Tobi permaneceu imóvel por um momento. Seus olhos mascarados observando Sasuke com algum interesse, quase como se estivesse avaliando a ordem que acabara de receber. E então, com um suspiro exagerado e um tom de falsa irritação, ele deu de ombros.
— Como quiser, Sasuke. — Ele disse, irônico — Vou deixar vocês aproveitarem esse momento... familiar. — E com um giro casual, ele se afastou, sumindo na escuridão da entrada, como se fizesse parte dela.
Quando a figura de Tobi desapareceu. Meus olhos estavam presos em Sasuke, procurando qualquer sinal de dor, qualquer indício de que ele estava realmente ali, presente e consciente. Eu queria dizer algo, perguntar se ele estava bem, mas as palavras pareciam presas na garganta. Só o que eu conseguia fazer foi esperar.
— Sasuke, deixa eu ver esses ferimentos. — Karin se aproximou rapidamente da cama, seus olhos preocupados vasculhando cada marca e corte no corpo dele. — Vamos resolver isso agora, morda aqui.
Sem esperar uma resposta, ela ergueu as mangas da blusa, revelando a pele marcada e cicatrizada de tantos tratamentos anteriores. O braço estendido, oferecido a Sasuke como um reflexo natural de quem já fez isso inúmeras vezes. Ela não hesitou, pronta para dar o que fosse necessário para curá-lo, para aliviar um pouco de sua dor. Por um momento, meu coração apertou, não pelo gesto em si, mas pelo peso que aquela atitude carregava.
Dei alguns passos para trás, permitindo que ela cuidasse dele.
Ver Karin assim, sempre se oferecendo como uma ferramenta de cura, fazia um nó se formar na minha garganta. Eu conhecia aquelas cicatrizes nos braços dela, os traços de um passado que a transformou em alguém que via seu próprio corpo como um meio de salvar os outros. Pensar no quanto ela havia sofrido e se sacrificado ao longo da vida era sufocante.
Sasuke, no entanto, balançou a cabeça, recusando.
— Não precisa, Karin. — Sua voz saiu com um tom definitivo. — Eu estou bem.
Ela hesitou por um instante, olhando para ele como se quisesse insistir, como se não pudesse aceitar que ele estava recusando ajuda. Mas então abaixou o braço devagar, seus olhos ainda preocupados, mas resignados. Por trás daquela fachada de indiferença que Sasuke exibia, eu podia ver que ele não queria causar mais sofrimento a ela.
Todos ficaram em silêncio, esperando que Sasuke dissesse algo, até mesmo Suigetsu, que normalmente era o mais impaciente entre nós.
— Meus objetivos mudaram. — Sasuke finalmente falou, ajustando o corpo para se sentar na cama. Sua voz estava calma, mas havia uma dureza fria que atravessava cada palavra. — Meu irmão Itachi foi um peão nas mãos dos líderes de Konoha, forçado a sacrificar todo o nosso clã para proteger aquela vila.
— O quê? — falei num sussurro assustado, minha mente tentando processar aquela revelação.
— Itachi massacrou nosso clã para proteger os malditos que vivem naquela vila. — O tom de Sasuke era amargo, quase venenoso, e cada palavra parecia carregar anos de raiva contida. — Ele me deixou vivo porque acreditava que eu faria tudo de forma diferente. Por algum motivo, ele me poupou do massacre.
Vi seus punhos se fecharem, os músculos tensos e as veias saltando sob a pele, uma indicação clara da intensidade do ódio que ele sentia. Então, de forma deliberada, ele levou as mãos à faixa que cobria seus olhos e a puxou, revelando o que estava por trás dela. Quando seus novos olhos se abriram, o Mangekyou Sharingan brilhando na escuridão, estava ativado. Vi o choque atravessar o rosto de todos ali. Era um poder novo e assustador, e ninguém soube como reagir.
— Nós vamos ajudar a Akatsuki. — Afirmou Sasuke, sem hesitar, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
— Mas você nos disse que nunca nos juntaríamos a nenhuma organização. — Jugo protestou.
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Quebrando as regras por você
أدب الهواةQuatro anos se passaram desde que Sasuke Uchiha abandonou Konoha, deixando para trás a amizade, os laços e uma promessa não cumprida. Agora, em uma reviravolta inesperada, ele reaparece na vida de Sakura Haruno, mais determinado do que nunca em sua...