Meus Bichinhos de Estimação

Novas Compras

Os dias voaram como pássaros no céu e parece que nossa relação estava fluindo de forma tão natural quanto o vento. Sempre que eu precisava de alguma ajuda, Todoroki e Bakugo estavam lá para me ajudar, não importava o que fosse. Passar um tempo com Todoroki e Bakugo era uma das melhores partes do meu dia. Seja rindo de uma piada boba, dialogando sobre coisas aleatórias ou simplesmente compartilhando silêncios confortáveis.

Eu me sentia feliz com ambos ao meu lado, nunca me senti tão bem em morar com duas pessoas. A presença de Todoroki e Bakugo fazia meus dias mais brilhantes e meu coração mais leve. Apesar disso… aqueles sentimentos confusos que ando tendo ultimamente... Eles têm me deixado inquieto. Às vezes penso em ir ao psicólogo para entender o que está acontecendo comigo e com minhas emoções.

Toda vez que estou com um deles, meu coração começa a palpitar e não consigo parar de suar. É uma reação que não consigo controlar, como se meu corpo estivesse respondendo a algo muito mais profundo do que eu consigo compreender no momento. Não é apenas nervosismo ou ansiedade; é algo mais denso, mais pessoal… Além disso, sinto uma nostalgia incompreensível, como se estivesse revivendo momentos que nunca vivi ou lembrando de algo que ainda não aconteceu. O que está acontecendo? É uma sensação bastante estranha.

Não gostaria que essa confusão interna afetasse nossa amizade, porém sei que preciso entender o que está acontecendo dentro de mim. Toda vez que Bakugo sorri ou Todoroki me olha com aquele olhar sereno, sinto algo que vai além da simples amizade… Há um calor, uma energia que me toma por completo, e eu não sei como lidar com isso.

Certa tarde, em um final de semana onde não havia trabalho, estava indo até a sala onde Todoroki e Bakugo se encontravam. Aquele dia estava especialmente agradável, pois eu estava bastante feliz em ter comprado algumas coisas para os dois alguns dias atrás e também estava muito ansioso para entregar a eles.

Ao chegar na sala, vi Todoroki e Bakugo conversando. A televisão estava ligada, transmitindo um noticiário sobre a criminalidade que vinha assolando Osaka e outras regiões do Japão. A Liga dos Criminosos estava por toda parte… e era realmente preocupante saber que a concentração desses bandidos era especialmente alta aqui em Osaka.

O som da TV estava um pouco alto, abafando parcialmente as vozes dos dois, então resolvi me aproximar com os presentes em minhas mãos, prestes a chamá-los. Quando estava a poucos passos de distância, algo na conversa entre Todoroki e Bakugo chamou minha atenção. Parei por um momento, hesitando em interromper.

— Estou te dizendo. Ele me chamou de Kazinho... — O canino estava sério. — Eu não estou ficando louco.

— Será possível que… — Todoroki especulou. — ele esteja recuperando a…? H-Hum?

Bakugo e Todoroki olharam para trás, se deparando comigo, e pareciam surpreendidos. Eu me assustei por terem me notado tão de repente e de modo ligeiro escondi os presentes atrás de mim. Por um momento, fiquei sem saber o que dizer, tentando disfarçar meu nervosismo com um sorriso tímido.

— D-Desculpem, eu os atrapalhei, não é? — Dei alguns passos para trás. — Eu posso voltar mais tarde.

— Não, está tudo bem. — Disse o neko, se levantando e me encarando, calmamente. Bakugo desviou o olhar, trocando de canal.

— A-Ah, que bom. — Fiquei corado. — Sabem… gostaria de entregar presentes a vocês, para cada um. — Então, mostrei uma varinha com uma pena pendurada e um mordedor em formato de osso. — Quero dar isso a vocês, uma forma de mostrar minha gratidão!

Todoroki ficou calado e então se aproximou de mim, olhando para os brinquedos para cães e gatos que eu segurava. Bakugo, com uma certa curiosidade, olhou para trás outra vez e viu os brinquedos. Sua expressão mudou de repente, ficando aborrecida.