Era cedo da manhã, fazia poucas horas que o sol tinha nascido, e de pé no salão de treinamento, estava o encapuzado. A garota de cabelos escuros encontra-se logo a baixo do patamar em que o homem está, dando seu máximo em mais um dia de treino intenso. Seu suor pingava no chão enquanto era nítido o seu cansaço na respiração ofegante.
— POR QUE EU AINDA FAÇO ISSO! — Ela grita enfurecida após interromper seu treino.
— Para você ficar mais forte. — Com uma voz fluida e calma, Belial fala.
— FICAR FORTE? ATÉ QUANDO?
— Até você alcançar seu despertar.
— DESPERTAR? VOCÊ SEMPRE FALA ISSO! E ATÉ HOJE NUNCA ME DISSE O QUE ERA. — A morena bufa em ódio.
— É o poder máximo que um usuário pode alcançar.
— Poder! — Ela afirma ironicamente após abaixar seu tom de voz. — Você só me vê como uma arma.
— Está enganada! Sabe que me importo com você.
— ENGANADA? EU ESTOU AQUI DESDE QUANDO NASCI. DEZOITO ANOS PRESA NESSE LUGAR. TRATADA COMO LIXO. VIVENDO EM UMA CELA NOJENTA. E VOCÊ AINDA TEM A CORAGEM DE DIZER QUE SE IMPORTA COMIGO?
— Você sabe que por mim, você não estaria aqui. — O homem deixa escapar um ar preocupado em sua fala. — O rei...
— O rei! — Ela o interrompe. — Você sempre comeu na mão dele. Parece ter medo daquele merda. — A jovens profere suas falavas com uma feição de nojo indescritível. — Cinco anos atrás, quando você chegou, me prometeu que me tiraria daqui, mas nunca fez por onde cumprir com sua promessa.
— Desculpe, pequena!
— Não me chame de pequena! Não tenho mais treze anos.
Uma pausa se prolonga após sua fala, deixando um vazio interminável no encapuzado. A garota permanece o encarando com um olhar serrado até dá as costas para o patamar em que ele estava.
— Se eu pudesse fazer um desejo, Belial, pediria que tirasse pelo menos a minha mãe dessa merda de lugar.
O silêncio do salão é perturbado pelo ranger das grandes portas de madeira se abrindo atrás do encapuzado. O rei entra no recinto acompanhado de mais dois guardas reais e uma mulher acorrentada sendo puxada pelos dois homens.
— Ainda não voltou para a capital, alteza? — Belial se vira para o rei e o reverencia, mas logo sua feição muda em espanto ao notar quem os dois guardas carregavam.
— Vou te mostrar como motiva alguém. — De forma fria o rei o insulta com um olhar sarcástico e um sorriso mal intencionado. Se Belial acreditasse no diabo, diria que aquele elfo é o próprio mal personificado.
Ele agarra as correntes que prendia aquela mulher e a puxa sem nenhuma empatia, colocando-a com os joelhos no chão áspero e destrancando as amarras em seguida. A sujeira em sua pele, as cicatrizes em seu corpo e os poucos trapos que a cobriam, contavam histórias sobre todo o sofrimento da mulher. Sua feição deprimente carregava toda a angústia que sentia por ter que viver naquele lugar por anos.
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REX: A ORIGEM
FantasíaHá quase três mil anos, dois gêmeos nasceram. Predestinados a mudar o mundo. Um, forjado pelo caos, e outro, nascido do Rex. Duas magias, um propósito. E uma guerra sem vitoria. Eles travaram um luta que, no futuro, ficou conhecida como a batalha do...