capítulo 16

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MINHO
point of view

Não vejo Felix há duas semanas. Não que isso importe. Quero dizer, não deveria me importar com isso, mas estou me importando.

Não deveria ser relevante para mim alguém que sequer sei se cheguei a ficar, resumidamente, alguém que com uma entrevista arruinou a imagem que tanto lutei para conquistar.

— Isso é frustrante! — Chaeryeong entrou na sala de ensaio gritando. Encarei Chan, que deu de ombros.

— O que houve? — Changbin levantou o olhar para a garota.

— Escreveram uma matéria nossa na vogue. — ela respondeu, jogando a revista ao lado dos meus pés. — Uma puta conquista. De vocês!

— O quê? Chae, do que está falando? — Jisung questionou confuso.

— "A banda composta por quatro garotos que está estourando na indústria musical da atualidade, venham conhecer um pouco mais sobre os quatro rapazes que estão quebrando seus próprios recordes."

— É revoltante. — ela se jogou no sofá de descanso, abraçou as próprias pernas e cobriu o rosto. Encarei os meninos e no mesmo instante nos aproximamos. — Eu compartilhei do mesmo esforço que vocês para estarmos onde estamos hoje...

— Chae... Você faz parte da nossa história, não vamos aceitar que te apaguem assim.

— Eu ainda faço parte da banda para eles? Ou é só porque sou mulher? Quem escreveu a porra dessa matéria? Eu estou tão cansada de correr o mais rápido que posso, para acabar nunca saindo lugar que parti primeiro.

— Entrarei em contato com os editores para resolver isso o mais rápido possível. — Toni disse assim abriu a porta. — Chaeryeong, quer falar sobre isso?

— Eu posso?! — questionou irritada. — Posso reclamar de estarem tirando um mérito que também é meu? De estarem duvidando do meu trabalho porque não sou do mesmo sexo que eles?

— Não é um assunto que devemos tratar assim. — ela disse.

— Não me venha com essa e não seja hipócrita assim, já estou farta de lidar com pessoas como você. — Chae quase gritou.

— O que você quer dizer com "pessoas como eu"?

— Você passou por tudo que eu estou passando e ainda sim ignora tudo o que vê. Os seus colegas sendo machistas com as suas funcionárias, o tratamento diferente com as mulheres da sua gravadora. Você se cega por pura hipocrisia!

— Não sou hipócrita. Não me cego por isso. — Toni pareceu sentida pela fala de Chae.

— É sim! Se não fechasse seus olhos para isso, a realidade aqui dentro seria outra. Você não permitiria que pisassem nas suas garotas por isso. Isso é escroto, Toni.

— Chaeryeong, você tem todo o direito de estar brava, mas NÃO tem o direito de jogar isso em mim. Eu não tenho culpa por isso.

— Você tem sua parte de culpa. Fechar os olhos e fingir que não vê te torna culpada sim.

— Eu vou pedir pra tirarem a matéria do ar.

— Ainda sim não irá apagar o descaso que sofro aqui dentro.

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