Capítulo 29 - Canto de Esperança

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Jisung mordeu a madeira já roída do lápis, balançando o pé incansavelmente enquanto lia mais uma vez o que dizia a questão. O cálculo estava feito, porém, havia algo errado, e ele sabia que era por conta de uma falha de interpretação no texto do exercício. Acontecia às vezes, mesmo que Jisung fosse melhor em exatas, ainda haviam as questões de interpretação com enormes textos, e aquilo fazia com que os cálculos não fizessem tanto sentido quanto deveriam. Ele havia se esquecido do quão ruim era naquele tipo de atividade, e nas textuais no geral.

Jisung sempre foi considerado um mal aluno, porém, não era por falta de esforço. Ele se lembrava que os professores sempre diziam à sua avó "ele tem potencial, só precisa se concentrar mais", e Jisung tentava, mas parecia nunca dar certo, até o momento em que desistiu de progredir.

Sua dificuldade, sem dúvida, era desanimadora. Não conseguia se concentrar, seu corpo era inquieto, qualquer coisa era uma distração, os textos embaralhados em sua cabeça, a ansiedade que corria em seu corpo quando notava que a prova estava cada vez mais perto, e não havia avançado nada em seus estudos. Era exaustivo, e naquele momento em específico parecia impossível.

Estava no hospital, sentado no sofá, os livros estavam ao seu lado, onde Hyunjin ocupava para ajudá-lo em uma coisa ou outra. Minjae dormia tranquilamente em seu bercinho, abraçado com o coelho azul já meio gasto na orelha, onde o bebê costumava morder. Jisung constantemente pensava que deveria comprar outro para ele.

Num suspiro longo, Jisung cruzou as pernas sobre o sofá. Além das distrações, ainda tinha o fato de que o medicamento não estava fazendo efeito em Minjae, quase como se ele não estivesse recebendo a medicação. Minho dizia que aquilo não era bom, então estava dando uma atenção especial à nova fórmula, juntamente enquanto se preparava para o transplante de Eunhee, que seria no dia seguinte.

Todos aqueles acontecimentos faziam com que sua cabeça não funcionasse, mesmo que estivesse há 2 meses do vestibular, o tempo corria cada vez mais rápido, e Jisung se sentia burro por querer fazer a prova justo naquele momento de sua vida, mas ele sabia que talvez não pudesse ter a oportunidade e a disposição nos próximos anos, não sabia como seria o futuro, então o melhor a se fazer era adiantar o máximo possível.

Talvez fosse um pensamento idiota, totalmente insano, mas não conseguia pensar em outra saída senão aquela. Sua cabeça parecia transformar tudo em uma única chance.

Num suspiro longínquo, ele largou o lápis e a apostila no sofá, esfregando as mãos no rosto tão forte que sua pele ardeu automaticamente. Era frustrante, ser daquele jeito, pensar daquela forma, se sentia irresponsável por ocupar a cabeça com coisas fúteis ao invés de focar no que era importante para a prova.

Mas lá estava Jisung, pensando na lojinha de artigos infantis onde tinha visto um coelho branco enorme e peludo por um preço ótimo.

A porta do quarto se abriu, e com um esforço extra, Jisung tirou as mãos do rosto, vendo a figura de Minho adentrando o leito com tranquilidade, trajando o mesmo jaleco branco com desenhos, com as mesmas orelhas felpudas e o mesmo olhar carinhoso. Um sorriso com dentes salientes se abriu para Jisung, e a agonia fugiu de seu corpo, não podendo lutar contra o sentimento gostoso que se apossava dele sempre que via Minho.

Senhor Coelho • minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora