Quebrando as regras por você

Capítulo: XXV

— Vocês acham que essa guerra vai durar muito? — Hinata perguntou, ativando seu Byakugan. Seus olhos se moveram de um lado para o outro, analisando cada canto ao nosso redor com atenção, como se procurasse por algum rastro de esperança escondido entre os destroços.— Aquele homem que está atacando nossa vila é um Uchiha. — O cansaço em sua voz era evidente

— Tobi? — perguntei, tentando organizar meus pensamentos e absorver o que Hinata acabara de nos dizer. — Você está falando dele?

— Sim. — Hinata confirmou com um aceno, os olhos ainda escaneando a área, sem relaxar. — Kakashi-sensei nos contou... que eles eram grandes amigos no passado. Que ele fingiu estar morto por todos esses anos.

Era difícil imaginar como alguém poderia se esconder nas sombras por tanto tempo, tramando planos obscuros contra aqueles que um dia o chamaram de amigo. Um arrepio percorreu minha espinha, mas antes que eu pudesse responder Hinata, notei que Ino se abaixou para pegar algo do chão. Ela segurava um pedaço de tecido rasgado, desgastado e sujo. Pelos detalhes delicados, parecia ser parte da roupa de alguma mulher.

— Dizem que ele esteve envolvido no ataque que matou os pais de Naruto. — A voz de Ino saiu baixa e melancólica, e ao olhar para ela, vi que seus olhos brilhavam, como se estivesse à beira das lágrimas, enquanto observava o pedaço de tecido em suas mãos — Espero que consigam capturá-lo logo. Isso tudo precisa acabar.

Apesar de não termos dito mais nada, sabíamos que todas compartilhávamos o mesmo sentimento. Estávamos exaustas, machucadas, cobertas de poeira e suor, mas, mesmo assim, não podíamos parar. Ao nosso redor, só restavam destroços, como se tudo que conhecíamos estivesse sendo apagado. Mas ainda havia uma chama de esperança, frágil e teimosa, que, no fim, tudo ficaria bem.

Ao longe, podíamos ver Naruto e Sasuke, junto com todos os kages na linha de frente, segurando os ataques incessantes que vinham de todas as direções. Enquanto isso, nós seguíamos vasculhando todos os cantos, procurando por sobreviventes, por qualquer um que ainda pudesse ser salvo.

(...)

— Olhem! — Hinata apontou para o horizonte, com uma expressão séria. — Parece que conseguiram pegá-lo.

Seguimos seu olhar, nossas atenções focadas em uma única direção. No meio dos destroços, vimos Obito, debilitado, cercado por um círculo de ninjas.

— Ele... parece estar se rendendo — Ino murmurou, com uma pontada de surpresa na voz.

Esfreguei os olhos, tentando melhorar minha visão e entender o que estava realmente acontecendo.

— Kakashi conseguiu convencê-lo — observei, ainda incrédula.

— Vamos até lá! — Ino disse, tomando a dianteira e correndo em nossa frente. Sem pensar, seguimos atrás dela.

Quando nos aproximamos, percebemos que o campo de batalha havia silenciado. Um exército de ninjas parava para observar a cena, todos ansiosos pelo fim daquela luta desgastante. Obito estava ajoelhado diante de Kakashi, gravemente ferido. Seus aliados estavam caídos ao seu redor, praticamente todos mortos. Ele era o único que restava, mas, apesar do estado deplorável, ainda estava consciente, com o olhar fixo em seu antigo amigo.

Kakashi se ajoelhou ao lado dele, parecendo cansado, mas atento, ele fez um gesto simples para que os ninjas que o seguravam se afastarem. Obito parecia diferente agora, como se algo tivesse mudado. O olhar dele, antes frio e cheio de ódio, agora parecia... arrependido. A ideia de que ele pudesse estar se redimindo era quase surreal. Seria possível que o homem que causou tanta dor quisesse, afinal, colocar um fim à guerra que ele mesmo desencadeou?