Ter um sonho, isso é algo admirável, algo belo, é uma sensação incrível. Quando não podemos concluir nossos sonhos é terrível, a sensação é como se fôssemos incapazes.
O sentimento que First carregava na maioria das vezes era de incapacidade, ele se sentia falho, por não ter um amor, não concluir sua faculdade, e por não ter conseguido salvar sua mãe.
First era humano, e assim como todos os humanos ele tinha um sonho, e uma ambição, ele sempre quis ensinar as pessoas, e passar suas ideias. Ser um professor acabaria sendo o trabalho ideal, ele até foi atrás, começou a faculdade, sua mãe o apoiava, era a única, uma pena que ela ficou mal, e então First abandonou tudo por ela.Alguns fios de seu cabelo cobriam seus olhos, o clima era úmido, mas o sol ainda sim estava alí.
Logo First percebeu o vazio do quarto, este qual era repleto de itens, mas mesmo assim tinha um vazio, era a falta que Khaotung fazia na vida deste. Se sentou na cama de forma delicada, mesmo com todo o repouso ainda sentia dores, e um cansaço enorme.― Mas rapaz, eu só saí um pouquinho e cê já tá fazendo esforço, parece uma véia. ― Adentrou o quarto carregando uma bandeja.
Os olhos de First brilharam ao ver o menor alí, um sorriso instantâneo se formou em sua face. ― Uau, você está mesmo inspirado. ― Agradecia a Khao com um sorriso de orelha a orelha.
― Quanto mais repouso mais rápido você melhora. ― Sorriu beijando a testa do maior. ― Acha que semana que vem já vai ter melhorado? ― Abria as cortinas amarelas com pequenas bolinhas brancas.
― Uhm, acho que sim, não sou tão frango. Por que? ― Questionou.
― Semana que vem eu vou voltar a São Paulo. ― Sem que o menor terminasse sua frase, First se engasgou com uma bolacha. ― Calma! Eu vou só por uma semana, eu tenho que ver meus pais, por mais que eu tenha brigado com eles, tenho que dar notícias.
O maior tossia enquanto batia em seu próprio peito. ― Aiai, eu só entendi errado, meu Deus, você não explica, quase morri.
― Não tinha explicado porque não tinha terminado de falar, bobão. ― Deu uma risada frouxa. Delicadamente afastou as pernas de First na beira da cama, se sentando alí.
Sentado na beira da cama Khaotung encarava até a alma de First, apenas pelos seus olhos, ele sorria, sorria perdido, First tinha certeza de que o menor não fazia ideia de que estava encarando o mesmo, mas diante de alguns minutos First começou a pensar que talvez tivesse algo no rosto, estava ficando vermelho e envergonhado, tentar ignorar o fato do menor o encarar estava sendo impossível.
― Por que você tá tão tenso? ― Se jogou de costas na cama.
― Você tava me encarando igual um psicopata, eu tentei ignorar, mas tava me deixando doido. ― Bebeu seu café.
Sem ver a cara de Khaotung somente ouviu gargalhadas altas. ― Que crime, a obra prima não gosta de ser observada, nem admirada. Uma pena. ― Fez um bico, e girou na cama, se aproximando de First.
― Não se cansa de ficar dando em cima de mim? ― Arqueou a sombrancelha.
― Eu? Nunca, jamais. ― Pulou rapidamente, largando um beijo na bochecha de First. ― Agora tchau, eu tenho que tomar um banho pra ir trabalhar.
― Agora você é clt, meu Deus.
― Eu não nasci pra trabalhar como clt. ― Revirou os olhos saindo do quarto.
Era doloroso, mas First sabia que teria de se despedir de Khao, para que ele pudesse trabalhar.
Fazia um tempo que o maior não ficava sozinho em casa, a rotina de trabalhar em todos os períodos já era normal para ele, ele tinha tantos trabalhos que preenchiam sua mente, não dando espaço para que ele pensasse no que queria pra si mesmo.
Recentemente as lembranças de seus estudos começaram a repercutir em sua cabeça, talvez por ele ter diminuído a carga de trabalho, ou seja lá o que aconteceu, o garoto só não perdia a ideia de seus estudos, talvez conversar com um amigo o ajudaria.
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" Malandragem " [ Firstkhao ]
FanfictionUm playboy do interior de São Paulo resolve se mudar para o Rio de Janeiro como afronta a seus pais, só conhecendo um amigo lá. Sem trabalho fixo e com um cartão em suas mãos ele aluga um quarto compartilhado em um apartamento, e agora como o mimado...