— LALISA MANOBAN—
— Se despedir? — Pergunto atordoada. — Se despedir como?
Nenhuma palavra saía dos lábios da mais nova.
Não sei como descrever o que eu sentia, porque ao menos eu mesma sabia.
Como que em tão pouco tempo, alguém consegue me fazer sentir presa e tão envolvida a uma relação como essa? Eu me sinto uma idiota, porque eu não deveria estar me sentindo assim, Eu deveria estar feliz.
Eu deveria estar feliz porque ela não estaria mais no meu pé e eu poderia viver a minha vida como quiser.
Mas simplesmente, condenar essas palavras em minha mente, me faz sentir uma bela de uma mentirosa.
— Ah.. Você sabe como, Lili. — Ela abaixa sua cabeça enquanto segurava suas mãos.
Eu podia jurar que a vi sorrir por um momento.
Como posso pensar uma coisa dessas em um momento como esse? Ela claramente não tem motivos para sorrir, ela vai embora.
— Eu vou me mudar.
Suas palavras soam mais como um susurro. Fico em total silêncio raciocinando o que acabei de escutar.
Mudança.
— Jennie..— Respondo fundo enquanto ajeito meus cabelos. — Foi por causa daquela nossa briga? Olha, eu realmente não queria ter falado aquelas coisas pra você e..
— Lisa. — Ela me interrompe. — Vou voltar a morar com meu pai.
— O que?
Minha voz sai em completo choque. Nada daquilo fazia sentido. Se alguém me falasse que tudo isso é um belo de um Reality Show, eu realmente acreditaria. Mas não tem nada que mostre ao contrário. Não há cameras, nem nada de algum indício de uma brincadeira de mal gosto.
E não, não é sobre o fato de Jennie estar se mudando, É com quem ela irá morar. Depois do trabalho, eu sempre costumei a sair casualmente da empresa, e ir a algum bar com alguns colegas de trabalho. Quando eu e o tio de Jennie fomos, Ele desabafou sobre o quão estava sendo difícil a situação toda, Pois não sabia o que sua sobrinha sentia em relação ao "Abandono" De seus supostos pais. Ele falou também sobre como sua sobrinha se comportava como se não conhecesse nenhum deles naquela casa. como se as vezes não fosse a mesma. Jennie sem dúvidas não tem condição psicológica nenhuma para morar na casa de uma pessoa que basicamente foi uma das fontes de seu trauma.
— Eu realmente não queria ir..mas eu não tenho outro lugar há não ser lá. — Ela diz soando o mais triste possível.
— Como assim?! Você tem seu tio.
— Eu não posso passar minha vida toda lá, Lalisa.
Respiro fundo.
— Você pelo menos está feliz com isso?
Se ela abrisse sua boca dizendo um "sim, eu estou feliz" eu simplesmente á deixaria seguir seu próprio caminho. Amar significa respeitar.
Por que caralhos estou falando sobre amor?
O que eu sinto por Jennie é com certeza muito forte, mas ao ponto de ser comparado ao sentimento do amor? Não acho que seja isso. Mas o que eu sinto por Jennie é forte o suficiente para mim querer ter zelo pela mesma.
Jennie olha para mim alguns segundos, como se estivesse pensando.
— Não sei.
Franzo o cenho.
— Não sabe?
— Sim, acho que esse sentimento é um tanto desconhecido. — Ela respira fundo.— Até alguns anos atrás ele foi embora sem deixar pista alguma.
— E agora ele quer voltar. — Completo.
— Sim. — Ela afirma a minha tese. — É tudo muito novo pra mim..mas eu sinto medo.
— Medo?
— Meu pai quer que eu me case. — Ela diz. — Um casamento arranjado.
Meu corpo congela e minha mente fica paralisada. Jennie é muito nova para se casar com um desconhecido. Na verdade ninguém deveria ser cogitado a participar de um casamento arranjado.
— Jennie..isso é loucura. — Digo rindo de indignação.
— Eu sei, eu sei. Eu não queria, mas você acha que eu tenho escolha, Lili? Eu não tenho outra cogitação de pessoa.
— Mas você não precisa ter, é muito nova para isso.
Ela ri sem emoção.
— Como se a sociedade pensasse nisso. A sociedade só nos vê como um órgão reprodutor. — Ela suspira.— Mas você não entende porque não tem uma vagina. As coisas são mais fáceis pra você.
Eu fico em silêncio.
Eu não queria de forma alguma que Jennie se casasse com qualquer que fosse. Ela não queria, ela não estava feliz. Se fosse ao contrário eu apenas lhe desejaria uma boa vida— mesmo que doesse.
Mas não era isso.
Então pela primeira vez na semana, vejo lágrimas caindo do rosto da mais nova. Ela tenta disfarçar abaixando sua cabeça, mas uma vez que eu vi suas lágrimas, jamais poderei esquecer novamente.
Me levanto quase em instantâneo. Meu corpo abraça o da mesma, e minhas mãos alcançam seus fios sedosos.
— Não chore, por favor...isso está me destruindo. — susurro em seu ouvido em uma tentativa de acalmar a mesma.
— Lisa..
Seus olhos vão de encontro aos meus. Minhas mãos se movem em seus cabelos, enquanto trabalham em sua cabeça.
—Lisa, você tem que fazer alguma coisa..— diz em um tom choroso. — Não vai deixar eu me casar com estranho, não é?
Suspiro fundo.
— Eu sempre vou estar aqui pra você Jennie, não importa o que for.
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ROSEMARY - JENLISA G!P
Mystère / Thriller"Algumas pessoas são como rosas. Muito bonitas de se admirar e ao mesmo tempo tão cheias de espinhos, que ferem a quem delas se aproxima." ~ Anônimo. ⚠️ GATILHOS INCLUÍDOS ⚠️ Agressão| Manipulação | Abandono |canibalismo etc A fanfic contém cen...