Han Jisung era pai solteiro de um garotinho de 2 anos que nunca tinha saído do hospital. Por conta da saúde frágil do filho, do emprego instável e das desavenças emocionais, Jisung se via preso em uma sala sem portas ou janelas. Porém, em um sábado...
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🫧
Jisung mordiscou o lápis, olhando para uma das inúmeras folhas dispostas na mesinha pequena da sala de descanso, relendo novamente a mesma frase de outrora.
Desde sempre foi assim, as letras o confundem, se perdia nas palavras e precisava retornar ao começo diversas vezes. Não era atoa que preferia números e equações, mas em um vestibular, tudo contava, não apenas a matemática, mesmo que seu curso fosse voltado aos cálculos. Ele suspirou, coçando a cabeça, voltando ao início mais uma vez; no canto da folha, haviam pequenos desenhos, e Jisung se culpava quando notava que, ao invés de ler o enorme texto de gramática, estava desenhando e dispersando do conteúdo.
— Aish, que droga... — ele murmurou, e no momento em que voltou ao início da frase pela milésima vez, Jeongin abriu a porta, eufórico.
— HYUNG! O SISTEMA TRAVOU! — ele disse alto, e Jisung quase agradeceu pela intromissão.
— Reinicia. — respondeu.
— Não tá indo! Eu não consigo fechar a conta, e a garota que tá lá é bonita pra caralho, tô com vergonha de errar!
— O que ela pediu? — Jisung perguntou, se levantando, indo até Jeongin que andou novamente até o balcão.
— Tá aí na comanda. — Jeongin sussurrou. — Perdão, senhorita, tivemos um probleminha no sistema.
— Tudo bem. — a garota sorriu, e então, Jisung olhou na comanda digital — Oh, você é o oppa do ônibus!
— Ah? — Jisung ergueu os olhos para ela, notando que, sim, era a estudante do outro dia, quando estava doente e prestes a desmaiar no ônibus.
— Que surpresa te achar aqui! Uau, você é realmente bonito quando não está morrendo, qual seu nome, oppa? — ela perguntou animada, piscando rapidamente.
— É uma coincidência e tanto. — Jisung riu, e Jeongin o cutucou, o olhando confuso. — Han Jisung, muito prazer.
— Jeon Sehan! É muito bom ver que você tá bem, fiquei preocupada sobre você estar sozinho naquela situação. — ela disse.
— Não te agradeci por se preocupar. De qualquer forma, já tô bem melhor, obrigado. — Jisung sorriu gentilmente, olhando novamente para a comanda — São 27 mil wons.
— É débito. Fiquei pensando em você naquele dia, ainda bem que nos reencontramos, posso pedir seu número agora. — disse Sehan, erguendo o celular com a capinha rosa para fazer o pagamento, o balançando e dando uma piscadela fofa para Jisung.
Jeongin arregalou os olhos, puxando discretamente o suspensório de Jisung.
— Não, não, eu já tenho uma pessoa. — Jisung ergueu as mãos, dando uma risada sem graça. A garota fez um bico magoado, dizendo um "sério?" baixinho.
