— Ei, Sakura! — Karin tocou meu ombro, ao me chamar — Está se sentindo bem? Me desculpe por sair do foco com minhas bobagens. Preciso saber se você consegue mexer as pernas.

Virei-me para ela, olhando para as pontas dos meus pés.

— Acho que consigo fazer isso — respondi. Em seguida, comecei a mexer as pernas, sentindo um grande alívio ao perceber que a sensibilidade havia voltado.

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