Meus Bichinhos de Estimação

Jogando Com um Ser Hostil

Descansar ao lado de Todoroki na cama foi algo tão bom. A tranquilidade que nos cercava era tão satisfatória que eu desejava prolongar aquele momento. Sentir sua presença ao meu lado trazia uma sensação de paz, eu estava realmente muito feliz repousando com ele.

Após algumas horas, a leve chuva cessou, trazendo a noite de forma serena. Acordando com lentidão, estendi a mão para o lugar onde Todoroki estava, passei minha mão suavemente no local, apenas para me deparar com um espaço vazio. Aquilo me deixou mais despertado ao perceber sua ausência. Abri os olhos por completo e olhei para o local, realmente ele não estava mais deitado ali... Comecei a me erguer lentamente, ele havia saído assim que adormeci? Eu esperava honestamente que fosse descansar comigo…

Quando virei a cabeça para olhar ao redor do cômodo, meu olhar se encontrou com o de Bakugo, que estava com a face próxima a minha.

— Bom dia, Bela Adormecida. Dormiu bastante?

— H-Hã?! B-Bakugo?! — Me afastei, ainda surpreso. — O-Onde está Todoroki?

— Ele está fazendo o jantar. — Colocou as mãos no bolso. — Ele me disse para que cuidasse de você até que retorne. Mas daqui — Ele se jogou na cama, se sentando e cruzando os braços. — eu não saio. Aquele puto já passou muito tempo com você!

— A-Ah, se queria passar tempo comigo era só me dizer, hahaha.

— E-Eu…! — O loiro me olhou, irritado. Senti que diria algo, mas ficou quieto desviando o olhar. — Argh…

Diferente de Todoroki, que era mais reservado e tranquilo, Bakugo parecia sempre tenso e fechado. Apesar disso, havia algo nele que despertava minha curiosidade... Eu sentia vontade de conhecê-lo melhor.

— Quer fazer alguma coisa enquanto esperamos o jantar?

— Hum? O que exatamente? — Arqueou uma das sobrancelhas, me olhando.

Parei por um momento, pensativo e colocando a mão no queixo enquanto olhava ao redor do meu quarto. Buscava algo para ocupar o nosso tempo até o jantar... Logo meu olhar se fixou em algo debaixo da escrivaninha: a caixa de cartas Uno que costumava jogar com Iida e Uraraka.

— Ah! — Com uma repentina empolgação, me levantei da cama para pegar a caixa, quase tropeçando. Quando a peguei, olhei para Bakugo, sorrindo. — Que tal jogarmos Uno?

— Hã? U-Uno? — Vi uma expressão facial aturdida no inu, suas orelhas de cão ficando em alerta.

— Huh? O que foi, Kazinho?

Num piscar de olhos, vi Bakugo na minha frente, com os olhos arregalados e uma expressão surpreendida. Fiquei momentaneamente sem reação, observando-o enquanto ele agarrava meus ombros com firmeza. Sua súbita mudança de humor me deixou confuso, e imediatamente senti meu coração acelerar, ficando assustado.

— B-Bakugo… — Deixei cair a pequena caixa.

— Do que você me chamou?! — Seu aperto começou a doer meus ombros. — Você me chamou de “Kazinho”?!

— M-Me desculpe! Me desculpe! — Franzi a testa, fechando os olhos. — E-E-Eu não sei o porquê de ter te chamado assim… a-acho que confundi seu nome!

Um silêncio se instalou entre nós depois que falei, Bakugo prosseguiu quieto, sem dizer uma palavra. Então, num instante, ele soltou meus ombros e deu um passo para trás. Abri os olhos, sentindo-me um pouco mais calmo, e o encarei. Seu semblante, antes carregado de uma gigantesca e amedrontadora curiosidade, agora exibia uma expressão derrotada…

— Bakugo… tudo bem com você? — Estendi minha mão até ele, porém se distanciou de mim.

— Estou perfeitamente bem. Só comece esse jogo idiota, quero jantar logo.