A porta se abriu com um estrondo, fazendo o vento frio de fora invadir a sala e levantar as cortinas que cobriam as janelas. Alguns papéis pregados no mural se desprenderam e voaram, espalhando-se pelo chão. A Hokage, com um olhar firme, entrou sem esperar.
— Quando recebi aquela carta, não imaginei que fosse verdade — disse Tsunade, caminhando em minha direção. Antes que eu pudesse reagir, ela me envolveu em um abraço apertado, forçando-me a me levantar da cadeira. Confusa, tentei entender suas palavras. Que carta? No entanto, a saudade era tão forte que, assim que senti o calor do abraço, nada mais importou.
— Mestra... — apertei-a ainda mais, como se precisasse garantir que aquilo era real e não um sonho. — Senti tanta saudade...
Tsunade se afastou apenas o suficiente para me olhar de cima a baixo, como se estivesse avaliando cada detalhe, certificando-se de que eu estava bem. Os dois guardas na sala tentaram intervir, mas ela levantou a mão, interrompendo-os antes que pudessem dizer qualquer coisa.
— Temos muito o que conversar. — Ela se sentou, indicando para eu fazer o mesmo. Ficamos nos encarando por alguns segundos, até ela expulsar os dois rapazes da sala com um aceno de mão.
— Eu resolvo isso agora. — Seu olhar se fixou no guarda mais velho.
— Mas, Hokage, ela não é confiável. Não seria melhor ficarmos aqui, caso algo aconteça?
— Quem é você para me dizer o que devo fazer? — A voz de Tsunade ecoou pela sala, firme e autoritária.
O guarda abaixou a cabeça, claramente frustrado com o tom severo da líder da folha.
— Ela foi sequestrada e agora está de volta. É meu dever acolhê-la.
Sequestrada? Por que ela estava dizendo isso?
Os dois guardas não protestaram mais. Silenciosamente, abaixaram as cabeças e saíram da sala, deixando-nos a sós.
— Que carta? — perguntei confusa.
— Sasuke enviou uma carta dizendo que libertaria você.
— Sasuke... mandou uma carta...? — A surpresa dominou minha voz.
— A carta chegou há duas horas. Ele disse que iria libertá-la. Confesso que pensei que fosse blefe ou alguma armadilha — explicou Tsunade.
Sasuke tinha enviado uma carta para fazer todos acreditarem que eu não havia fugido, mas sim sido sequestrada. Era uma tentativa de me proteger da punição que eu provavelmente enfrentaria e até mesmo de me salvar de uma possível prisão. Nunca esperei que ele tomasse uma atitude dessas... Era difícil acreditar.
Mas, no fundo, eu sabia que não era certo sustentar essa mentira. Seria apenas mais um crime a ser carregado nas costas dele, e eu não podia aceitar que ele pagasse por algo que não fez.
— Não. — Balancei a cabeça, tentando afastar aquela ideia. — Eu nunca fui sequestrada. Fugi por minha própria escolha.
Para minha surpresa, Tsunade sorriu, um sorriso que quase parecia... orgulhoso.
— Eu sei. — Seus olhos se fixaram nos meus, cheios de uma satisfação inesperada. — Ele fez isso para te salvar da prisão.
— E o que vai fazer comigo agora? — perguntei, sentindo meu coração apertar — Você é a Hokage e tem o dever de me punir.
— Por que eu te puniria? — Ela segurou minha mão, apertando-a suavemente sobre a mesa. — Não importa o que os outros pensem, aquela carta deixa claro que você foi sequestrada. Sakura, só preciso que me responda uma coisa... por que voltou? Passei meses preocupada com você, mas imaginava que voltaria com aquele moleque, e não sozinha.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Quebrando as regras por você
FanfictionQuatro anos se passaram desde que Sasuke Uchiha abandonou Konoha, deixando para trás a amizade, os laços e uma promessa não cumprida. Agora, em uma reviravolta inesperada, ele reaparece na vida de Sakura Haruno, mais determinado do que nunca em sua...