Millie Quint, é uma jovem de 21 anos que cresceu em Cambridge, Massachusetts, imersa na fé e tradições de sua família religiosa. Determinada a seguir seus sonhos, ela ingressa na prestigiada universidade de teologia em Boston, onde espera encontrar...
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Millie.
Música alta, pessoas gritando, palmas aleatórias... isso era tudo o que eu conseguia ouvir enquanto permanecia sentada ao lado da minha mãe na igreja.
Apesar de praticamente me criar nesse meio, às vezes eu não estava muito afim de fazer parte do culto, e muito menos da comunhão com os irmãos.
Não consegui prestar atenção em nada, o pastor falava alguma coisa que eu nem sequer conseguia escutar. Minha mente apenas revivia os pequenos momentos que tive com a Billie e tudo o que ela me fez sentir.
Depois daquela experiência bizarra, nada mais aconteceu. Seguimos nossas vidas acadêmicas normais, apenas dando bom dia e boa noite uma para a outra.
As sessões de maconha dela continuaram pelo resto da semana, e infelizmente acho que já estou me acostumando com isso. Porém, dei graças a Deus quando meus pais foram me buscar no sábado de manhã para passar o final de semana em casa com eles.
Sinto falta da minha casa, e principalmente do meu quarto e minha privacidade.
Tentei me concentrar, ouvir as palavras do pastor e sentir a familiar paz que normalmente me envolvia nesses momentos, mas minha mente estava em outro lugar, perturbada pelos pensamentos sobre Billie. Suas provocações, seu jeito confiante, seus lábios, sua respiração ofegante naquela noite...
- Filha? — Minha mãe me cutucou e eu me assustei um pouco, com medo de que ela pudesse ler meus pensamentos impuros. — Tá tudo bem, querida? Parece tão quieta hoje.
Forcei um sorriso, tentando parecer normal.
- Sim, mãe. Só estou um pouco cansada. — Respondi, esperando que ela não percebesse minha inquietação.
Ela assentiu, ainda parecendo preocupada, mas voltou a prestar atenção no culto. Eu tentei fazer o mesmo, mas os pensamentos continuavam a invadir minha mente.
Billie. Era só isso que se passava pela minha cabeça. Sua voz, seu cheiro, seu toque... Cada mínimo detalhe dela gravado na minha mente, me fazendo ficar cada vez mais confusa sobre meus próprios sentimentos.
Sei que não tem nada demais e que acabamos de nos conhecer, não é que eu esteja apaixonada ou obcecada. A questão é que... ela é uma menina, e eu nunca senti o que senti perto dela com algum menino. E isso me intriga demais.
- Vamos nos levantar e agradecer a Deus por esse momento precioso que tivemos. — A voz do pastor ecoou por toda igreja e, assim como os outros irmãos, me levantei para agradecer.
Fiquei em pé apenas brincando com meus dedos enquanto ele orava. Por algum motivo, eu não consegui nem fechar os olhos para orar.
Assim que a oração terminou, me sentei novamente e olhei em volta. Todos pareciam tão em paz, tão conectados com sua fé. Por que eu estava me sentindo tão desconectada?
