QUATRO ANOS DEPOIS.
- Pookie? — Perguntei assim que abri a porta do apartamento com as compras do supermercado nas mãos. — Já tá em casa, amor? Cheguei.
Larguei as sacolas sobre a bancada da cozinha e andei até a sala, onde algum jogo estava pausado na TV, enquanto um controle de videogame repousava sobre o sofá.
Corri meus olhos pela sala, reparando no quanto ela ainda estava vazia pelo fato de termos acabado de nos mudar. As paredes brancas contrastavam com o escuro dos móveis, o que trazia um ar chique para o nosso apartamento, mesmo ele estando vazio, com poucos quadros e decorações.
O silêncio pela casa se estendeu, e eu estranhei. Caminhei até o quarto, tirando as roupas pelo corredor, e, assim que empurrei a porta, encontrei Amanda sentada na cama com um pacote de band-aids sobre o colo.
Assim que a vi, um sorriso involuntário surgiu no meu rosto. Amanda estava concentrada em colocar um curativo no dedo e parecia alheia à minha presença por um momento.
Seu cabelo, agora em um tom de rosa escuro, estava preso em um coque bagunçado, e os óculos escorregavam um pouco pelo nariz, o que a deixava com uma expressão meio irritada enquanto tentava ajeitar tudo com uma mão só.
- Amor? — Repeti, desta vez com um tom mais suave, me encostando na porta do quarto e observando-a.
Ela ergueu os olhos, percebendo que eu estava ali, e um sorriso se espalhou pelo rosto dela. Aquele sorriso sempre me fazia sentir que, de algum jeito, as coisas estavam dando certo.
- Oi, amor. Não ouvi você chegando. — Ela respondeu, jogando o pacote de band-aids de lado, como se aquilo não tivesse mais importância agora.
Me aproximei dela e me sentei na beira da cama, olhando para o dedo machucado com curiosidade.
- O que você aprontou agora, hein? — Perguntei, tentando conter o riso enquanto segurava a mão dela, observando o pequeno corte coberto pelo band-aid.
- Ah, nada demais. Fui tentar abrir uma lata de molho para fazer o jantar e acabei me cortando. — Amanda deu de ombros, como se aquilo não fosse nada.
- E o que você ia cozinhar pra mim hoje, hum? — Acariciei a mão dela de leve, sorrindo ao ver como ela sempre tentava cuidar de mim, mesmo que nem sempre tivesse jeito para a cozinha.
- Algo simples, sabe? Talvez uma massa com molho de tomate... até a lata tentar me atacar. — Ela revirou os olhos, mas havia um brilho divertido na expressão dela.
Soltei uma risada leve e me inclinei para dar um beijo rápido em seus lábios.
- Eu sou uma inútil. — Disse, frustrada. — Só queria fazer um jantar gostoso pra minha noivinha linda. — Ela fez um beicinho que me fez rir. Eu nunca iria me acostumar com o fato de estarmos noivas.
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Fascination | Billie Eilish
Fiksi PenggemarMillie Quint, é uma jovem de 21 anos que cresceu em Cambridge, Massachusetts, imersa na fé e tradições de sua família religiosa. Determinada a seguir seus sonhos, ela ingressa na prestigiada universidade de teologia em Boston, onde espera encontrar...