Desavença

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— Hora de acordar, arbusto humano!

Foram as palavras que ouvi saindo da boca do canino que adentrou ao cômodo, antes da confusão acontecer… Permaneci com os olhos fechados, tentando prolongar aquele momento de tranquilidade, mas aos poucos comecei a despertar do meu sono profundo por conta do grito. De repente, Kazinho, em sua impaciência, decidiu que era hora de me acordar de uma vez por todas. Em um movimento brusco, ele arrancou o cobertor de cima de mim. Acredito que ele pensava que eu estava sozinho na cama, mas ele estava prestes a ter uma surpresa nada agradável…

Meus olhos, ainda embotados de sono, se abriram lentamente sentindo aquele vento frio em minha pele. Minha mente estava nebulosa, tentando compreender o que estava acontecendo, entretanto o susto e a agitação no rosto de Bakugo foram suficientes para me fazer acordar completamente. Ele ficou parado, olhando fixamente para mim, seus olhos arregalados de surpresa e talvez um pouco de confusão.

Notei então por que ele estava daquele jeito abismado e pasmo. Ao meu lado, estava o felino, agarradinho esquentando-me com seu corpo e dormindo serenamente.

— Malditos… — E depois de testemunhar aquela cena, se retirou do quarto, enfurecido.

— Kazinho?! Calma aí! — Eu me sentei na cama e estendi minha mão na direção da porta.

— Hum… — Com aquela gritaria Todoroki acabou acordando. — Midoriya? — Se sentou devagar ao meu lado, fitando meu rosto.

— Ah… bom dia, Todoroki… — O olhei com a testa franzida.

— Bakugo esteve aqui para lhe acordar? — Observou a porta aberta do meu quarto.

— Ele provavelmente não imaginava que você estaria aqui comigo... — Cobri a boca, desviando o olhar e corando.

— Gostaria que eu explicasse tudo a ele? — Eu voltei meu olhar para o neko, ele estava me encarando.

Pensei um pouco a respeito disso. Kazinho era como se fosse um cão... talvez ele sentisse ciúmes quando alguém importante estivesse dando atenção para outro... Ah! Eu ainda comparo os dois com cães e gatos! Mas… é uma possibilidade grande.

— Todoroki, não se preocupe. — Falei com confiança. — Irei dar um jeito nisso.

🐾🐾🐾

Com o passar dos minutos, nos encontramos na mesa de jantar, tomando o café da manhã em silêncio. A tensão ainda pairava no ar, tão densa. Kazinho nos encarava com aquele olhar afiado que fazia qualquer espinha se arrepiar… Era um tanto difícil puxar conversa com toda aquela pressão. Todoroki, como de costume, o ignorava completamente, mantendo-se calmo. Eu, no entanto, ficava extremamente nervoso com o olhar profundo de Kazinho, sentindo-me como se estivesse sob um holofote, cada movimento meu sendo julgado.

Mas então, um suspiro escapou de meus lábios e, com o coração acelerado, abri minha boca para finalmente falar com o loiro emburrado. Era agora ou nunca.

— Ei, Kazi…

— Obrigado pelo café da manhã.

Fiquei com uma cara de tacho. O inu agradeceu pela refeição matinal e terminou o café da manhã, levantou-se da cadeira e se afastou de nós. Fui completamente ignorado…

— Midoriya, tem certeza de que não queira alguma ajuda? — O bicolor perguntou.

— N-Não, eu consigo. — Sorri com a minha primeira derrota. — Ele vai conversar comigo.

🐾🐾🐾

O dia foi repleto de desafios. Todas as vezes que tentava falar com Kazinho, ele simplesmente me ignorava, e eu me sentia cada vez mais frustrado por causa disso. Todo o meu esforço parecia em vão naquele final de semana... Eu apenas queria ter um diálogo com o loiro, esclarecer devidamente as coisas. Talvez eu devesse dar um tempo para ele... mas e se ficar com raiva de mim para sempre?! Eu estava tão paranóico e com medo.

Meus Bichinhos de EstimaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora