Han Jisung era pai solteiro de um garotinho de 2 anos que nunca tinha saído do hospital. Por conta da saúde frágil do filho, do emprego instável e das desavenças emocionais, Jisung se via preso em uma sala sem portas ou janelas. Porém, em um sábado...
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🫧
— QUE PORRA VOCÊ ACABOU DE ME CONTAR?!
Se não havia uma alma sequer olhando para o balcão de atendimento do café, agora tinham várias, e Jisung faltou se jogar no chão tamanha vergonha que sentiu, olhando para Hyunjin, incrédulo com a falta de noção do amigo, que tinha uma expressão tão ou mais assustada que a dele.
— Fala mais baixo, pelo amor de Deus! — Jisung disse entredentes, fingindo limpar alguma coisa para que os clientes não notassem que o maluco ao lado era seu amigo.
— Mais baixo? Mais baixo vai ser a voadora que eu vou te dar. Você simplesmente espera mil anos pra me contar que BEIJOU o Minho! — Hyunjin disse chocando, gesticulando exageradamente — Não só uma, como VÁRIAS VEZES.
— Hyunjin, eu sinto muito mas vou ter que chamar o segurança, você tá acabando com a minha dignidade nesse lugar. — Jisung reclamou, jogando o pano na cara do modelo.
— Eu tô é descrente, Jisung, com tamanha traição. Você enfia a língua na alma do médico do seu filho e espera três dias pra me contar, isso só pode ser falsidade. — Hyunjin bebericou um pouco de seu café, cruzando as pernas — Ainda por cima me conta no pior lugar, porque não posso nem gritar quem dirá surtar por você.
— Por isso eu disse que te contaria na sua casa, mas você encheu tanto a minha paciência que eu fui obrigado a contar aqui, né. — Jisung disse, arrumando alguns acessórios que estavam fora do lugar.
— Jisung, você teve três dias pra me contar isso, e justo quando é impossível que o ser humano se expresse corretamente no espaço você me solta "tenho que te contar um negócio importantíssimo". Como você quer que eu fique? Eu hein. — Hyunjin ralhou, olhando para o amigo que arrumava as xícaras cuidadosamente. — Você tá muito calmo com isso tudo. Estranho.
— É que eu tô pensando. — Jisung disse — Depois daquele dia, eu e ele não tivemos tanto tempo sozinhos.
— Desde quando você ficou tão emocionado? — Hyunjin ergueu uma sobrancelha.
— Desde quando eu soube na prática a definição de "o beijo mais gostoso do mundo", Hyunjin. Fiquei mil anos sem beijar, e quando beijo é logo o homem mais bonito que já pisou nesse país e que de quebra beija ridiculamente bem. — Jisung girou os olhos — Eu só... Sei lá, sinto falta dele. Um pouquinho.
— Um pouquinho, admite logo, cê tá gostando desse cara.
— Eu já admiti, e foi pra ele, okay? Maturidade em primeiro lugar. — disse Jisung, e o queixo de Hyunjin foi ao chão.
— Não creio, você se confessou pra ele?! Quando?! Jisung, você tá ficando horrivelmente traira!
— No dia que ele me contou sobre o transplante, também foi quando eu beijei ele pela primeira vez. Sei lá, eu achei que tinha agido na emoção, mas depois disso eu passei a pensar nele literalmente o tempo todo, e eu já fazia isso antes sem perceber.
