Capitulo IV

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Irritante.

Essa era a palavra que martelava incessantemente em minha cabeça enquanto caminhava junto com jugo por aquelas ruas silenciosas. Embora eu entendesse os motivos, não conseguia aceitar que ele tivesse me tratado daquela maneira. Tantos anos de espera, tantos momentos imaginados, e quando finalmente aconteceu, ele me ignorou como se eu não existisse.

Minhas pernas ainda estavam fracas e tremiam a cada passo. Karin tinha me assegurado que levaria alguns dias para que eu recuperasse totalmente a força, mas a dor física era o menor dos meus problemas. O que realmente doía era o golpe emocional. Sentia um nó na garganta todas as vezes que me lembrava, e uma angústia que parecia crescer a cada instante. Sasuke, com seu olhar frio e poucas palavras, havia conseguido, mais uma vez, ferir meu coração.

O céu começou a se tingir de veludo escuro, pontilhado por pequenas luzes que piscavam timidamente, mas para mim, tudo parecia cinza e sem vida.

— Senhorita. — Jugo parou no meio do caminho, olhando ao redor com desconfiança. — Este é o lugar onde seus amigos estão alojados? — perguntou, encarando-me com seus olhos avermelhados.

Olhei adiante e percebi que tínhamos chegado. Fiquei surpresa por ele saber o local exato, mas preferi não perguntar. Afinal, era bem provável que nossos caminhos nunca mais se cruzassem novamente, e ele parecia conhecer aquela área como a palma da sua mão, muito melhor do que eu jamais conheceria.

— Sim, Jugo. Pode me deixar aqui. — Dei um sorriso tímido, tentando disfarçar a mistura de nervosismo e gratidão que sentia. — Obrigada por me trazer.

Ele hesitou por um momento, um leve rubor subiu sobre suas bochechas, antes de finalmente falar.

— Senhorita...

Percebi que ele estava constrangido, mas claramente queria dizer algo importante. Seus olhos evitavam os meus, fixando-se no chão como se lá encontrasse a coragem necessária.

— Pode falar, Jugo — encorajei, virando-me para ele e certificando-me de que ninguém nos observava.

— Notei que a senhorita gosta bastante de Sasuke — disse ele, ainda sem me olhar diretamente. — Mas não tente procurá-lo novamente. Pode ser perigoso.

Sua preocupação sincera me tocou. Ele não estava apenas cumprindo uma obrigação; ele realmente parecia se importar.

— Não se preocupe, Jugo. Não farei mais isso. Mas... — pausei, lembrando que os outros não fariam o mesmo — Muitos shinobis  estão à procura dele. Esta tentativa de se esconder não vai durar para sempre.

Ele parecia considerar minhas palavras, mas sua expressão denotava preocupação.

— A senhorita vai contar a alguém sobre isso?

Seu tom era cauteloso, quase suplicante.

— Não, Jugo. Assim como não quero mais vê-lo, também não quero que meus amigos tenham esse desprazer. — Dei alguns passos à frente. Parei e virei-me uma última vez para me despedir. — Adeus, Jugo.

— Adeus, senhorita.

Caminhei apenas alguns metros até a entrada da casa onde estávamos hospedados. O vento frio da noite ainda me envolvia quando abri a porta, e antes que pudesse reagir, fui puxada com força para dentro. Um abraço familiar e quente me envolveu imediatamente.

— Onde você estava? — Naruto me apertou nos braços, sua voz estava trêmula de preocupação.

— Naruto, você está me sufocando — resmunguei, tentando disfarçar o alívio em vê-lo.

Quebrando as regras por você Onde histórias criam vida. Descubra agora