Meus Bichinhos de Estimação

História Contada

— Esse é o melhor presente de aniversário que já tive, mamãe!

Essa frase... Essa voz... Não tenho dúvidas, sou eu quando era pequeno. O vento soprava fraco naquela manhã de verão, e eu podia sentir a brisa suave acariciar meu rosto enquanto observava as pétalas de cerejeira cair diante dos meus olhos de esmeralda. As pétalas pareciam dançar no ar antes de pousar no chão, criando um caminho sob os nossos pés.

Caminhava ao lado de minha querida mãe, segurando sua mão e sentindo a segurança que ela sempre me proporcionava. Subia as escadas alegremente, pulando de degrau em degrau, quase como se fosse uma aventura. A felicidade transbordava em mim e eu não conseguia conter meu ânimo.

Eu estava muito animado naquele instante, com uma energia que parecia inesgotável. Aparentava estar indo para algum lugar específico, mas qual exatamente? Não consigo recordar direito. A lembrança era vaga, como um sonho distante que insiste em se esconder nas em meio às memórias... Mas sei que estava cada vez mais próximo do lugar. As escadas começaram a se acabar e meu coração palpitava sem parar.

Nos braços, segurava com firmeza um boneco de um homem loiro que sorria de forma valente. Ele parecia tão real em minhas mãos pequenas, com sua expressão corajosa e destemida, pronto para enfrentar qualquer ameaça e proteger tudo e todos. Senti que era meu herói… meu companheiro em tantas aventuras imaginárias.

E no fim de tudo, chegamos ao topo. A visão se abriu diante de nós, revelando uma enorme academia que me deixou sem fôlego. Ali, no alto, com minha mãe ao meu lado e meu herói de brinquedo nos braços, senti uma felicidade pura e genuína, como se o mundo inteiro estivesse ao meu alcance.

— Oh... — Maravilhado enquanto caminhava, avistei um homem que saía de dentro da academia e vinha se aproximando, ele era alto, loiro e transmitia tanta bravura... como o meu boneco.

Um frio na barriga surgiu subitamente e em um impulso, corri para trás de minha mãe, me escondendo atrás de suas pernas. A cada passo que aquele homem dava, minha mãe também dava mais um, e eu ia acompanhando-a aflito. Sentia minhas mãos pequenas e trêmulas segurando firme na barra de sua saia e no boneco que eu levava comigo.

E então, ambos pararam de andar. Minha mãe e o homem ficaram frente a frente, e eu, escondido atrás dela, observava tudo com o coração acelerado. Uma breve conversa começou entre eles.

— Sejam muito vindos à Academia Yuuei! — Cumprimentou o homem alto, eu espiei. — Você deve ser a senhorita Midoriya, é um grande prazer. E ora! Se não é o meu mais novo aluno! — Sua voz exalava alegria ao olhar para mim, apenas me encolhi de vergonha.

— Fico muito grata por aceitar meu filho em sua academia, senhor All Might. Izuku é o seu maior fã. — Disse minha mãe, calmamente.

— Haha! Sem problemas, senhorita! Eu irei fazer do seu filho o melhor! — Meus olhos brilharam com tanta admiração pela figura. Ele então se agachou em minha frente, mostrando aquele grande sorriso mais de perto. — Também estou sabendo que hoje é o seu aniversário! Meus parabéns, meu jovem!

Senti aquela enorme mão bagunçar meus cabelos esverdeados, estaria completamente bobo e realizado. Eu sorri, tendo mais coragem para falar com ele.

— Como assim ele será o melhor?! — Ouvi uma voz infantil no local, porém estava bem irritada. — Eu sou o melhor!

Olhamos em direção da academia, curiosos para saber de quem era aquela voz furiosa. Vimos então uma dupla de crianças com trajes de artes marciais vindo da academia. Meu corpo ficou tenso, e o medo começou a ressurgir. Eles estavam se aproximando, o garoto loiro com uma expressão voraz em seu rosto enquanto o menino ao seu lado de cabelo bicolor mantinha uma feição neutra. O medo tomou conta de mim, e tudo o que eu conseguia pensar era em me esconder mais uma vez, em busca de proteção. Imaginava que eles quisessem me bater.